Topo

Consolidado, PSG convive com "amareladas" e sofre para dar próximo passo

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/05/2021 04h00

Após o massivo investimento financeiro recebido, o PSG se transformou rapidamente e com sobras na melhor equipe da França. Não à toa conquistou sete dos oito títulos nacionais que disputou desde que foi comprado pela Qatar Sports Investimets, em agosto de 2011. A missão era repetir a dose na Europa. Grandes jogadores foram contratados, e Neymar virou o grande líder. A equipe claramente mudou de patamar e está consolidada como uma das maiores potências do continente.

Há um porém. O Paris tem avançado às fases decisivas, mas sofre para dar o próximo passo: vencer a Liga dos Campeões. A melhor campanha foi no ano passado, quando chegou à final, mas viu o Bayern de Munique de Lewandowski vencer por 1 a 0. Na atual temporada, chegou muito bem à semifinal, mas sofreu duas derrotas para o Manchester City de Guardiola e acabou eliminado.

Antes, o PSG foi eliminado sempre nas oitavas ou quartas de final - o Barcelona é o maior carrasco tendo eliminado os franceses em três oportunidades. O City, com o triunfo da última terça-feira (4), sobe nesse ranking e assume a segunda colocação.

Neymar, o líder

Não é possível negar que há uma certa decepção com Neymar de maneira geral. O camisa 10 chegou como principal jogador do time e postulante ao prêmio de melhor do mundo. Em 2017, o PSG contratou o jovem Mbappé, que havia se destacado no Mônaco. A joia francesa teve grande evolução no clube e na seleção e passou a dividir o protagonismo com o brasileiro.

Neymar reage na partida entre PSG e Manchester City na semifinal da Champions - REUTERS/Phil Noble - REUTERS/Phil Noble
Imagem: REUTERS/Phil Noble

Juntos formam uma das melhores duplas do mundo, mas, individualmente, Mbappé já acumula números melhores que os de Neymar desde o ano passado. Nesta temporada, o francês soma 40 gols em 48 jogos, enquanto o brasileiro balançou as redes 15 vezes em 27 partidas.

No segundo jogo da semifinal, o brasileiro também não conseguiu repetir as boas atuações sem Mbappé, que está lesionado, ao seu lado. Neymar brigou, reclamou, caiu. Mas não conseguiu produzir em campo: só conseguiu chutar para o gol no último lance do jogo, em uma cobrança de falta que foi para fora. Ele ainda deu outros quatro chutes para o gol, mas todos foram bloqueados pela zaga do City. A revista "France Football" deu nota 2 para o brasileiro e definiu o seu desempenho como "catastrófico".

Além disso, Neymar chegou a sete jogos sem marcar em jogos de mata-mata na Liga dos Campeões. Na ausência de Mbappé, o PSG não foi capaz de atingir a reação que precisava e nem sequer conseguiu acertar o alvo nas 14 finalizações realizadas diante do City.

E o futuro?

O PSG, agora, vive momento de incertezas. Logo de cara, o clube terá de resolver as situações de Neymar e Mbappé, que estão em fim de contrato: até junho de 2022. O brasileiro já deu várias entrevistas sobre o assunto e disse que o interesse é seguir em Paris. O francês, por outro lado, tem sido especulado por gigantes europeus e pode respirar novos ares.

Além disso, o clube francês já demonstrou interesse na contratação de Lionel Messi para a próxima temporada. Não se sabe se isso será uma resposta à possível saída de Mbappé ou se a expectativa é juntar os três craques no mesmo time.

"O futuro de Neymar e Mbappé? Não é o momento de fazer anúncios... Queremos manter nossas estrelas e continuar com esse grupo. Pochettino chegou há poucos meses, o projeto acabou de começar", disse Leonardo, dirigente do PSG, à Sky Sports Itália após a eliminação.