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Justiça suspende ação criminal sobre incêndio no CT Ninho do Urubu

Ninho do Urubu após incêndio que acabou resultando na morte de 10 garotos - Thiago Ribeiro/AGIF
Ninho do Urubu após incêndio que acabou resultando na morte de 10 garotos Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

16/06/2021 18h02

O andamento do processo sobre o incêndio no Ninho do Urubu, CT do Flamengo, está suspenso. A decisão foi assinada hoje (16), pelo juiz Marcos Augusto Ramos Peixoto, da 36ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), após o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) arguir a suspeição do magistrado.

A alegação do MP-RJ aponta "vício do julgado por violação do contraditório e prolação de decisão surpresa", após o juiz ter rejeitado a denúncia contra o ex-diretor de base, Carlos Noval, e o engenheiro Luiz Felipe Pondé. Ao todo, eram 11 réus, incluindo o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello.

Desta forma, o caso não terá mais nenhuma decisão em primeira instância até que, em segunda instância, a Justiça do Rio de Janeiro analise o caso sobre a suspeição do juiz que está à frente do caso. A informação foi publicada, primeiramente, pelo site "Esporte News Mundo" e confirmada pelo UOL Esporte.

Decisão suspende andamento do processo sobre o incêndio no Ninho do Urubu, CT do Flamengo - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

"De início impõe-se lamentar profundamente a violação ao dever de urbanidade que deve(ria) imperar entre os atores do processo. Infelizmente, contudo, tem se mostrado recorrente dentre alguns poucos membros do Ministério Público, quando contrariados em suas convicções por juízes verdadeiramente equidistantes, i.e., que mantêm igualdade de distância de ambas as partes (não só da defesa), que abandonem a argumentação para passar às ofensa", disse, em trecho da decisão.

Em janeiro, o TJ-RJ recebeu a denúncia do MP-RJ sobre o incêndio no Ninho do Urubu. Desta forma, 11 pessoas se tornaram réus no caso e responderiam pelo crime de incêndio culposo qualificado pelos resultados morte e lesão grave.

Além do ex-mandatário do clube, Antonio Marcio Garotti (ex-diretor financeiro do Fla), Carlos Renato Mamede Noval (atual diretor de transição do Fla), Marcelo Maia de Sá (ex-diretor de obras do Fla), Luiz Felipe Almeida Pondé (ex-engenheiro do Fla), Claudia Pereira Rodrigues (diretora da NHJ, fabricante dos contêineres), Weslley Gimenes (engenheiro da NHJ), Danilo da Silva Duarte (engenheiro da NHJ), Fabio Hilário da Silva (engenheiro da NHJ), Edson Colman da Silva (técnico de refrigeração) e Marcus Vinicius Medeiros (monitor) foram os demais nomes citados.