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Eder exalta Miranda em ida ao São Paulo e rebate críticas ao futebol chinês

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

31/03/2021 15h28

Eder Citadin foi apresentado pelo São Paulo na tarde de hoje (31). Em sua primeira entrevista coletiva pelo clube, o atacante apontou a importância de Miranda, com quem jogou na Internazionale e no futebol asiático, nas negociações e disse que a forma física não é uma preocupação depois da passagem de três temporadas pela China, onde defendeu o Jiangsu Suning.

O atleta de 34 anos, que assina contrato no Morumbi até dezembro de 2022, explica que o zagueiro Miranda foi fundamental para a sua escolha pelo Tricolor paulista no mercado da bola: "O Miranda, a gente fala que no futebol tem muitos companheiros, mas ele é um grande amigo. Vamos para o quinto ano juntos. eu fico muito feliz, porque seja na Inter ou na China, fomos felizes juntos. A gente teve um contato assim que ele estava pra fechar com o São Paulo. Ele me disse que os diretores perguntavam sobre as minhas condições. Os diretores perguntaram por mim, o presidente teve o primeiro contato. Depois falei com os diretores, assim começou a minha negociação".

A forma física em seu retorno do futebol chinês, problema enfrentado por Hernanes e Alexandre Pato inclusive no próprio São Paulo, também foi abordada pelo jogador. Ele crê que este não será um problema na chegada ao time comandado por Hernán Crespo.

"Estou me sentindo muito bem. Essa questão de idade, a idade é só um número, tudo vem da cabeça, da vontade que o jogador ainda tem de fazer tudo o que gosta. O jogador, quando chega a essa idade de 34 anos, mas tem vontade de treinar, de se sacrificar de modos de prevenção, a idade é só um número. Você fazendo tudo isso, se cuidando, treinando bem, treinando forte, tem todas as condições de dar o melhor. Não vejo nenhum problema. Sobre a volta ao futebol brasileiro, é normal que tenha o seu tempo para adaptação. Não só o Eder, mas todos que chegam ao Brasil precisam da adaptação", comentou.

"A diferença da China para Europa e a Itália é a visibilidade. Eu treinava mais na China que na Inter de Milão. Um treinador que é considerado o Mourinho da Ásia. É um nível muito bom de treinos. Nunca tive esse problemas. A minha média era boa na China. Como você falou do Hernanes e do Pato, não acompanhei muito, mas o Hernanes teve uma passagem bem boa. A segunda, eu não acompanhei muito. É a questão do sacrifício, quando você tem vontade de trabalhar e se cuidar. Durante a semana, tem a parte do treino forte para chegar à melhor forma possível. Pode ser uma adaptação, mas eu acho que é só um modo de adaptação e não de parte física", acrescentou.

Confira, abaixo, outros trechos da entrevista coletiva de Eder em sua apresentação no São Paulo:

Forma física: "Essa parte, o Chinês acabou em novembro. Depois de 20 dias que cheguei ao Brasil, comecei os treinamentos. Não é a mesma coisa treinar separado e treinar com o grupo. Eu cheguei em boas condições. É meu quinto, sexto treinamento com a equipe. Consegui terminar todas as atividades. Só assim para pegar ritmo. Estou em boas condições, é normal que falte tempo para chegar ao ritmo de jogo. Estou dentro do prazo que coloquei para a comissão e o departamento de futebol. Estamos dentro daquilo que a gente combinou".

Adaptação ao Brasil: "É normal que leve um pouco de tempo, mas a adaptação vem com o trabalho. Eu tento seguir ao máximo o que o mister Crespo tem pedido essas semanas, tentando me adaptar ao ritmo e àquilo que o treinador pede. Essa adaptação depende de tempo, mas não penso que terei muitos problemas com a adaptação".

Pandemia: "Esse é um assunto muito delicado, com tudo isso que o Brasil e o mundo estão vivendo. Nós, como jogadores, trabalhamos ao máximo todo dia para quando tiver a retomada do futebol, a gente estar em boas condições. A volta não depende de nós, isso cabe às autoridades. É um momento delicado para o Brasil e para todo o mundo. Não estava na Itália quando o país passou por aquele período difícil. A Itália está passando novamente a segunda fase, está mais ou menos como o Brasil, passando pela segunda onda. Quando terminou o campeonato na China, eu estava no Brasil quando tudo começou".

Gol em treino: "Vamos deixar para narrar no primeiro jogo oficial. No treino, o gol vale pouco".

Motivo da volta ao Brasil: "Quando eu vi o projeto do São Paulo, tive o primeiro contato com o presidente, disse que tive um contato da Itália, mas não deu certo em janeiro. Eu tinha a cabeça de ir à Itália em julho. Já tive outros projetos do Brasil, mas como o São Paulo chegou em mim, aquilo que me apresentaram e o que vi também do São Paulo no fim do ano passado, é um clube enorme, acompanhei jogos. O jeito que se aproximaram de mim me agradou muito. O que vi do São Paulo é importante. O time não conseguiu ganhar o campeonato, mas é um time muito interessante. É um time de muita qualidade, com meninos jovens e, agora, com jogadores mais experientes. Eu acho que isso é importante. O que me falaram do mister e o que estou vendo com a intensidade, o São Paulo pode fazer um ano muito importante. Essa foi a decisão, por isso, escolhi o São Paulo".

Conversa com Crespo: "A única conversa que tive com o mister foi de preparação, melhora com intensidade. Mantivemos esse modo da minha adaptação ao time, mas isso passa em segunda parte. O único jogador conta pouco. O que conta é o grupo. Ele não está passando nada individualmente, mas para o grupo inteiro o que ele quer. Ele passa o que a equipe precisa fazer para ter grande sucesso. Não tive conversa sobre posicionamento ou tática ainda"

Tratamento ao Crespo: "Eu chamo de mister, porque é o modo italiano, mas é um modo que sempre chamei os treinadores. Para ele, também é uma adaptação. Ele teve muito sucesso na Argentina e, como jogador, teve muito sucesso na Itália. É um modo de toda a experiência que ele pode passar para nós. Os meninos aqui também vão ajudá-lo na parte de comunicação, de tudo. Eu acho que ele já está bem adaptado e conseguindo transmitir o que ele quer ao grupo".

Libertadores: "Eu acho que a Libertadores é como jogar uma Europa League, uma Champions League, um campeonato à parte. Para o torcedor do São Paulo, que está acostumado a ganhar esse tipo de competição, é muito importante, é legal, é diferente".

Pandemia no Brasil e ansiedade da estreia: "Essa parte de pandemia é um assunto bem delicado, com tudo o que estamos vivendo, não só no Brasil, mas no mundo. Temos muito controle no nosso local de trabalho. Na parte nossa, a gente tem que tentar fazer o nosso trabalho a cada dia para quando as autoridades tentarem a volta do campeonato".

Escola italiana: "Então, posso te falar desses dias, no primeiro contato que tive com o mister Crespo e com o grupo, é que ele gosta de intensidade, nossos treinos são intensos, com muita pressão. É o único modo que posso dizer que a gente vem trabalhando muito. O grupo vem trabalhando muito bem. Essa parte de várias fases durante o jogo, com pressão ou menos pressão, o mister está trabalhando muito. Eu acho que o grupo do São Paulo tem muita qualidade e esses meninos, seja os mais jovens ou mais experientes, pode fazer muita coisa pelos torcedores".

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