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Santos: "Se falar que queria ir, estaria mentindo", diz Pituca sobre Japão

Diego Pituca se despede do Santos - Ivan Storti
Diego Pituca se despede do Santos Imagem: Ivan Storti

Gabriela Brino

Colaboração para UOL, em Santos

20/03/2021 04h00

"Se eu falar que queria ir, estaria mentindo", disse Diego Pituca, que teve os direitos econômicos vendidos pelo Santos ao Kashima Antlers (JAP), em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

O volante nunca escondeu seu amor pelo Peixe. Em toda oportunidade que teve, citou o sonho realizado ao defender o clube do coração. Mas, além do perfil que deu "match", o jogador se tornou pilar no meio-campo do Peixe na temporada passada, quando o clube chegou à final da Copa Libertadores. Por isso, a negociação foi tão dolorida para o torcedor, que se apegou ao sorridente Diego Pituca.

A negociação rendeu US$ 1,6 milhão (R$ 8,2 milhões na cotação da época) aos cofres do Alvinegro praiano. A quantia foi suficiente para solucionar algumas dívidas. E esse foi um dos motivos que fez Pituca aceitar a ideia de deixar a Baixada Santista: ajudar o Santos a respirar um pouco financeiramente.

Maria Alice

A ajuda de desafogo às cifras do Santos foi um dos motivos que o fez ir para o futebol asiático, porque este não foi o principal. O que mais encheu os olhos do jogador de 28 anos foi a oportunidade de dar um futuro melhor a sua primogênita Maria Alice, de 9 meses.

Pituca e sua filha Maria Alice - Ivan Storti - Ivan Storti
Diego Pituca e sua filha Maria Alice
Imagem: Ivan Storti

"Quando recebi a proposta do Kashima, o Adalberto [Almeida, seu empresário] veio falar comigo. Ele enviou ao [Orlando] Rollo [ex presidente santista], e o [Felipe] Ximenes [superintendente de futebol na época] ainda era o diretor. Adalberto me ligou, falou o valor da proposta. Eu disse: 'você sabe que eu quero ficar no Santos, o carinho que eu tenho pelo clube. Mas com a chegada da minha filha mudou, né? Eu quero algo melhor... Para dar um futuro melhor para ela', disse Pituca.

O desafio de estar em um novo país também motivou Pituca a aceitar a ideia de um novo destino para seguir a carreira. Ele demonstrou curiosidade com o estilo de futebol totalmente diferente do Brasil, mas deixou o recado: se precisar, ele volta.

"Eu falei que queria ir para lá, era uma coisa nova para mim. Uma das coisas que me fez aceitar foi isso: novo país, novo futebol. Mas deixei bem claro para o presidente, a todos. Que qualquer coisa que aconteça no Santos, sabem onde me achar, que eu volto", acrescentou.

Renascimento na pandemia

Maria Alice foi decisiva não só no momento do "sim" para a negociação, mas também um grande fator de superação na vida de Pituca.

Em meio a quarentena motivada pelo coronavírus, o volante perdeu sua avó Alice, em abril do ano passado. O volante, que era muito apegado a ela, contou que foi um período difícil em sua vida, mas pontuou que no mês seguinte teve a maior felicidade de sua vida.

"Ano passado, eu tive uma perda grande, que foi minha avó. Ela veio a falecer. Me incomodou muito, porque eu era muito apegada a ela. Mas no mês seguinte eu tive a maior felicidade da minha vida, que foi o nascimento da minha filha. E eu pude homenagear a avó da Lidiana [esposa] e minha avó no nome dela. Por isso ficou Maria Alice. Maria do nome da avó da Lidiana e Alice da minha avó. Isso aconteceu no auge da pandemia", relembrou.

Enquanto Pituca não pode viajar ao Japão devido às restrições e medidas restritivas pela Covid-19, o jogador está em Mogi Guaçu, interior do Estado de São Paulo. Por lá, ele treina com um personal trainer, se comunica com o técnico e comissão do Kashima Antlers e, acima de tudo, aproveita a família.

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