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"Perfeição não existe": Tite avalia dificuldades e já põe foco no mata-mata

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Danilo Lavieri, Éder Traskini e Gabriel Carneiro

Do UOL, em Goiânia

27/06/2021 21h30

Depois de vitórias com vantagens largas de gols sobre Venezuela e Peru, a seleção brasileira sofreu mais que o esperado no complemento da primeira fase da Copa América ao vencer a Colômbia por 2 a 1 nos acréscimos e somente empatar em 1 a 1 com o Equador, hoje (27), em Goiânia. O técnico Tite admitiu a queda de desempenho da equipe ao longo deste jogo da quinta rodada, mas comemorou a classificação invicta para as quartas de final — Chile ou Uruguai estará pela frente na próxima sexta-feira.

"Dizer que não se pode errar é desumano, isso não existe, perfeição não existe. Temos é que minimizar a margem de erro da equipe, sim. Em solidez defensiva, sim. Em criação e gol, também. Falamos nesse ponto de equilíbrio da equipe, sem ser demais defensiva e sem ser demais ofensiva. Nos diferentes jogos que acontecem durante o jogo existem etapas de domínio, que é quando você está com a bola e consegue criar oportunidades, e controle é quando você está atrás e não deixa o adversário criar e não fica com a bola. No domínio e no controle temos que ter esse ponto de equilíbrio para jogos decisivos", projetou o treinador brasileiro.

A seleção brasileira jogou somente para cumprir tabela, com a classificação em primeiro lugar do Grupo B já assegurada. Por isso, Tite deu mais minutos em campo a jogadores que haviam atuado pouco até aqui, como Emerson e Vini Jr, e preservou quem já tinha cartão amarelo, a exemplo de Neymar, Gabriel Jesus e Alex Sandro. Isso levou, por exemplo, ao lateral direito Danilo entrar improvisado na esquerda por causa de um problema físico de Renan Lodi.

"No planejamento para o jogo a gente tem dois caminhos a seguir. E planejamos com toda a comissão técnica para preservar quem tem cartão, com exceção do Lodi e do Everton Ribeiro, que entrou em uma situação específica, e do Gabriel Barbosa que a gente precisava dar sequência e continuidade. Se entra para o jogo com incógnita no Lodi e toma o cartão o Alex Sandro eu ia ficar sete dias sem dormir porque não planejei uma situação importante para a equipe", afirmou Tite, que viu a atuação brasileira dividida em dois momentos.

Foi um grande primeiro tempo. Parecia que a equipe fluía de uma maneira que já jogava junto há muito tempo, trabalhando a bola, tendo profundidade, articulação. Fez um grande primeiro tempo. No segundo tempo eles vieram melhor, ajustado, com bolas paradas, aéreas, gerando dificuldades e fizeram o gol de empate. Na metade, retomamos a partida e fomos melhores. Claro que gostaríamos de ter placar melhor, detalhes, acerto de bola parada defensiva, mesmo sabendo que fizemos na bola parada ofensiva."

Segundo Tite, o Brasil teve domínio em dois terços da partida contra o Equador e "faltou articulação" melhor em momentos do segundo tempo.

Cutucada na Conmebol

Tite foi perguntado sobre as declarações dos técnicos do Uruguai, Óscar Tabárez, e do Chile, Martín Lasarte, dando conta de que não gostariam de enfrentar o Brasil nas quartas de final porque consideram o melhor time da Copa América. Ele aproveitou a resposta para cutucar a organização da Copa América em elogio às posturas dos treinadores adversários.

"Os técnicos de seleção são formadores de opinião, são centrados, educados, têm nível técnico pessoal e profissional muito elevado que poderiam inclusive, se a Conmebol entendesse, dar opiniões importantes para que a competição fosse melhor. Ouvir os técnicos que passaram por seleção, campeões do mundo, para que tivesse futebol melhor, evoluído. Quando vem esse respeito é recíproco, não só por resultado, mas também pela conduta de cada um. Todos os técnicos com respeito dão dignidade à profissão."

Sucintamente, Tite também afirmou que o gramado do estádio Olímpico de Goiânia está em condições "bem melhores" que o do Nilton Santos, onde o Brasil jogará pelas quartas de final.