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ANÁLISE

Arnaldo: Talvez o grande clube mais interessado em parar seja o Santos

Do UOL, em São Paulo

05/03/2021 19h00

Nos últimos dias, os técnicos Abel Ferreira, do Palmeiras, e Lisca, do América-MG fizeram comentários sobre a pandemia em meio ao futebol, com o treinador do clube mineiro questionando a disputa da Copa do Brasil, com times atravessando o país em delegações numerosas para jogar. O presidente do Santos, Andrés Rueda, foi o primeiro dirigente a declarar preocupação, considerando difícil manter as competições em andamento no cenário atual, com o país batendo recorde de mortos pela covid-19.

No podcast Posse de Bola #105, Arnaldo Ribeiro e Mauro Cezar Pereira comentam a desconfiança que ambos têm com relação ao posicionamento de dirigentes, citando posições que foram contraditórias da parte deles em diversos momentos.

Arnaldo cita a declaração dada pelo presidente do Santos e considera que a paralisação seria boa no momento para o clube da Vila Belmiro ao levar em conta a recente troca de técnico, com Ariel Holan chegando e ainda não tendo comandado o time, além dos desfalques que o elenco tem devido à covid-19.

"Talvez o clube grande brasileiro mais interessado na paralisação atual do futebol seja justamente o Santos. Técnico novo argentino, que não teve que trabalhar, time de folga e com os jogadores principais com covid, com pré-Libertadores marcada para terça-feira", diz o jornalista.

"A gente não consegue, lamentavelmente, ver sinceridade e preocupação coletiva com dirigente de futebol, não consegue agora e não conseguia antes, então a gente tem que, de fato, desconfiar", completa.

Mauro cita a contradição no discurso de diferentes dirigentes, como Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, um ao se recusar a adiar o jogo quando o adversário tinha vários jogadores infectados e outro pelo movimento da volta do futebol e de público nos estádios.

"É muita contradição, eu até quando vejo um dirigente falando 'eu sou a favor', eu tenho dúvidas se ele realmente tem essa intenção ou se ele está tentando ver uma conveniência, porque todo mundo quer ver conveniência. O próprio Palmeiras no ano passado, na semana do jogo contra o Flamengo, queria porque queria o jogo, e o Flamengo estava com todo mundo infectado, e o Flamengo não queria jogar, no final acabou que jogou e o jogo terminou 1 a 1, mas queria porque queria o jogo", diz Mauro Cezar.

"O próprio Flamengo, que era o vilão, e era o vilão mesmo, não estou aqui passando pano, para ficar bem claro, critiquei e continuo criticando, o Flamengo forçou a barra binariamente naquele momento ano passado, como foi o único clube que deu sinais de que queria a volta do público, o que não é para acontecer até hoje, obviamente, e já queriam no ano passado", conclui.

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