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Torcida do Fla usa tom provocativo em mosaicos e bandeiras nos jogos

Bandeiras de torcida do Flamengo relembram lances marcantes de duelo com o Vélez Sarsfield em 1995 - Divulgação / Urubuzada
Bandeiras de torcida do Flamengo relembram lances marcantes de duelo com o Vélez Sarsfield em 1995 Imagem: Divulgação / Urubuzada

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/05/2021 12h00

Com uma rotina de jogos sem público desde o início da pandemia do coronavírus, a torcida do Flamengo tem usado o lado criativo para tentar desestabilizar os adversários. Recentemente, a provocação tem dado o tom nas logísticas de mosaicos e bandeiras na arquibancada do Maracanã.

Para o jogo contra o Vélez Sarsfield (ARG), amanhã (27), pela Copa Libertadores, os rubro-negros prepararam bandeiras que simulam a pancadaria generalizada que aconteceu entre as equipes em 1995, pela extinta Supercopa dos Campeões da Libertadores.

Na ocasião, já com o 3 a 0 no placar, o Flamengo administrava o resultado quando Edmundo, então jogando pelo time da Gávea, teve o rosto acertado pelo cotovelo do lateral direito Zandoná. Irritado, o atacante brasileiro revidou com um tapa na cara, mas gerou uma reação imediata do argentino, que lhe desferiu um forte soco. Romário, que estava próximo, chegou com uma voadora no adversário para defender seu colega de equipe e uma grande confusão se deu em campo.

A ação do Baixinho foi justamente a que foi retratada nas bandeiras, numa espécie de resposta aos torcedores do Vélez, que já há algum tempo possuem uma bandeira com o soco de Zandoná em Edmundo.

Zandoná: "Faria de novo"

Jogo do Vélez teve bandeira com soco em Edmundo ao fundo - Reprodução TV - Reprodução TV
Jogo do Vélez Sarsfield com bandeira ao fundo em alusão ao soco de Zandoná em Edmundo
Imagem: Reprodução TV

O UOL Esporte entrevistou Zandoná, em 2016, no blog "Patadas y Gambetas". Na ocasião, o ex-jogador do Vélez Sarsfield disse não se arrepender do soco desferido em Edmundo:

"'Estava 3×0. Não há paciência que banque um adversário ficar do seu lado rebolando, falando coisas e te dando tapa. Ali, quis fazer justiça lhe dando um soco bem forte. Estávamos em mau momento e saindo da Copa. O episódio significou uma catarse para todo o time. Se houvesse outra situação assim, faria de novo".

Provocação ao Fluminense

No último sábado, no decisivo jogo da final do Campeonato Carioca, a torcida do Flamengo já havia provocado o Fluminense com um mosaico com uma frase distorcida do hino original tricolor: "Quem espera nem sempre alcança", acompanhado de troféus que o Rubro-Negro possui e o rival não. Em outro canto da arquibancada, também lia-se a letra "C", em alusão à Terceira Divisão que o clube das Laranjeiras disputou em 1998.

Anteriormente, a torcida do Flu já havia provocado à do Fla com mosaicos de carrascos do Rubro-Negro: um da dupla Washington e Assis, conhecida como "Casal 20" na década de 80, e outro de Renato Gaúcho, que fez o famoso "gol de barriga" em 1995.

Ministério Público proibiu mosaico provocativo em SP

Mosaico da Gaviões da Fiel no estádio do Corinthians antes do clássico com o Palmeiras - Reprodução/Internet - Reprodução/Internet
Ministério Público determinou retirada de mosaico da torcida do Corinthians em jogo contra o Palmeiras
Imagem: Reprodução/Internet

No dia 3 de março, a Gaviões da Fiel — principal organizada do Corinthians — preparou um mosaico com as inscrições 'Mundial 2000 - 2012' e 'Nunca serão' na Neo Química Arena para receber o rival Palmeiras no Campeonato Paulista. Na ocasião, a Polícia Militar informou que as frases eram provocativas e solicitou a retirada do desenho alegando recomendação do Ministério Público. Tanto a torcida como o clube explicaram que não haveria tempo hábil para a retirada e, por isso, ambos foram convocados pelo MP a prestarem esclarecimentos.

Um mês depois, foi a vez da Torcida Jovem do Santos ser punida pela Polícia Militar por conta de um mosaico provocativo ao Corinthians que dizia: "109 anos na Primeira Divisão". A autoridade achou a frase ofensiva e, como punição, proibiu a organizada santistas de utilizar qualquer tipo de adereço no jogo contra o The Strongest (BOL) pela Copa Libertadores.

No Rio de Janeiro, porém, nenhuma autoridade interviu em mosaicos nos estádios até o momento.