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OPINIÃO

Mauro: Final é justa, City e Chelsea foram muito melhores nas semifinais

Do UOL, em São Paulo

05/05/2021 20h06

A Liga dos Campeões terá pela terceira vez na história uma final entre dois clubes ingleses, com Manchester City e Chelsea se enfrentando no dia 29 de maio em Istambul, após terem vencido respectivamente o Paris Saint-Germain e o Real Madrid nas semifinais, ambos com 2 a 0 no segundo jogo, com o time dirigido por Pep Guardiola em busca do primeiro título, enquanto o de Thomas Tuchel tenta o segundo. As duas finais anteriores entre ingleses foram em 2008, com o Manchester Unted batendo o Chelsea nos pênaltis, e em 2019, quando o Liverpool fez 2 a 0 no Tottenham.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL sobre a Liga dos Campeões com os jornalistas Julio Gomes, Mauro Cezar Pereira e Rafael Oliveira, as semifinais da competição europeia são analisadas e com os resultados considerados justos de acordo com a forma como se desenvolveram os confrontos, até com uma superioridade acima do esperado.

"A final é justíssima, os dois foram muito melhores do que os seus adversários nas semifinais, acho que foi uma superioridade muito clara e no caso específico que até do Chelsea com relação ao Real Madrid maior do que a do City sobre o PSG pelo primeiro tempo do PSG no jogo de ida, que eu acho que foi um momento de supremacia do PSG, que o Real Madrid não teve em momento algum esse confronto, jamais foi melhor", diz Mauro Cezar.

"Para mim foi uma final bastante justa, foram semifinais bem surpreendentes para mim, principalmente nessa superioridade, na diferença entre as equipes, eu não imaginaria, eu imaginava duas semifinais muito equilibradas, eu não imaginaria um Chelsea sendo tão superior em relação ao Real Madrid como foi, foi vantagem para bem mais do que o placar, acho que o agregado do confronto, se você olha ali o agregado, parece até que foi equilibrado e não foi, o Chelsea foi muito melhor nos dois jogos, o outro confronto acho que já foi mais equilibrado", completa Rafael Oliveira.

Rafael chama a atenção para o fato de dois clubes que tinham menor expressão há duas décadas chegarem à final justamente em um momento em que o futebol europeu viveu a criação frustrada de uma Superliga com os clubes mais ricos do continente.

"É uma final que eu acho que simboliza realmente as transformações dessas últimas duas décadas, seja pelo fortalecimento de clubes que conseguiram mudar completamente de patamar, de nível de investimento, e acho que é sempre interessante isso, como os recortes não são definitivos, a gente olhou para a Superliga sendo debatida, a ideia de tratar o retrato atual como se fosse algo eterno, esses são os gigantes", diz o colunista do UOL.

"Às vezes as coisas mudam, pode ser de forma natural ou artificial e aí eu não estou fazendo nem juízo de valor, que pode ser com uma injeção de dinheiro do nada, pode ser com uma construção ou uma desconstrução aos poucos, mas as coisas mudam e acho que essas mudanças são legais. Em duas décadas a gente viu o futebol inglês crescer muito enquanto liga, projetar diversos clubes e agora ter mais uma final entre ingleses e com dois ricos recentes, duas potências relativamente recentes", completa.

Rafael Oliveira: Chelsea investiu para ser candidato na Champions, mas não nessa

Em relação ao Chelsea, classificado hoje ao bater o Real Madrid, Rafael Oliveira analisa o trabalho do técnico alemão Thomas Tuchel, que foi vice-campeão na temporada passada no comando do Paris Saint-Germain, saiu no meio da temporada e agora leva o Chelsea à decisão com pouco tempo de trabalho, comparado ao longo período de Pep Guardiola no Manchester City, o outro finalista. Para o jornalista, a ideia do clube londrino era brigar pelo título europeu, mas talvez ainda não em sua edição atual.

"A ideia do Chelsea quando contrata o Tuchel não era pensar nessa Champions, era pensar que tinha naquele momento um treinador muito bom disponível no mercado, porque ele cai do PSG ali na virada do ano basicamente, o Chelsea tinha a pressão em cima do Lampard, teve um investimento muito alto e em alguns jogadores jovens, mas de peso, então o Chelsea investiu para ter um time candidato à Champions, mas provavelmente não nessa temporada", diz Oliveira.

"O que o Chelsea precisava priorizar era se classificar para a próxima, não ficar fora da Champions, porque aí sim seria um desastre do ponto de vista de retorno do investimento, agora, conseguir transformar esses caras que chegaram tão rapidamente em um conjunto muito forte, aí foi um mérito acho que muito mais rápido, em um tempo muito mais curto do que o esperado", conclui.