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Diretor do Corinthians explica redução da folha: "Em torno de R$ 1,7 mi"

Parque São Jorge, sede social do Corinthians  - Divulgação
Parque São Jorge, sede social do Corinthians Imagem: Divulgação

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

08/04/2021 23h13

Responsável pelo departamento financeiro do Corinthians, Wesley Melo participou da live organizada pela Gaviões da Fiel para detalhar o trabalho da atual gestão. Também membro da principal torcida do clube, o dirigente já havia se reunido com os representantes da organizada na semana passada e esclareceu publicamente alguns pontos que foram tratados na conversa.

"Nunca escondemos o tamanho da dívida. Sempre falamos que era algo relevante. Mesmo sem ter o balanço, disse que a dívida já era em torno de R$ 950 milhões. É um número relevante, é um número importante, é uma dívida alta. Dessa dívida, R$ 500 milhões é de curto prazo, o que é nossa expectativa de receita anual. Estamos trabalhando em várias frentes, uma foi a contratação da Falconi, uma das principais empresas de gestão do Brasil. É um trabalho de base na gestão administrativa e financeira. Uma outra frente é a negociação com a KPMG, que está vindo para ajudar com a dívida de mais de R$ 950 milhões que nós temos. Eles vêm para nos ajudar, estão acostumados a trabalhar com isso. É uma inspeção e vamos definir uma estratégia para negociarmos com nossos credores. Por outro lado, estamos trabalhando com um número mágico de 20% de redução. Estamos trabalhando para sair dessa situação", explicou Wesley Melo, reforçando o trabalho que vem sendo feito pelos funcionários de seu departamento.

O dirigente também detalhou o trabalho da diretoria para reduzir os custos, sobretudo no futebol profissional - responsável pela esmagadora maioria dos gastos do Corinthians. Melo lembrou que alguns contratos não foram renovados, que o clube está apostando nos garotos das categorias da base e que o movimento gerou reduções significativas na folha salarial.

"Projetamos uma redução no futebol. O grande custo do nosso clube é o futebol, é na parte de pessoas. Se cortarmos coisas na sede social, não terá o resultado que a gente espera. Temos feito isso. Muitos contratos não foram renovados. A folha estava em R$ 14 milhões e alguma coisa. Agora em fevereiro e março está na casa dos R$ 13 milhões. A redução está em torno de R$ 1,7 milhão. Isso significa que não vai ter contratação? Não. Pode ser que tenha, pode ser que o Roberto de Andrade, o Alessandro e o Mancini identifiquem que precise contratar alguém. Não adianta cortar o investimento e não ter um time competitivo. Para ter um equilíbrio das nossas finanças, precisamos ter um time competitivo por conta das premiações, que nos interessam muito", afirmou o diretor financeiro do Corinthians durante o bate-papo com a Gaviões da Fiel.

Embora reconheça o tamanho do problema com a dívida em quase R$ 1 bilhão, Melo explicou que o Corinthians está em dia com o salário do elenco e dos funcionários do clube. No ano passado, por meses seguidos, o Alvinegro atrasou os vencimentos e precisou utilizar o dinheiro da venda de Pedrinho para quitar os débitos com os jogadores e colaboradores do clube.

"A despesa de salário está em dia. Não devemos mais nada. Tínhamos dinheiro na conta e pagamos antecipado. Existem algumas pendências do ano passado de férias e de direitos de imagem e isso está no nosso balanço. Disseram que não havíamos pago os salários dos funcionários, mas é mentira. Pagamos todos", concluiu o dirigente.

A Gaviões da Fiel tem se aproximado da atual diretoria do Corinthians. A torcida pretende criar uma vaquinha virtual para quitar a dívida contraída com a Caixa Econômica Federal para a construção do estádio do Timão, em Itaquera, no extremo leste da cidade de São Paulo.

Veja outros temas abordados na live da Gaviões com o diretor financeiro do Corinthians:

Sobre a hipótese do Fiel Torcedor ter direito a voto nas eleições presidenciais do clube

"Sou super a favor. Tem muita gente que não é de São Paulo, mas está preocupada com o clube e pode influenciar na vida política".

Sobre geração de novas receitas para o Corinthians

"O Duílio e o Colagrossi determinaram que cada modalidade dentro do clube tenha um marketing específico. Precisamos encontrar uma maneira para que todos sejam autossustentáveis. Nosso compromisso é gerar novas receitas para aquele departamento específico, que precisam ser olhados de forma individualizada".

Sobre um plano emergencial interno

"O clube fechado gera uma economia. Os funcionários, a grande maioria, estão em casa. Não tem sócio frequentando o clube. Muitos funcionários estão de férias e isso está sendo feito na sede social. O mais importante é a disciplina orçamentária. O Corinthians trabalha para diminuir 20% dos custos, não é oficial, mas é como estamos trabalhando"

O clube estabeleceu um prazo para zerar a dívida?

"Não temos o objetivo de zerar a dívida. Precisamos reduzir a dívida, o nosso número é muito representativo e isso acaba nos afetando. Existe uma necessidade, mas nunca eliminar a dívida. Precisamos ter um equilíbrio com a nossa geração de caixa. Hoje, isso está desbalanceado. Zerar realmente não há necessidade. O que nós temos que fazer é aumentar as nossas receitas"

Sobre a destinação do dinheiro da venda do Pedrinho?

"Antecipamos o dinheiro e pagamos juros por isso. Fazia sentido, já que o Benfica queria pagar em vários anos. Todo esse dinheiro já veio e usamos para acertar valores do passado. Muito da polêmica foi por conta de um programa esportivo que disse que o Corinthians não pagou o empresário. Está pago, mas tinha uma pendência. Está acordado e nós vamos pagá-lo em 2022 e 2023. Foi a venda mais significativa do ano passado"

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