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ANÁLISE

Mauro: PSG esperava que Neymar fosse a liderança técnica que ele não é

Do UOL, em São Paulo

06/05/2021 12h00

O brasileiro Neymar prometeu a classificação, mas não conseguiu levar o Paris Saint-Germain a mais uma final de Liga dos Campeões e acabou criticado nas avaliações sobre a partida na qual seu time foi derrotado pelo Manchester City por 2 a 0, com uma atuação discreta do camisa 10.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL, Mauro Cezar Pereira analisa as críticas feitas ao desempenho do jogador na imprensa europeia e o que ele entregou em relação ao que se espera de um jogador que é o mais caro da história do futebol, tendo sido contratado para decidir jogos grandes, o que não conseguiu em Manchester.

"Em qualquer atividade profissional, se você é o cara mais bem pago, se você é o cara mais caro, se você é o cara que custa mais para a empresa ou para o clube, é porque você é o mais importante, é porque faz melhor, é porque você tem um talento que nem todos têm, ou que ninguém tem naquele grupo de profissionais, então você tem que ser um cara especial. Eu acho que o caso do Neymar, para mim o que ficou claro nessa passagem do PSG até agora, que o PSG esperava que ele fosse a liderança técnica que ele não é, o cara que na hora difícil vai comandar o time até como liderança técnica e psicológica", diz Mauro Cezar.

"À medida que o time não ajuda, você percebe que ele vai desmoronando junto, então ele quer resolver sozinho, ele não passa a bola, até por isso, ele sabe disso, 'eu tenho que resolver esse negócio, eu tenho que fazer alguma coisa. Já que não está funcionando com os outros, eu vou sozinho', e não vai, porque o individualismo cada vez menos pesa com esse jogo coletivo muito forte, ele vai ser o tempero, o algo mais, que é o que ele tem que ser", completa.

O jornalista afirma que, assim como rende benefícios, o alto custo do jogador também carrega a responsabilidade de ser decisivo quando o Paris Saint-Germain precisa, fato que no momento de uma eliminação dá a ele um peso maior na avaliação negativa.

"Neymar sempre vai ter uma expectativa ao seu redor proporcional ao que ele custa, ao que ele vale, e ele ganha muito dinheiro com isso, não é só da transação, o que para o PSG, é muita mídia e tudo, então é uma fortuna. Se você ganha muito dinheiro, custa muito dinheiro, você vai ser mais cobrado, é automático, não dá para você ser o Neymar na hora ali de ser estrela e na hora de uma eliminada ele vai dividir com o Diallo a responsabilidade da eliminação", conclui.