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ANÁLISE

Juca: Flamengo deve se preocupar com o Vélez, o Carioca é para experiências

Do UOL, em São Paulo

19/04/2021 18h00

Campeão brasileiro e da Supercopa do Brasil pelo Flamengo, o técnico Rogério Ceni voltou a receber críticas de torcedores do clube após a derrota para o Vasco no clássico disputado na última quinta-feira (15), no Maracanã, além do empate com a Portuguesa no sábado (17), pelo Campeonato Carioca, em uma semana que o futebol brasileiro ainda teve os treinadores Abel Ferreira, do Palmeiras, e Cuca, do Atlético-MG, como alvos.

No podcast Posse de Bola #118, Juca Kfouri analisa os três casos, vê um exagero de torcedores que acaba turbinado pela manifestação em redes sociais e ressalta que no caso do Flamengo a preocupação deve ser com a Libertadores e não com o estadual.

"O Flamengo acabou perdendo do Vasco, para o rival, que não perdia não sei lá quantos anos, 17 jogos, depois põe o time reserva e não é capaz de ganhar da Portuguesa carioca, ainda toma 2 a 0, tem que se virar para empatar o jogo. Que grande crise no Carioquinha. O Flamengo tem que se preocupar é com o jogo desta terça-feira com o Vélez Sarsfield, na Argentina", diz Juca.

"Vasco e Portuguesa, me desculpe o torcedor rubro-negro mais fanático, realmente é para fazer experiências e o Rogério está fazendo experiências. Invenções, professor pardal, é a hora. Vamos ver como é que o Flamengo se comporta contra o Vélez", completa.

O jornalista afirma que a pressão sobre os técnicos é típica do futebol brasileiro, com o surgimento de crises que muitas vezes não são reais, citando o caso da pichação nos muros do Palmeiras após a derrota no clássico diante do São Paulo.

"É típico do jeito do brasileiro olhar para o futebol, principalmente do jeito de o torcedor olhar para o futebol, da complacência das direções dos clubes quase todos em relação ao comportamento do torcedor, agravado pelo fato de termos uma pandemia que faz com que as manifestações sejam todas até aumentadas nas redes anti-sociais. Então, cria-se aí uma aparente crise, no caso do Palmeiras sabe-se lá se mais do que um torcedor foi lá e fez uma pichação e essa pichação é fotografada, é distribuída mundo afora e isso vira uma manifestação da torcida do Palmeiras", diz Juca.

Em relação ao Palmeiras, o colunista do UOL afirma que o futebol do time não será diferente do que tem sido apresentado, que é o que levou o clube a conquistar a Libertadores e a Copa do Brasil há poucos meses com Abel Ferreira.

"Está na cara que o Palmeiras será esse, que esse é o jeito do Abel. O Palmeiras que jogou na sexta-feira contra o São Paulo, que não era o Palmeiras titular, jogou do mesmo jeito que o menos titular ainda jogou ontem em Ribeirão Preto, porque este é o jeito Abel Ferreira de jogar futebol, ligação direta, quem estiver na frente que seja rápido para pegar a bola e tentar fazer o gol no contra-ataque", diz Juca.

"Esse é o Abel, assim ele ganhou duas taças e assim ele seguirá eventualmente para ganhar mais taças ou não. Se ele foi para o lugar do Vanderlei Luxemburgo para fazer uma nova academia, está na cara que não fará, não é esse o projeto dele, então errou a diretoria do Palmeiras ao contratá-lo. Agora, você não vai me dizer que algum diretor do Palmeiras foi ver o jeito que o PAOK jogava na Grécia para contratar o Abel Ferreira", completa.

Dos três clubes com elencos fartos e a cobrança por bom futebol, o caso do Atlético-MG é o que chama mais a atenção pelo fato de Cuca ter encontrado dificuldades mesmo com seus principais jogadores em campo no jogo diante do Boa Esporte.

"O caso do Galo é caso, digamos, mais preocupante porque, embora só agora no meio da semana contra o La Guaira, seja lá o que isto for, na Venezuela, vamos ver se os dez dias que o Cuca pediu terão sido suficientes para que o Atlético-MG jogue um pouco de futebol, com o elenco que tem, com o time que já vinha jogando. O Atlético-MG está mostrando, de fato, muito pouco", diz Juca.

"O atleticano tem motivos para estar mais desconfiado, esperava alguma coisa do Cuca, mas nas três situações estamos falando de pressa, estamos falando de ansiedade, de impaciência e desta vida dura que têm os treinadores de futebol no Brasil, razão pela qual ganham as fortunas que ganham, que paga o salário-insegurança", conclui.

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