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Crespo analisa futebol sul-americano: 'Estamos perdendo terreno'

Hernán Crespo falou sobre o futebol sul-americano e europeu - CAIO HENRIQUE/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Hernán Crespo falou sobre o futebol sul-americano e europeu Imagem: CAIO HENRIQUE/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL

25/06/2021 22h29

O técnico argentino Hernán Crespo fez uma análise comparando atualmente o futebol jogado na América do Sul e na Europa. O comandante do São Paulo citou para tanto as disputas simultâneas da Copa América e da Eurocopa. Crespo mencionou características tradicionais do futebol sul-americano que não estão sendo mais vistas e salientou que a 'Eurocopa nos recorda que estamos perdendo terreno'.

"Estamos perdendo terreno. Historicamente, os europeus foram mais fortes fisicamente que os sul-americanos, e tinham menos virtudes técnicas que nós. Salvo grandes exceções, é claro, não vamos criar uma regra. Mas eles não deixaram de crescer. Melhoraram no desenvolvimento físico e aperfeiçoaram o passe e a recepção, enquanto nós estamos perdendo o drible. Na Copa América, gostaria de perceber mais respeito pelas raízes históricas da região, gostaria de ver mais dribles", disse Hernán Crespo em sua coluna no jornal La Nacion, da Argentina.

Crespo afirmou que Messi e Neymar mantêm o estilo que marcou o futebol sul-americano durante muito tempo. Tirando esses craques de Barcelona e PSG, o treinador não consegue enxergar outros exemplos claros.

"Eles (europeus) melhoraram o que faziam bem e melhoraram também seus pontos fracos. E na América do Sul já não driblamos como antes. Tiremos o Messi, vamos tirar o Neymar e não vemos muitos vestígios que representam a nossa história. Nosso drible, nosso instinto e nossa agressividade competitiva nos permitiam igualar e até superar os europeus. Hoje ficamos com a ferocidade competitiva", afirmou o técnico do São Paulo.

O treinador também falou sobre a ausência de partidas envolvendo seleções da América do Sul contra equipes da Europa. E como essa ausência tem contribuído para aumentar a diferença entre o futebol praticado nos continentes.

"Perdemos a possibilidade de nos testarmos com os europeus, de encontrar nosso ponto de atraso ou de evolução, e são impostos amistosos contra equipes que não são referências. Perdemos os duelos contra Alemanha, Itália ou Inglaterra, que nos serviam como grandes testes", lembrou Crespo.