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Bastidores: Eliminação abalou Palmeiras, mas não ameaça Abel ou planos

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, em treino na Academia de Futebol - Cesar Greco
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, em treino na Academia de Futebol Imagem: Cesar Greco

Diego Iwata Lima

De São Paulo

12/06/2021 04h00

O Palmeiras que recebe o Corinthians às 19h deste sábado (12), pelo Campeonato Brasileiro, entra em campo com a marca da eliminação na Copa do Brasil para um time da segunda divisão. Será a primeira partida após o vexame, e ainda não se sabe como será o comportamento dos atletas no gramado. No dia a dia de trabalho, no entanto, o clima já é de paz.

Para todos os efeitos extracampo, na Academia de Futebol, é como se o Palmeiras nem tivesse sido caído diante do CRB na quarta-feira (9).

A desclassificação em casa, com mais uma derrota nos pênaltis, não abalou por nenhum milímetro o prestígio do técnico Abel Ferreira com a direção do clube.

Evidentemente, houve um clima natural de descontentamento e nervosismo após o jogo. Ninguém está feliz. Mas o presidente Mauricio Galiotte e o diretor de futebol Anderson Barros nem sequer cogitaram uma troca de comando ou uma alteração na filosofia de trabalho do departamento.

É por essa razão também que Galiotte, muito avesso aos holofotes, não sentiu necessidade de vir a público defender o trabalho do técnico, tampouco de cravar sua permanência, a despeito das muitas críticas e pedidos para que o treinador português seja demitido.

Se está tudo bem internamente, o dirigente não entende haver por que dar satisfação.

"Banana": torcida insiste na tese de omissão do presidente

Para a torcida, porém, o silêncio de Galiotte se traduz de outra forma. Como acontece há tempos, o presidente do Palmeiras vem sendo chamado de omisso e "banana" nas redes sociais.

Outro a receber críticas é Anderson Barros. O diretor de futebol é visto como lento e pouco eficiente para fazer contratações e negociar os jogadores que, na visão da torcida, não servem mais para o clube, tais como Lucas Lima.

Tal qual o presidente, apesar da eliminação, Barros não pretende contratar fora de suas convicções apenas para dar alguma resposta à torcida. O clube manterá como linha-mestra para contratações o perfil "jogadores jovens e com potencial de negociação futura".

A única mudança que o Palmeiras terá decorrente da eliminação, além da parte financeira, diz respeito a quantidade, não a filosofia.

Diante da baixa na previsão orçamentária com a derrota, que deixa o clube com apenas R$ 1,7 milhão dos mais de R$ 72 milhões em jogo na Copa do Brasil, o Palmeiras terá de negociar mais atletas revelados nas categorias de base do que imaginava inicialmente, se quiser manter suas metas financeiras.

O problema é que, a despeito de muitas sondagens, o Palmeiras não recebeu nenhuma proposta oficial pela contratação de seus jogadores. Houve sondagens, mas proposta no papel, propriamente, nenhuma —exceto a do Nacional da Ilha da Madeira, de Portugal, que levou 70% do zagueiro Pedrão por R$ 3,6 milhões.