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Pernambuco nega, e São Paulo aceita; o que governos pensam da Copa América

Do UOL, em São Paulo

31/05/2021 16h37Atualizada em 31/05/2021 18h28

Horas depois do anúncio de que a Copa América será disputada no Brasil entre junho e julho, Estados e Municípios que têm estádios em condições de receber jogos de nível internacional começaram a se manifestar sobre a escolha das sedes e montagem da tabela, que ainda não foi divulgada pela Conmebol.

Há forte oposição ou no mínimo dúvidas em relação aos protocolos sanitários que permitirão a realização do torneio, já que o Brasil tem mais de 462 mil mortes por covid-19 e ocupa o segundo lugar no mundo com mais óbitos pela doença. Essa contestação se reflete na posição de prefeitos, governadores e secretários de Esporte ou Saúde sobre o tema.

Veja os posicionamentos:

Pernambuco: não

Comunicado divulgado hoje (31) à tarde diz que "apesar de ainda não ter sido procurado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF)" para sediar jogos da Copa América, "o atual cenário epidemiológico não permite a realização de evento do porte" no Estado. Assim, o governo comandado por Paulo Câmara (PSB) veta a realização de partidas da Copa América na Arena Pernambuco, que foi palco da Copa do Mundo de 2014.

São Paulo: sim

"O Governo de São Paulo não fará objeção caso a CBF defina São Paulo como um dos locais de jogos da Copa América, desde que os protocolos do Plano São Paulo sejam obedecidos", disse o governo comandado por João Doria (PSDB), em nota. Em entrevista coletiva, o político disse que o problema pode ser de agenda, pois há partidas programadas de Copa do Brasil e Brasileirão nos estádios. São Paulo teve a Neo Química Arena na Copa do Mundo de 2014, Jogos Olímpicos de 2016 e Copa América de 2019, além do Morumbi (Copa América).

Foto panorâmica da Neo Química Arena, o estádio do Corinthians, em São Paulo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Minas Gerais e Rio de Janeiro: em espera

Com seu Mineirão, palco de Copa do Mundo, Olimpíadas e Copa América, Minas Gerais diz que "os protocolos de prevenção no estado devem ser seguidos para evitar a propagação do vírus da covid-19 e suas variantes", mas afirma não ter recebido qualquer sondagem.

Em entrevista à CNN Brasil, o governador Romeu Zema (Novo) se disse preocupado com o anúncio, mas não descartou a ideia de o estado receber a competição, desde que sela seja disputada de portões fechados ao público. "Num momento de pandemia, em que os hospitais ainda continuam com um nível de ocupação extremamente elevado e que a possibilidade de uma terceira onda não está descartada, avalio como não prudente fazermos qualquer evento que tenha aglomeração. Gostaria muito que isso pudesse ser postergado. Não podemos nos dar ao luxo de menosprezarmos esse investimento invisível e imprevisível. Sem público, [seria] menos mal", disse. "Já há hoje o Campeonato Mineiro e o Brasileiro nessa modalidade. Com grupo, não é nem um pouco recomendável. É a situação de Minas e de todo o Brasil."

Já o Rio de Janeiro teve o Maracanã (Copa do Mundo, Olimpíada e Copa América) e o estádio Nilton Santos (Olimpíada) em eventos recentes, mas ainda não houve manifestação pública de autoridades sobre a Copa América 2021.

Rio Grande do Sul: queda de braço

Com o Beira-Rio (Copa do Mundo) e a Arena do Grêmio (Copa América) à disposição, a Federação Gaúcha diz que "andamento e decisão cabem à Conmebol e CBF" e "não recebeu nenhum contato ou sondagem". Sebastião Melo (MDB), prefeito de Porto Alegre, afirmou que houve uma conversa preliminar e é preciso "construir com Governo e sociedade", ou seja, não há nada concreto. Já o Governo é contra: "Entendo que seria inoportuno realizar a competição no Estado e no Brasil neste momento", disse, em nota, Eduardo Leite (PSDB).

Bahia: sim

Rui Costa (PT), governador da Bahia, afirmou pelas redes sociais que caso o Estado venha a receber partidas da Copa América será mantida a proibição de torcida: "Não há possibilidade de flexibilizar regras para que a Bahia seja sede. Seguiremos o mesmo padrão em relação ao futebol. Não será permitido público. Se a exigência é ter público, aqui na Bahia não terá". A Arena Fonte Nova foi palco de Copa do Mundo, Olimpíadas e Copa América.

Arena Fonte Nova, em Salvador, não quer saber de público se receber a Copa América Imagem: Gabriel Carneiro/UOL

Brasília: sim

Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, disse ao "Metrópoles" que "não haverá resistência" da sua parte. O Mané Garrincha, palco de Copa do Mundo e Olimpíada, tem datas disponíveis e já está praticamente confirmado como palco da Copa América 2021.

Amazonas: sim

Em nota oficial, a Fundação Amazonas de Alto Rendimento (FAAR) elogiou a expertise da Arena da Amazônia para eventos, como foi com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, mas afirmou não ter sido procurada. Se procurada, debaterá protocolos e inclusive a possibilidade de recepção de público. Apesar do que a Conmebol pode enxergar como pontos positivos, a necessidade de grandes deslocamentos até lá é vista como um problema.

Imagem da Arena Pantanal em 2014 Imagem: Divulgação/Fifa

Mato Grosso: sim

O Estado ofereceu a Arena Pantanal, palco da Copa do Mundo de 2014, para receber jogos da Copa América, segundo disse Alberto Machado, Secretário de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso. De acordo com o político, o governador do Estado Mauro Mendes (DEM) entrou em contato com fontes da CBF para articular o uso do estádio na competição.

Rio Grande do Norte: não

Fátima Bezerra (PT), governadora do Estado, escreveu em uma rede social que o Rio Grande do Norte não tem "níveis de segurança epidemiológica para realização do evento" e que "ao contrário, estamos numa luta diuturna para amenizar os efeitos da pandemia, que está em um momento crescente por aqui. O Governo é, portanto, contrário à realização do evento no nosso estado". É um veto ao uso da Arena das Dunas, palco da Copa do Mundo de 2014.

Outros

Ceará, onde fica a Arena Castelão, e Paraná, sede da Arena da Baixada, ambos utilizados na Copa do Mundo de 2014, ainda não se posicionaram sobre a Copa América 2021. Adson Batista, presidente do Atlético-GO, colocou à disposição de Conmebol e CBF o estádio Antônio Accioly, em Goiânia. Não houve manifestação formal de autoridades.

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