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Goiás notifica Atlético-MG e Spezia antes de ir à Fifa por venda de volante

Léo Sena foi vendido pelo Atlético-MG ao Spezia-ITA por R$ 8,1 milhões - Pedro Souza/Atlético-MG
Léo Sena foi vendido pelo Atlético-MG ao Spezia-ITA por R$ 8,1 milhões Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Guilherme Piu, Henrique André e Léo Burlá

Do UOL, em Belo Horizonte e Rio de Janeiro

16/06/2021 13h37

A negociação entre Atlético-MG e Spezia (ITA) pelo volante Léo Sena está na mira do Goiás, que notificou, ontem (15), tanto os mineiros quanto os italianos por discordar do negócio. Esse é o primeiro passo dado antes de a diretoria esmeraldina acionar os tribunais da Fifa.

Dono de 20% dos direitos econômicos do meio-campista, o Esmeraldino questiona o Galo e os europeus pelo modus operandi da venda, anunciada oficialmente pelo Atlético-MG no começo de junho, por R$ 8,1 milhões. O impasse nasceu porque os goianos entendem que deveriam ter sido comunicados antes da conclusão do transação entre as partes por ser dono de 20% de Sena, o que o clube do Centro-Oeste alega não ter acontecido.

No documento de notificação emitido pelos Goiás e encaminhado tanto ao Atlético-MG quanto ao Spezia, o relato da discordância em relação à venda de parte daquilo que não pertence ao Galo.

"Mesmo sabendo que o Goiás é possuidor de 20% dos direitos econômicos do atleta Leonardo de Souza Sena, CAM e SPEZIA realizaram negociação incluindo tal percentual, sendo o GOIÁS comunicado somente após a conclusão da negociação (...) Houve, portanto, negociação de percentual de direitos econômicos de propriedade do Goiás, sem que este fosse ao menos consultado sendo, portanto, tal negociação nula de pleno direito", questiona.

O Atlético-MG adquiriu Léo Sena do Goiás em 2020 e pagou R$ 4 milhões por 80% dos direitos econômicos. Os outros 20% ficaram com os goianos.

"As Partes ajustam que deverá o CAM [iniciais do Clube Atlético Mineiro] cientificar inequivocamente o Goiás de qualquer proposta oficial para a cessão temporária ou definitiva do atleta, apresentando os detalhes da proposta, tais como valores, prazos etc., inclusive informando ao eventual clube interessado o percentual dos Direitos Econômicos pertencentes ao Goiás, em conformidade com as normas da FIFA e da CBF", diz parte do documento emitido pelo Goiás e enviado ao departamento jurídico do Atlético-MG.

"O Goiás terá direito de acesso a todos os documentos relativos à transferência, inclusive durante as negociações preliminares (propostas, correspondências etc.) e ainda terá direito a participar de todas as reuniões e contatos com o clube interessado em contratar o atleta", reafirma outra parte do documento.

O que diz o Galo

O Atlético-MG, por meio de nota nas últimas semanas, questiona o direito alegado pelo Goiás. "O Atlético-MG tem a obrigação de pagar ao Goiás apenas o valor correspondente ao percentual de 20% da quantia total líquida a ser recebida junto à agremiação italiana", apontou o Galo,

O departamento jurídico atleticano entende que está respaldado pelo Estatuto de Transferências de Jogadores e Manual da Fifa sobre Influência de terceiros nos clubes [TPI] e Propriedade de terceiros de direitos econômicos dos jogadores [TPO], do Regulamento sobre o Estatuto e Transferência de Jogadores (RSTP), da própria Fifa, contestando as argumentações do Goiás.

A diretoria do Galo vendeu aos italianos 90% do volante ao Spezia e manteve 10% para uma negociação futura. Sendo assim, na visão atleticana, o Goiás seria ressarcido com o valor respectivo dos 20% dos direitos econômico de Léo Sena, parte que cabe ao clube goiano. No entanto, a atual diretoria do time alviverde não deseja vender sua parte, mas, sim, mantê-la.

"Ademais, o Goiás não tem interesse em negociar, no presente momento, os seus 20% de direito referente aos direitos econômicos do Atleta, devendo permanecer com referido percentual mesmo com a transferência do atleta para o Spezia", aponta ainda a notificação.

Contestação

O Goiás informou aos advogados do Atlético-MG e ao Spezia que sua intenção é desfazer a venda dos 20% de Léo Sena.

"Fica, portanto, o CAM NOTIFICADO de que o Goiás não tem interesse, no presente momento, de negociar seus 20% de direito referente aos direitos econômicos do atleta, sendo que, qualquer negociação realizada no sentido de transferir tais percentuais ao Spezia, deve ser desfeita (...) Fica o Spezia notificado de que o CAM não tem autorização do Goiás para negociar os 20% de direitos econômicos do Atleta de propriedade do Goiás, devendo o Spezia formalizar documento juntamente com o Goiás informando, expressamente, que o Goiás permanecerá detentor de 20% dos Direitos Econômicos do Atleta", finaliza o texto da notificação.

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