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Pressionado, SPFC tenta conter ansiedade para validar plano rumo à final

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Guilherme Amaro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/05/2021 04h00

Pressionado pelo jejum de nove anos sem títulos, o São Paulo tem agora menos de 48 horas para controlar os nervos antes de ir a campo no Allianz Parque para enfrentar o Palmeiras, pela final do Campeonato Paulista, amanhã (20), às 22h (de Brasília). O tamanho da decisão para o Tricolor pode ser medido pelo fato de ter jogado duas rodadas da Libertadores com reservas —e feito apenas um ponto nelas, deixando agora sua campanha no torneio continental sob risco.

Ao ser questionado sobre a ansiedade do elenco para tirar o São Paulo da fila, o goleiro Tiago Volpi procurou rechaçar o sentimento e falou que o que predomina no elenco seria a "gana". Ao mesmo tempo, só sublinhou a urgência com que o time encara a decisão que se avizinha. Ele é um dos líderes do grupo e foi o único titular que iniciou a partida contra o Racing-ARG, que encerrou uma invencibilidade de 14 jogos da equipe, ontem.

"Quando se trata de São Paulo, o título tem que estar sempre permanente na cabeça de cada um. É um clube muito grande, que há muito tempo não ganha, então estamos com muita vontade. Ansioso não é a palavra correta. O grupo está com muita vontade e muita gana de voltar a fazer o São Paulo ser campeão, e temos no Estadual uma grande oportunidade", disse Volpi. Dando clara prioridade ao mata-mata do Paulista, o Tricolor poupou os titulares nos últimos dois jogos da Libertadores, no empate por 1 a 1 com o Rentistas-URU e na derrota por 1 a 0 para o Racing-ARG. Os resultados impediram, até agora, a classificação antecipada do Tricolor às oitavas do torneio continental. É o fardo carregado por um time hoje obsessão pela conquista de uma taça.

"É uma decisão de Estadual, que para muitos pode não ter uma importância, mas para a gente tem. Só nós sabemos o quanto temos trabalhado para chegar aonde estamos hoje. Lógico que queríamos ganhar [contra o Racing], mas está todo mundo concentrado e focado nessa final de Estadual. Depois na próxima semana pensamos na Libertadores", afirmou Volpi, referindo-se ao último jogo da fase de grupos do torneio continental, na terça-feira que vem (25), diante do Sporting Cristal, ainda no Morumbi.

O técnico Hernán Crespo, por sua vez, defendeu a estratégia de usar basicamente os reservas contra o Racing. Considerou o revés contra seus compatriotas argentinos um "acidente de percurso". Agora, quando questionado sobre a final contra o Palmeiras, Crespo mudou de assunto. Ele apenas festejou poder contar com Daniel Alves e Luciano, que estão recuperados de lesão e entraram no segundo tempo diante do Racing.

Do outro lado, o Palmeiras também poupou titulares e foi derrotado em casa por um adversário argentino ontem. Mas a equipe já estava classificada —e em primeiro lugar. Só a partir daí que o técnico Abel Ferreira inverteu a "escala" em seu rodízio e passou a usar a equipe alternativa pelo torneio continental. Em que pesem as derrotas pela Supercopa do Brasil e pela Recopa Sul-Americana, o Verdão sabe que joga com o respaldo de três troféus da temporada passada.

O São Paulo não conquista um título desde 2012, quando venceu a Copa Sul-Americana. A última vez que o Tricolor conquistou o Campeonato Paulista foi em 2005. Após a frustração de ter liderado o Brasileirão e derrapado na reta final do campeonato na temporada passada, o elenco agora tem pouco tempo para estudar o Palmeiras e, ao mesmo tempo, administrar o emocional para administrar tentar tirar o clube da fila.

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