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Torcedora do Atlético-MG cria traje especial para comemorar os 70 anos

Dona Marilene, apaixonada pelo Atlético-MG, veste as bonecas com a camisa do clube; algumas delas têm 40 anos - UOL Esporte
Dona Marilene, apaixonada pelo Atlético-MG, veste as bonecas com a camisa do clube; algumas delas têm 40 anos Imagem: UOL Esporte

Henrique André

Do UOL, em Belo Horizonte

15/06/2021 11h14

"Qualquer maneira de amor vale à pena, qualquer maneira de amor valerá". O trecho de um dos sucessos do cantor e compositor Milton Nascimento, se encaixa perfeitamente na história de dona Marilene Bernardo de Souza, de 70 anos. Viúva há cinco anos, de um cruzeirense, ela é daquelas atleticanas que, literalmente, se destacam no meio da multidão. Apaixonada pelo Galo desde a adolescência, veste até as bonecas com o "manto sagrado".

Radicada em Sabará, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, a simpática senhora fez aniversário no último dia 10 e, de presente das filhas, conheceu de perto a Arena MRV, estádio do Atlético-MG que deve ser entregue no segundo semestre de 2022. Para ela, um momento inesquecível!

"Cheguei para as minhas filhas e falei que para os meus 70 anos queria algo diferente. Mesmo sem festa, por causa da pandemia, tive a ideia de fazer um vestido do Galo, bem rodado e cheio de escudos. Até então, eu não sabia da surpresa que minha neta Júlia estava preparando para mim", conta Marilene ao UOL Esporte.

"Eu achava que a gente iria fazer uma sessão de fotos no Mineirão. Quando passamos perto da Arena, eu pedi para irmos até lá, sem saber de que seria o nosso destino. Quando vi o estádio, até arrepiei", acrescenta.

Para se ter ideia do quão apaixonada pelo clube ela é, de meia noite até às 2h30 da manhã, diariamente, ela aproveita o sono da neta para ligar a televisão, sintonizar no Youtube e acompanhar como foi o dia na obra do estádio, tudo isso graças a atleticanos que transmitem em tempo real o andamento e hospedam os vídeos na plataforma.

"Sou apaixonada pelo Atlético-MG desde que eu era adolescente. Vibrava demais com esse Galo. Em 1971 quando foi campeão (único título brasileiro), fui apé até a Roça Grande (Santuário localizado em Sabará). Um dia, estava lavando roupa e me contaram que o time estava treinando no campo do Siderúrgica (clube de futebol mais tradicional da cidade). Larguei tudo para trás, só para ver os jogadores de perto", relembra a atleticana.

Naquele 19 de dezembro de 1971, dona Marilene ouviu pelo rádio a vitória do Atlético-MG sobre o Botafogo, com gol de Dadá Maravilha, em pleno Maracanã. Emocionada, só não pôde comemorar na rua porque a mãe, preocupada, não deu aval. Porém, nada que lhe tirasse a alegria. A ansiedade foi tamanha, que ela diz que fumou três maços de cigarro durante os minutos de bola rolando.

Queda, centenário e Libertadores de 2013

Das muitas lembranças da relação de amor com o Atlético-MG, Marilene destaca outros três momentos inesquecíveis: a queda para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, em 2005, quando afirma ter sentindo tristeza profunda e até passada mal; o ano do centenário do clube, em 2008, quando fora em todas as partidas; e a conquista inédita da Libertadores de 2013, da qual jamais esquecerá do duelo contra o Tijuana-MÉX, que transformou o agora ex-goleiro Victor em "Santo", após defender cobrança de pênalti já no apagar das luzes.

Grande sonho

Apaixonada também pela família, a dona de casa aproveita o tempo livre para se dedicar aos netos e, obviamente, para vesti-los com as cores que mais aprendeu a admirar: o preto e o branco.

Ciente das restrições causadas pela pandemia da covid-19, mesmo já vacinada, ela nutre um grande sonho: conhecer a Cidade do Galo, Centro de Treinamentos do Atlético-MG.

"Eu brinco que até trabalharia de graça lá na Cidade do Galo. Vejo pela televisão e fico imaginando o quão linda deve ser pessoalmente", finaliza.

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