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Candidato à vaga no Corinthians, Lapa diz estar 'aguardando telefonema'

Lapa durante amistoso com o Marília no CT do Corinthians - Rodrigo Gazzanel/ Ag. Corinthians
Lapa durante amistoso com o Marília no CT do Corinthians Imagem: Rodrigo Gazzanel/ Ag. Corinthians

Yago Rudá

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/04/2021 04h00

O elenco do Corinthians tem uma carência na lateral-direita. Embora Fagner, o titular da posição, seja incontestável no CT Joaquim Grava, o grupo está sem um reserva fixo desde que Michel Macedo foi comunicado que não estaria nos planos da comissão técnica para 2021. No time sub-23, o garoto Higor Lapa, de 20 anos, surge como um dos candidatos à vaga.

Nascido em 2000 e com mais de um ano de registro pelo clube do Parque São Jorge, Lapa está apto a fazer parte da Lista B do Campeonato Paulista - reservada para os jogadores das categorias de base. O lateral, no entanto, ainda não foi convocado por Vagner Mancini para as atividades no CT Joaquim Grava e conta com a concorrência de outros dois pratas da casa: Igor Formiga, do sub-23, e Daniel Marcos, do sub-20.

Treinado por Danilo, ídolo do Corinthians e hoje treinador do time de aspirantes, Lapa não está frequentando o centro de treinamento. Todos os jogadores da base do clube, exceção aos garotos do time sub-17, estão em casa e realizando exercícios em casa. Mesmo assim, o lateral já foi comunicado de que sua oportunidade está próxima e aguarda apenas um telefonema para provar seu valor no time principal.

"Com a chegada do professor Danilo, que é muito próximo ao professor Mancini, ele passa muito para a gente o que está acontecendo lá (no profissional). Já tive conversas sobre a possibilidade de treinar no profissional, mas preciso estar preparado porque não sei o dia de amanhã. Houve conversas porque minhas atuações nos amistosos foram boas, meus números estão ótimos. Brinco com minha família e com meus amigos dizendo que a chuteira está na porta. Estou esperando só o telefone tocar", brincou o jogador em entrevista ao UOL Esporte.

Para acelerar o processo de transição da base para o profissional, Lapa contratou o personal Mauricio Faccio, que também trabalha com nomes como Fagner, Ralf, Dentinho e Elias. As atividades individualizadas lhe ajudaram a melhorar na carreira, e o aproximou do titular do Corinthians em sua posição. Embora ainda não conheça pessoalmente o dono da camisa 23 do Timão, o garoto da equipe sub-23 recebe conselhos do lateral.

"O Fagner fala que quer me ver logo lá (no profissional). Pede que eu não perca o meu foco, mantenha a concentração no meu objetivo. Também falamos sobre alguns treinamentos que ele comenta comigo, sobre me alimentar bem. São essas questões. É gratificante ver um ídolo seu te acompanhando, te mandando mensagem. É muito bom isso. A gente tem características parecidas, essa coisa da raça, da vontade, de ser Corinthians. É uma experiência legal", contou Lapa.

Por enquanto, o jogador está em casa e tem trabalhado de segunda a sábado com os preparadores físicos da comissão técnica do elenco sub-23. Depois disso, Lapa realiza mais uma sessão de treinos com seu personal. Tudo conversado e planejado com o clube. A meta é estar para o caso de Mancini telefonar e o convocar para algum treino no CT Joaquim Grava.

Confira outros trechos da entrevista com Higor Lapa:

Você tem lidado bem com a experiência de treinar em casa?

"Essa experiência começou em março do ano passado quando a pandemia se iniciou no nosso país e os treinos começaram a ser on-line durante uns quatro ou cinco meses. Agora, os treinos voltaram a ser remotos com atividades adequadas ao espaço que temos dentro de casa. É aquela coisa de se adaptar, mas tem sido treinos bons, com o auxílio da comissão técnica. Estamos fazendo o que é possível. Além disso, complemento minha semana com o Maurício, que é o mesmo personal do Fagner, e tem me ajudado muito para conseguir fazer o meu melhor quando eu voltar".

Como são esses treinos?

"Eles passam para a gente manter o foco e a concentração. Muitas vezes, as horas de sono não são as mesmas. Eles pegam muito no nosso pé para darmos o máximo e tentarmos manter aquela rotina que tínhamos antes da parada. Os treinos remotos são todos os dias com duração de uma hora ou uma hora e um pouquinho, e são importantes para conseguirmos manter nossa forma física".

Como tem sido a experiência de ser treinado pelo Danilo?

"O professor Danilo é um cara muito gente boa, muito carismático com a gente. É um cara acessível, é um paizão. Jogando pelo Corinthians, ele ganhou tudo. Às vezes, a gente para para pensar: 'poxa, olha a chance que a gente tem'. É uma alegria muito grande trabalhar com ele".

Ele é exigente ou faz o perfil 'paizão'?

"Ele é muito exigente em todos os sentidos, gosta que o time mantenha a posse de bola, mantenha a cadência do jogo. É um estilo bem parecido com o que ele tinha quando jogava. O professor Danilo conversa com todos nós, conversa muito comigo sobre tomar as decisões corretas na hora do jogo e do treinamento para que o nosso time consiga manter um bom papel dentro de campo, e para que ele também consiga criar boas estratégias".

O sub-23 apenas terá calendário no segundo semestre, com o Brasileirão de Aspirantes. Não é frustrante apenas treinar sem ter um objetivo definido no curto prazo?

"Antes da parada, nós fizemos uma pré-temporada depois que iniciou o ano do futebol. Conseguimos atingir níveis físicos e técnicos muito grandes. Eu, inclusive, estava com ótimos números. Tudo isso graças ao trabalho da comissão técnica. Uma vez por semana, nós fazíamos amistosos e todos foram muito bons. O nosso campeonato é só no segundo semestre, mas diariamente eram puxados jogadores para treinar com o profissional. Além de amistosos, os jogadores começaram a subir para o profissional para treinar. O sub-23 nunca foi tão utilizado como está sendo agora no Corinthians com o professor Mancini e o professor Danilo nos dando total apoio"

No ano passado, o sub-23 foi muito criticado pela torcida, sobretudo na época das eleições. Como vocês lidam com as críticas externas?

"É um projeto que o clube adotou e muitas vezes não é da noite para o dia que a gente vai ver as vitórias e colher os frutos. Hoje, se nós formos pensar no plantel do profissional, há alguns jogadores que estavam aqui com a gente (no sub-23) e agora estão lá. É um projeto que está no começo, mas está dando certo. Para nós (jogadores) é o dia a dia. Estamos nos preparando mentalmente e fisicamente para chegarmos lá e darmos o nosso melhor".

Hoje, o Mancini tem utilizado o Bruno Méndez improvisado na lateral-direita. O Michel Macedo já foi comunicado que não seguirá no clube e, portanto, tem uma vaga aberta na sua posição. Como fica a expectativa em ser convocado?

''A ansiedade e a expectativa vêm, é normal. Tenho certeza de que estou bem preparado para caso aconteça, eu vou estar à disposição do professor Mancini nesses testes que ele está fazendo. Me sinto preparado e disposto se o professor Mancini quiser me testar. Muitas coisas acontecem por conta do seu trabalho e eu tenho fé nisso, acredito no trabalho duro. Me sinto capacitado e preparado''.

Você é próximo do Fagner?

"Ainda não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, até mesmo por conta das restrições da pandemia, mas sempre trocamos mensagens no Instagram: alguns puxões de orelha e uma ou outra troca de informação. Como o nosso preparador físico é o mesmo, acaba que a gente acaba tendo muito contato".

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