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Ele foi batizado com nome de algoz por pai ex-SPFC e encara Fla pelo Bangu

Edmundo, meia do Bangu, em ação pelo clube em partida do Campeonato Carioca - Caio Almeida/Bangu AC
Edmundo, meia do Bangu, em ação pelo clube em partida do Campeonato Carioca Imagem: Caio Almeida/Bangu AC

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

31/03/2021 04h00

Rival do Flamengo na noite de hoje (31), às 21h, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, pela sétima rodada do Carioca, o Bangu conta com um jogador de nome que dá calafrios no torcedor rubro-negro até os dias de hoje.

Batizado em homenagem ao ídolo vascaíno, o meia Edmundo é uma das armas de uma equipe que precisa se inspirar no ex-atacante para balançar a rede. Com apenas um gol no Estadual, o Alvirrubro é o penúltimo colocado e flerta com a Série B do torneio.

Edmundo, o do Bangu, foi homenageado por conta da idolatria do pai ao craque. Reinaldo Appolinário, ex-jogador com passagens por clubes São Paulo e Botafogo, venceu uma disputa familiar para dar ao filho um nome com pedigree de craque.

"Em relação ao nome, meu pai sempre foi fã do futebol dele, é um dos ídolos dele. Meu pai sempre quis ter um filho homem e ele brincava que ia se chamar Edmundo. Como a família toda falava que ele era louco e como ele gosta de ser do contra, ai que reforçou mesmo a ideia. Depois, meu tio disse que colocaria o nome do filho de Romário se ele colocasse o nome do filho de Edmundo. Hoje tenho um primo chamado Romário", disse o meia ao UOL Esporte.

Reinaldo e Edmundo - Acervo pessoal - Acervo pessoal
Imagem: Acervo pessoal

As semelhanças com o astro ficam apenas na certidão de nascimento. Mesmo que gosta de fazer o tal trabalho "de área à área", o banguense ainda busca a afirmação no mundo da bola. Após iniciar como titular no Carioca, foi sacado e iniciou no banco de reservas os últimos jogos.

Os percalços para vencer no futebol, no entanto, não são exatamente uma novidade para quem se habituou a acompanhar o pai Brasil afora. Calejado pelas incertezas, Edmundo chegou a colocar em xeque sua permanência na profissão, mas falou mais alto a paixão pelo esporte.

"Minha infância sempre foi muito agitada, nunca consegui ficar mais de um ano em uma escola. Passei minha infância rodando o Brasil inteiro vendo meu pai jogar, ele passou por 20 clubes. Como meu pai foi jogador, sempre foi meu sonho de infância jogar. Mas como toda criança, a gente acha que é fácil, que é só chutar uma bola que tudo vai dar certo e que você vai ganhar dinheiro. Uma das maiores dificuldades foi me profissionalizar, joguei toda a base no XV de Piracicaba. Quando foi para ir para o profissional, eles não me aproveitaram. Aí, fiquei parado em 2009, estava com 20 anos e esse é o momento que você pensa se vai seguir no futebol ou ajudar em casa. Continuei treinando, mas fiz alguns trabalhos no Uber. Não foi fácil", contou.

Para quem ainda luta por um lugar ao sol, o desafio de pegar o atual bicampeão do Brasileirão serve como motivação. Embora a tendência seja que o técnico Marcelo Marelli não o escale entre os titulares, Edmundo vibra com a oportunidade de aparecer em um duelo com essa visibilidade:

"Sobre o jogo, sabemos que não vai ser fácil. Vamos enfrentar o Flamengo completo, o atual campeão do Brasileiro. É um dos melhores times do Brasil, talvez seja o jogo mais difícil do Carioca. Mas estamos preparados, vamos ver o que nos espera. Nosso time é bom, a expectativa é boa", analisou.

A tarefa de Edmundo e seus companheiros não deverá ser das mais fáceis logo mais. Após 22 sessões de treino, os titulares voltam aos campos com a cabeça no Estadual, mas um olho na Supercopa do Brasil. Para parar os rubro-negros, o Bangu vai precisar de um time de "Edmundos" em Volta Redonda.

FICHA TÉCNICA:

FLAMENGO x BANGU

Competição: Taça Guanabara - Campeonato Carioca
Local: Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ)
Data: 31 de março de 2021, quarta-feira
Horário: 21h (de Brasília)
Árbitro: Grazianni Maciel Rocha
Assistentes: Michael Correia e Flávio Manoel da Silva

FLAMENGO: Diego Alves; Isla, Bruno Viana, Willian Arão e Filipe Luís; Diego, Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Rogério Ceni

BANGU: Paulo Henrique; Digão, Israel, Gabriel Cividini e Dionathan; Marcelo Mattos, Geancarlo, Geovani, Scheppa (Rafael Carioca), Daniel e Jean Carlos. Técnico: Marcelo Marelli