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William cita parada cardíaca e diz que quer jogar como volante no São Paulo

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

01/04/2021 15h38

William foi apresentado como novo reforço do São Paulo na tarde de hoje (1º), no Morumbi. O atleta de 34 anos, que assina vínculo até o fim da temporada, relembrou o problema sofrido no coração, ainda durante a passagem pela categoria de base do Palmeiras, e também explicou como prefere jogar em sua chegada ao novo clube.

O atleta disse que costuma atuar como volante, seja como primeiro ou segundo homem de meio-campo. Hoje, o Tricolor paulista conta com Rodrigo Nestor, Luan, Daniel Alves e Liziero exercendo as funções.

"É um prazer representar o São Paulo, com história reconhecida mundialmente. Eu jogo como primeiro e segundo volante. Saí do Brasil jogando como meia, mas hoje jogo como primeiro e segundo volante. Às vezes jogo como terceiro homem de meio-campo. Em relação ao esquema que o Hernán Crespo está tentando armar hoje, é realmente como primeiro ou segundo volante", afirmou o meio-campista, que ainda acrescentou:

"Sobre disputar uma posição com o Dani, tem o Dani, tem o Luan, Liziero, Nestor, Tchê Tchê. Primeiro, eu tenho que vencer a mim mesmo, superar o que tenho para fazer. É uma competição saudável, o elenco vem bem. Dentro disso, estão todos os jogadores que já citei. Espero que o São Paulo vá bem".

O experiente jogador, que chega ao Morumbi depois da passagem pelo Toluca (MEX), falou também sobre o problema sofrido no coração ainda na adolescência.Na época em que estava nas categorias de base do clube alviverde, ele descobriu que tinha um bloqueio do ramo esquerdo, que é a interrupção parcial ou completa do pulso elétrico no lado esquerdo do coração, e sofreu duas paradas cardíacas.

"Sobre o coração, é um problema superado, difícil e complicado. Eu pude vencer esse desafio. Sempre faço um check-up geral, uma bateria de exames, fui aprovado mais uma vez e posso fazer o que mais gosto, que é jogar futebol. Eu consegui fazer o meu trabalho no passado e, hoje, represento um gigante", afirmou William.

"Tive um problema muito grave de saúde, duas paradas cardíacas. Hoje estou de pé porque Deus me deu forças e uma forma de sair do problema. A minha saída foi me aproximar de Deus e pedir força para superar tudo aquilo. Hoje, eu estou aqui, porque o senhor me permitiu novamente. A fé é algo que pode nos manter fortes e nos dar força para superá-la", completou.

O meio-campista ainda deu outras declarações sobre a sua chegada ao São Paulo. Confira, abaixo, mais trechos da entrevista coletiva de William na ida ao Morumbi:

Técnicos argentinos

"Trabalhei com dois treinadores argentino, Hernán Cristante, do Toluca, e com o Ricardo La Volpe. Não gosto de fazer comparação com meu estilo de jogo, uma hora tem tática muito forte, não permite desorganização dentro de campo e exxige que a gente trabalhe com intensidade".

Reencontro com o Palmeiras

"É uma rivalidade saudável, que a gente gosta de viver. Espero ganhar todos os clássicos e representar esse clube em qualquer campo, como ele merece ser representado. É uma rivalidade gostosa de viver e que merece ser vivida intensamente".

Lucidez na entrevista

"No decorrer da vida, todo ser humano tem a tendência de evoluir em todas as áreas e todos os aspectos. Alguns problemas de saúde, que vocês conhecem, me geraram ansiedade. Eu fui criando aos poucos a lucidez em campo, passo a passo, conforme os eventos da partida. Eu tenho 34 anos e já venho em uma bagagem grande dentro disso. Eu posso entender melhor o jogo. O futebol se trata de entender melhor o jogo. Eu tento entender o futebol para que possa resolver os problemas. Treinadores fizeram com que eu crescesse naturalmente para aproveitar melhor o jogo".

Possível ausência no Paulistão

"Não penso que isso possa atrapalhar algo. Meu retorno ao Brasil é para ajudar o São Paulo dentro daquilo que eles acham que sou capaz. Essas vagas em aberto serão ocupadas por jogadores que o Crespo acha importantes. Não venho como titular absoluto, venho para trabalhar com o intuito de ganhar a posição, ganhar o lugar. Nada vai mudar a minha intensidade no trabalho, sendo inscrito ou não. Vai ser uma decisão tomada por corpo técnico, diretoria... Estarei 100% disponível para fazer o meu melhor e ganhar a vaga".

Futebol brasileiro

"Eu venho sempre acompanhando o futebol brasileiro, principalmente nos últimos anos, pela amizade que tenho com alguns jogadores. A gente automaticamente começa a seguir porque cria um laço bacana. Um dos obstáculos que eu posso encontrar é a mudança em relação aos treinadores estrangeiros que estão chegando. Os dois últimos anos tiveram o Flamengo com técnico estrangeiro e o Palmeiras com técnico estrangeiro. Talvez, isso possa mudar um pouco o que vivi antes de sair do país. Mas nada me impede de somar. Quero chegar forte para ajudar o São Paulo a conquistar os títulos".

Amizade com Volpi

"O Volpi, nós nos aventuramos nessa churrascaria, não deu bom. Foi uma aventura, tentamos, mas acabou que não deu certo. É um cara espetacular, caráter positivo para o vestiário e para a vida. Tenho uma amizade muito grande com ele e com a família. Fico feliz em defendermos a mesma camiseta juntos novamente. Espero dias de glória ao lado dele aqui no São Paulo. Vamos tentar fazer brilhar a história do São Paulo, para colocar o São Paulo no topo em todos os campeonatos".

Muricy Ramalho

"O encontro com o Muricy foi legal, ele foi bacana. Quando fomos apresentados, ele disse: 'eu o conheço'. É um cara que conquistou tudo e representa hoje algo muito grande para o país. Não tivemos tempo de conversar ainda, até por causa do protocolo".

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