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Grêmio vive novo trauma, e cresce pressão pela saída de Renato Gaúcho

Ettore Chiereguini/AGIF
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

15/04/2021 04h00

Depois das eliminações contra Flamengo e Santos, com goleadas em 2019 e 2020, o Grêmio tenta digerir a queda na fase preliminar da Copa Libertadores de 2021. As duas derrotas para o Independiente Del Valle-EQU têm ares de trauma, sim. Pelo impacto financeiro, mas também na moral, e pela forma como o revés aconteceu. Nos bastidores do clube, a pressão pela saída de Renato Portaluppi cresceu. O futuro do treinador deverá ser assunto em reunião ainda hoje (15).

A diretoria deve se reunir ao longo do dia para avaliar os efeitos da eliminação: o investimento em reforços, negócios em andamento, planejamento a curto e médio prazo e a situação da comissão técnica serão temas abordados.

Segundo apurou o UOL Esporte, a declaração de Cláudio Oderich, vice-presidente e integrante do Conselho de Administração —de "não descartar a saída do treinador"— não é fato isolado. Internamente, a corrente que quer mudança ganhou adesões, mesmo que o clube tenha renovado seu contrato no mês passado. Ainda assim, Renato conta com apoio do presidente Romildo Bolzan Jr. para permanecer no cargo.

Renato está em vias de encerrar um período de isolamento, após testar positivo para covid-19 na segunda-feira (5). O treinador, contudo, participou ativamente da preparação para os jogos com o Independiente Del Valle-EQU. Na segunda partida, em Porto Alegre, manteve contato ainda mais direto com a comissão técnica ao longo do jogo.

Portaluppi deverá realizar exame ao longo do dia, para saber se encerra essa fase de distanciamento e pode até participar de encontros, de forma virtual, com a alta cúpula gremista.

Em 2019, o Grêmio levou 5 a 0 do Flamengo na semifinal da Copa Libertadores. Renato ficou, renovou contrato ao final da temporada e conquistou o Campeonato Gaúcho da temporada seguinte. Em 2020, a queda no torneio foi para o Santos, nas quartas de final, com direito a 4 a 1 na Vila Belmiro. Na sequência, o time foi à final da Copa do Brasil e o vínculo foi prorrogado antes mesmo da segunda partida decisiva e da derrota para o Palmeiras.

Nos dois episódios, a saída de Renato foi cogitada internamente por alas da diretoria. Mas com menos força. Agora, mesmo sendo somente um mês e meio após a mais recente renovação, a contestação ao treinador é maior. Tem mais apoiadores. A forma como as críticas vão ser colocadas e os argumentos da ala que defende a sequência serão decisivas.

O Grêmio volta a campo diante do Caxias, amanhã (16), em jogo atrasado da primeira rodada do Campeonato Gaúcho. No domingo, o compromisso é com o Novo Hamburgo, também pelo Estadual. E na quinta-feira (22), acontece a estreia na Copa Sul-Americana. O duelo é diante do La Equidad-COL, em Porto Alegre.