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Eurocopa - 2021

Inglaterra aposta em nova "geração de ouro" por fim de jejum de 55 anos

Harry Kane é um dos destaques da Inglaterra na Eurocopa - Ryan Pierse - UEFA/UEFA via Getty Images
Harry Kane é um dos destaques da Inglaterra na Eurocopa Imagem: Ryan Pierse - UEFA/UEFA via Getty Images

Mauricio Andrade

Colaboração para o UOL, de Londres (ING)

10/06/2021 04h00

A Inglaterra parece finalmente no caminho para deixar de vez a frustração da famosa "geração de ouro" para trás e voltar a conquistar um título após uma longa espera de 55 anos. Com uma nova safra de jovens (e brilhantes) talentos, somado a outros já experientes e consolidados, Gareth Southgate pode enfim acabar com um jejum de conquistas na seleção, além de faturar uma inédita Eurocopa — a equipe nacional estreia na competição neste domingo (13), contra a Croácia, em Wembley.

O último, e único, título conquistado pelos ingleses aconteceu em 1966, quando o país sediou a Copa do Mundo e bateu a Alemanha Ocidental na grande decisão — o elenco contava com nomes como Gordon Banks e Bobby Charlton. Na Euro, a melhor posição foi um terceiro lugar nas edições de 1968 e 1996.

Apesar de ter revelado grandes nomes neste período, foi a geração liderada por David Beckham que mais trouxe esperança aos torcedores. Além do craque revelado pelo Manchester United, outros grandes jogadores faziam parte do elenco, como Frank Lampard, Steven Gerrard, Rio Ferdinand, Michael Owen, Wayne Rooney, Paul Scholes e John Terry. No entanto, eles nunca passaram das quartas de final — foi assim nas Copas de 2002 e 2006, além da Euro de 2004.

Para a Euro-2020, adiada para este ano por causa da pandemia, a Inglaterra tem no capitão Harry Kane, do Tottenham, seu principal protagonista, além de outros jogadores já experientes, como Raheem Sterling, Jordan Henderson, Luke Shaw, John Stones, Kyle Walker e Kieran Trippier. Porém, o "elenco de apoio", apesar de jovem, já é considerado um dos melhores e mais talentosos do mundo, dando sinais de que poderá ser a nova "geração de ouro" do país.

As principais esperanças estão depositadas em Marcus Rashford (23 anos), do Manchester United, Mason Mount (22), do Chelsea, Jadon Sancho (21), do Borussia Dortmund, e Phil Foden (21), do Manchester City. Os três primeiros são titulares absolutos em suas equipes, enquanto o mais jovem, apesar de não estar sempre entre os 11 iniciais, atuou por 50 jogos nesta temporada, sendo peça importante para a conquista do título inglês — inclusive, já ouviu da boca de Pep Guardiola ser o jogador mais talentoso com quem ele já trabalhou nesta idade.

Além dos quatro, outros nomes ainda chamam atenção: Reece James (21), titular do Chelsea na campanha do título da Liga dos Campeões, Bukayo Saka (19), nova joia do Arsenal e já tendo terminado a temporada como titular, e Jude Bellingham (17), também com um papel importante dentro do elenco do Borussia Dortmund.

"Talvez essa seja a segunda 'geração de ouro'. Se você olhar, a maioria dos jogadores já é importante na Premier League ou na equipe que joga e, se você é importante no Manchester City, Tottenham, ou qualquer que seja o time, então você é já um ótimo jogador", opinou Sven-Göran Eriksson, técnico da talentosa safra anterior entre os anos de 2001 e 2006, à Sky Sports.

Fator casa

Uma das vantagens da Inglaterra nesta Euro, assim como no Mundial de 1966, é que, apesar de a competição ser em sedes espalhadas pelo continente, a maior parte dos jogos, ou pelo menos os mais importantes, serão disputados em Wembley, no noroeste de Londres. Além das três partidas da fase de grupos, a seleção inglesa ainda poderá atuar em casa nas oitavas — caso avance em primeiro da sua chave —, semifinal e final.

A Uefa liberou 25% da capacidade total do estádio ao público, ou seja, 22.500 torcedores. A Inglaterra está no Grupo D da Eurocopa, ao lado de Croácia, Escócia e República Tcheca. Os dois melhores de cada chave, mais os quatro melhores terceiros colocados, avançam às oitavas de final.