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Ilsinho zoou Pato sem saber e uniu 3 gerações do São Paulo no Call of Duty

Clã de Call of Duty tem Liziero (Lizz), Alexandre Pato (Pafield) e Ilsinho (Godex)  - Reprodução/Higor Amaral
Clã de Call of Duty tem Liziero (Lizz), Alexandre Pato (Pafield) e Ilsinho (Godex) Imagem: Reprodução/Higor Amaral

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

22/06/2021 04h00

No mundo virtual, Ilsinho é Godex, Alexandro Pato, Pafield e Liziero, Lizz. É assim que três gerações de jogadores do São Paulo se unem em torno do mesmo objetivo: matar o máximo possível de rivais no game Call of Duty. Os três fazem parte do clã Beze, criado pelo ex-lateral do Tricolor e do Palmeiras.

Ilsinho é fã do game desde os tempos em que vestia a camisa do São Paulo, em 2006. Mas foi apenas no início da pandemia que ele encontrou companhia para jogar online. Além de Sérgio Santos, seu companheiro no Philadelphia Union, dos Estados Unidos, ele passou a jogar com Igor Neves, lateral revelado nas categorias de base do São Paulo e namorado da irmã dele.

Neves conhecia uma peça que seria fundamental para a equipe crescer: o barbeiro Raphael Malfara. Entusiasta do game, ele é bem conhecido dos jogadores do São Paulo, tendo ido por diversas vezes no CCT da Barra Funda mexer no visual dos atletas.

A zoeira com Alexandre Pato

Assim que entrou no grupo, Raphael perguntou se poderia incluir um amigo de apelido "Pafield". Ilsinho aceitou e providenciou a recepção que todos os novatos recebem. "A gente sempre faz uma brincadeira com quem acabou de chegar. Se ele fala para irmos para a direita, nós vamos para a esquerda e mandamos ele ficar quieto. É tipo uma iniciação no clã, uma brincadeira", explica Ilsinho.

E Pafield foi alvo da zoeira. Quando o jogo acabou, Raphael perguntou a Ilsinho se ele tinha algum problema com o atacante Alexandre Pato. "Falei que não, que a gente tinha ido para a Olimpíada juntos. Só depois que ele me contou que o Pafield era o Pato".

Ilsinho e Alexandre Pato jogam Call of Duty

Foi Pato quem chamou Liziero para entrar na equipe. O último a entrar foi mais um com passagem pelo São Paulo: o meia Matheus Frizzo, atualmente no Botafogo. O calendário do futebol, no entanto, impede que eles sempre joguem juntos. Ilsinho, Raphael e Sergio Santos são os mais frequentes, jogando quase todos os dias. Os outros aparecem quando têm uma brecha.

"Depois de tanto tempo junto, a gente já pegou uma intimidade. Mas é difícil conciliar os horários. Quem está online, joga", conta Ilsinho, que se diz um dos melhores da equipe. "Se der mole, eu consigo fazer umas graças.

Mas se no futebol eles são profissionais, com o controle na mão só passam raiva. O período jogando juntos fez com que eles conhecessem pro players de Call of Duty. Sabe a dificuldade que é enfrentar um jogador profissional naquela pelada de fim de semana? É a mesma coisa que eles sentem quando vão trocar tiros com quem sabe.

"Esses moleques vêm com nós e passam raiva, eles são muito fora da curva. A última vez que joguei com os profissionais fiquei com uma tensão no pescoço... Era um nervoso, não conseguia fazer nada. Os moleques são muito fora da curva".

Live +18 da zoeira

Ilsinho, durante live de Call of Duty - Reprodução - Reprodução
Ilsinho, durante live de Call of Duty
Imagem: Reprodução

O período sem sair de casa por causa da pandemia apresentou a Ilsinho um mundo novo. Ele passou a acompanhar os profissionais jogando Call of Duty e decidiu com Sergio Santos que iria começar a transmitir os jogos deles na plataforma Twitch.

"Hoje tem dois jeitos de chamar atenção na Twitch: ou sendo muito bom ou sendo interativo com a galera. A gente partiu para a área da resenha boa, porque bom a gente definitivamente não é", brincou.

O canal dele (ilsinhojr) já conta com 2,5 mil seguidores. E a regra é não ter regra. Depois da 0h está liberado entrar na zoeira e até xingar quem está jogando. "O cara entra no chat e o primeiro aviso é: 'bem-vindo e pode falar mal do amigo e xingar o streamer'. O que vale é a confusão".

Perto de completar 36 anos, Ilsinho já se aproxima do fim da carreira. Se as coisas seguirem do jeito que estão, levar uma vida como streamer é algo que agrada o lateral. "Se eu tiver a oportunidade de ter uma sequência... mas tem que conquistar um público, não é comprar um computador e achar que já vai dar certo".

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