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Reservas salvam má atuação do Flu de Roger, que segue líder na Libertadores

Caio Paulista saiu do banco para marcar o gol da vitória de virada do Fluminense sobre o Santa Fe na Libertadores - Sergio Moraes-Pool/Getty Images
Caio Paulista saiu do banco para marcar o gol da vitória de virada do Fluminense sobre o Santa Fe na Libertadores Imagem: Sergio Moraes-Pool/Getty Images

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/05/2021 04h00

O Fluminense venceu o Independiente Santa Fe por 2 a 1 de virada na Libertadores e se aproximou da classificação às oitavas de final. O resultado, entretanto, foi garantido pelos reservas, que resolveram o jogo após má atuação da equipe de Roger Machado.

Líder do grupo D da competição, o Tricolor dependeu demais dos lampejos e virou o jogo por conta de seus destaques individuais. Coletivamente, o time foi desorganizado.

Se não fosse o brilho da joia Kayky, que fez grande jogada para tornar Fred o terceiro maior goleador brasileiro da história da Libertadores, o Flu passaria apuros no Maracanã. Em uma bola, o jovem de 17 anos mostrou porque o Manchester City correu para contratá-lo antes mesmo de sua estreia como profissional.

Em sua coletiva de imprensa, Roger pode ter discordado das análises que viram um Tricolor frágil na marcação pelo meio, mas sabe que precisará corrigir os problemas da equipe.

"Por vezes a gente não consegue nem curtir uma vitória em função de questionamentos por ter vencido e não convencido. Vencer que é bom, os três pontos que são bons. Quando conseguirmos jogar, priorizaremos a posse da bola, quando não conseguirmos vamos competir. Mas o torcedor vai dormir feliz hoje, sim, mesmo tendo sofrido", declarou o treinador.

Destaques em 2020, Luccas Claro, Calegari e Martinelli mais uma vez tiveram atuações um pouco abaixo do que já demonstraram, o que pode ser só má fase técnica, mas também reflexo das mudanças táticas feitas pelo treinador em relação aos seus antecessores. O zagueiro, em especial, falhou mais uma vez no gol de González, e não faz boa Libertadores.

Não fosse o belo passe de Cazares para Caio Paulista virar o jogo, em demonstração de força do elenco, Roger Machado seria cobrado por trocar apenas peças e não mexer na estrutura da engrenagem que não deu certo até o Flu empatar o marcador. Espaçado e aberto pelo centro, o Tricolor não conseguia criar nem conter os avanços do Santa Fe, que encerrou a rodada na lanterna da chave e precisa de um milagre para se classificar às oitavas.

Os reservas resolveram o jogo e mostraram também que Roger tem estrela. Mais até do que juízo. O Fluminense se ressentia de força na marcação contra um time colombiano em superioridade numérica no meio de campo.

Na frente, Nenê só não foi peça nula — não por sua culpa — e atuou por 70 minutos. Yago e Martinelli, sobrecarregados, tampouco conseguiam aparecer muito no ataque. Nas laterais, Calegari e Egídio tiveram dificuldades com os pontas do Santa Fe e acabaram deixando o Tricolor dependente de Kayky e Fred. A dupla mostrou que funciona, mas nem sempre será assim.

"A nossa equipe é sólida. O adversário, embora tenha tido maior volume de jogo, as vezes que finalizou foi de fora da área ou desequilibrado. Temos média de menos de um gol sofrido por partida. Isso denota que é sólida a defesa. A questão é que estamos enfrentando dentro de um grupo duas equipes excepcionalmente talentosas no manejo da bola, que têm em sua característica a posse de bola. Inevitavelmente vai sofrer um pouco mais. A equipe deles nos surpreendeu marcando alto dentro do nosso estádio", disse Roger.

Surpreendente ou não, o Independiente Santa Fe fez o Fluminense sofrer muito mais do que esperava. Não fosse a falta de pontaria, principalmente no primeiro tempo, os colombianos poderiam até ter maior vantagem.

Reservas, Cazares, Caio Paulista e Gabriel Teixeira mostraram que estão na briga por uma vaga no time titular, mas não necessariamente mexidas simples resolverão os defeitos mostrado pela equipe, que atuou de forma reativa em sua casa.

"Nossos dois gols foram de contra-ataque. Por mais por vezes que dentro de casa pareça que estamos jogando como visitante, a estratégia contra um time que se abre muito, usa uma linha de três muito em amplitude, vai dar o contra-ataque. Então por vezes é estratégia do jogo, por outras uma tentativa de marcar mais alto. O time ficou espaçado pela qualidade do adversário, mas quando a gente retomou, sobretudo no segundo tempo, conseguiu encaixar os contra-ataques que nos deram essa virada e esses três pontos importantes", disse.

Com oito pontos, o Fluminense é o líder do grupo D da Libertadores. Na próxima rodada, a equipe de Roger Machado enfrenta o Junior-COL, na terça (18), às 21h30. Antes, o Tricolor disputa o primeiro Fla-Flu pela final do Campeonato Carioca, no sábado (15), às 21h05. Ambos os jogos serão no Maracanã, e o treinador precisará corrigir alguns pontos para as duas competições.

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