Topo

Com Rigoni, Crespo passa a ter fartura para escolher ataque do São Paulo

Thiago Braga

Colaboração para o UOL, de São Paulo

12/06/2021 04h00

O São Paulo começou a semana ameaçado pela chance de ser eliminado da Copa do Brasil, o que causaria ruído no trabalho de reconstrução da equipe comandada por Hernán Crespo. A goleada por 9 a 1 sobre o 4 de Julho (PI) não só garantiu a classificação —enquanto os arquirrivais Corinthians e Palmeiras caíram— como mostrou que o técnico, quando tiver o elenco completo, terá dor de cabeça para montar o time.

A grande notícia foi a atuação de Emiliano Rigoni. Recém-contratado, o argentino mostrou habilidade, polivalência ao jogar na ala no primeiro tempo e no ataque na etapa final, marcando um gol.

Sem Benítez, que chegou a ir a campo nesta semana, mas ainda não está apto para ser relacionado pois ainda se recupera de um estiramento muscular no adutor da coxa esquerda, Rigoni ganha força para ser escalado neste domingo (13), contra Atlético-MG. O problema, pensando mais à frente, será encontrar um lugar para o camisa 77.

Se contra o 4 de Julho ele iniciou a partida como ala, é improvável que seja escalado nesta posição a não ser em partidas que precisem de uma virada no placar, ou contra times mais frágeis defensivamente. Sobrariam, então, uma disputa no ataque ou mesmo a vaga de Benítez, como armador no meio de campo. Mas, conforme apurou a reportagem, Crespo não treinou com Rigoni nesta posição.

Nos trabalhos táticos feitos desde que chegou ao São Paulo, Rigoni sempre foi escalado pelos lados, virando desde já um concorrente de peso para Joao Rojas e Galeano. Na derrota para o Atlético-GO, por exemplo, ele atuou aberto. No segundo tempo contra o 4 de Julho, já jogou mais avançado.

Ali, no ataque, o time que sofreu com desfalques na reta final do Campeonato Brasileiro, agora pode ter uma disputa intensa. Pablo, com nove gols, e Luciano, com seis, são os artilheiros do Tricolor na temporada e largam na frente.

Assim, para Rigoni ser escalado, Crespo teria de fazer uma adaptação em seu esquema e passar a atuar em um 3-4-3, com Rigoni e Luciano revezando para ver quem encosta mais para fazer tabelas com Pablo.

Mas a concorrência não se resume só a eles dois. Ainda tem Éder, que anotou quatro gols em apenas 397 minutos em campo (embora dois deles tenham sido no jogo de ida contra o 4 de Julho, pela Copa do Brasil). No meio de campo, Igor Gomes e Gabriel Sara, duas das apostas da diretoria para reforçar o caixa com valores de transferência, vão brigar para não saírem do time.

Outro ponto sensível para o duelo com o Galo é a dupla de volantes. Com Luan fora por lesão, Rodrigo Nestor e Liziero, que disputam o mesmo lugar no time e costumam até ser o substituto um do outro, podem atuar na parte defensiva do meio de campo do São Paulo, que terá de enfrentar o talentoso Nacho Fernández e impedir o argentino do Atlético-MG de armar as jogadas ofensivas da equipe mineira.

Quem ganha com as opções é Hernán Crespo, que pode usufruir de mais peças que o seu antecessor Fernando Diniz, e ainda pode contar com jogadores com qualidade e rodagem.