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ANÁLISE

Mauro Cezar: Passagem do Hazard pelo Real Madrid é um negócio inexplicável

Do UOL, em São Paulo

06/05/2021 04h00

Jogando a disputa de uma vaga na final da Liga dos Campeões em Stamford Bridge, o técnico Zinedine Zidane apostou no belga Eden Hazard na partida contra o Chelsea, mas o jogador que tanto brilhou há alguns anos no clube londrino, mais uma vez decepcionou com a camisa do Real Madrid e não evitou a derrota por 2 a 0 que marcou a eliminação nas semifinais.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL, Mauro Cezar Pereira afirma que foi difícil entender a escolha de Zidane por Hazard, tendo o treinador mudado a estrutura do time para colocar o belga entre os titulares, além da insistência com ele no segundo tempo, quando Vinícius Júnior foi o escolhido para ser substituído.

"Foi um negocio até difícil de entender, porque o Hazard fez o 18º jogo dele na temporada apenas e por que acreditar que o Hazard poderia mudar os rumos do jogo alterando a formação da equipe, as características, tirando do seu habitat o Vinícius e colocando em uma função diferente, então a entrada do Hazard e a sua permanência em campo, ela representou mudanças não numa posição, mas no funcionamento do time no todo", diz Mauro Cezar.

"Foi uma tentativa que ele poderia ter corrigido durante o jogo, mas ele manteve e no segundo tempo continuou abraçado à ideia, mesmo com algumas alterações, e o Hazard sem a menor condição. Aliás, a passagem do Hazard pelo Real Madrid é um negócio inexplicável, um jogador que sempre esteve em boas condições, jogando pelo Chelsea, que ele hoje enfrentou, sendo o melhor driblador temporadas seguidas na Premier League, uma liderança técnica, e o cara engorda, vai treinar, está com aquela barriguinha dele, não tem condição física, entra e não joga, é impressionante a transformação para pior", completa.

Mauro afirma que Zidane aparentemente apostou no nome e no histórico do jogador belga, mas sem considerar que até o momento a sua passagem pelo Real Madrid não teve brilho, além do fato de a tendência maior de um jogo coletivo estar superando a aposta em individualidades.

"Apostou no nome pesado, é aquela história, o individualismo não vai mais decidir tanto no futebol como antes, essa final mostra que o jogo coletivo é muito importante e que não adianta você achar, 'o Hazard é um craque, vou colocar e ele vai resolver'. Não vai resolver, é muito difícil que aconteça, então foi difícil entender o porquê da permanência depois de tanto tempo, se a ideia tivesse dado certo, ok, mas era claro que não estava funcionando", conclui.