Titular do City, ucraniano fugiu da guerra e treinou na rua por seis meses

Enquanto Real Madrid e Atlético de Madri se enfrentavam na final da Liga dos Campeões de 2013/14, a família de Oleksandr Zinchenko deixava o leste da Ucrânia rumo à Rússia, fugindo da guerra que se iniciou na região. Passados sete anos, agora é o lateral esquerdo quem se prepara para uma decisão continental, depois de um período em que precisou treinar nas ruas de Moscou para não desistir do sonho de jogar futebol.

Na época em que deixou a Ucrânia, Zinchenko atuava nas categorias de base do Shakhtar Donetsk. Quando foi para a Rússia, ele tentou assinar um contrato com o Rubin Kazan, mas não conseguiu a liberação do clube ucraniano. Sem voltar para o país em que nasceu, Zinchenko ficou 18 meses sem entrar em campo.

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"Eu fiquei sem clube por cinco ou seis meses. Era uma situação muito difícil, porque naquela época eu tinha contrato com o Shakhtar Donetsk, mas estava muito perigoso na Ucrânia. Foi por isso que a minha família se mudou. Eu apenas treinava sozinho, diariamente, nas ruas de Moscou", explicou ao "Guardian".

Foi nesse período que a oportunidade no Rubin Kazan apareceu. Zinchenko chegou a viajar com a equipe para a pré-temporada de 2015 na Itália, mas o imbróglio contratual com o Shakhtar impediu que ele assinasse com o clube russo. "Eu tinha mais um ano e meio de contrato com o Shakhtar. Fiquei lá por quatro meses sem fazer nada, apenas treinando sem jogar. Fiquei cansado dessa situação".

A carreira voltou aos eixos apenas com o fim do contrato com o Shakhtar. Em fevereiro de 2015, ele assinou seu primeiro contrato profissional com o FC Ufa, da primeira divisão da Rússia. Um ano mais tarde, Zinchenko foi contratado pelo Manchester City por 1,7 milhão de libras. "Foi um por cento de talento, e 99 por cento de trabalho duro", disse ao "Telegraph".

Depois de um empréstimo ao PSV para a temporada 2016/17, Zinchenko voltou ao Manchester City e começou a ganhar espaço. Ele deverá ser titular da lateral-esquerda do time de Pep Guardiola na final contra o Chelsea, neste sábado (29), às 16h, algo difícil de imaginar para quem chutava bolas pelas ruas sete anos antes.