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Mancini reconhece que chuva em Itaquera ajudou o Corinthians no Dérbi

Yago Rudá

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/03/2021 22h32

Na noite de hoje, o Corinthians recebeu o Palmeiras na Neo Química Arena e ficou no empate em 2 a 2 com seu maior rival. O Timão saiu perdendo o clássico por 2 a 0, mas conseguiu buscar o resultado ao longo da partida. Na visão do técnico Vagner Mancini, a chuva que atingiu a zona leste de São Paulo durante a disputa do Dérbi foi determinante para a melhora do Alvinegro no duelo.

"Acho que a chuva veio em um momento importante para nós. A chuva acabou equilibrando as coisas, mas o grande momento do Corinthians foi no segundo tempo quando tivemos um pouco com chuva e um pouco sem chuva. Hoje, a chuva acabou ajudando. O Corinthians se adequou mais rapidamente ao que o jogo pedia em relação ao Palmeiras, mas o grande momento da nossa equipe foi na segunda etapa. O time voltou diferente, independente da chuva, foi melhor. Soube fechar espaços, marcar bem e pressionar", avaliou o treinador, reconhecendo que a chuva do primeiro tempo acabou ajudando o Corinthians a igualar forças no Dérbi.

O comandante do Timão fez questão de reconhecer a entrega de seus atletas em campo. Na coletiva após o empate com o Palmeiras, Mancini confessou que a equipe titular foi montada hoje, durante a palestra que antecedeu a ida do elenco para a Neo Química Arena, em Itaquera.

O Corinthians passa por um surto de covid em seu departamento de futebol. Ontem, 19 pessoas - sendo oito jogadores e 11 funcionários - testaram positivo para a presença do vírus e foram afastadas imediatamente de suas atividades no CT Joaquim Grava. Além deles, o meia-atacante Vitinho já estava infectado e hoje de manhã, o volante Camacho apresentou febre alta e foi sacado da delegação. Em meio a tudo isso, cinco jogadores estão sob os cuidados do departamento médico.

"Lembrar que, diante de todas as dificuldades, temos que enaltecer o Corinthians em campo. Foi um time que foi montado na palestra de hoje. A gente ainda perdeu mais dois jogadores hoje, o time foi montado na palestra. Não teve um treino tático. Embora seja um time que faz parte de um elenco que treina todos os dias, essa formação específica foi feita dentro do vestiário. Tudo isso acaba oferecendo uma facilidade ao adversário. Até o segundo gol, a equipe não vinha bem. Depois do primeiro gol nosso e, principalmente na segunda etapa, a equipe foi bem", elogiou Mancini dando créditos aos atletas que enfrentaram o Palmeiras.

Confira outros trechos da entrevista coletiva do técnico Vagner Mancini:

Análise sobre o atacante Jô

"Eu vi o jogo hoje para o Jô dividido em duas partes. Ele teve um pouco de dificuldade nos 20 primeiros minutos até que a chuva chegou forte. Quando a chuva veio, ele acabou sendo uma peça fundamental para a gente. O jogo pedia bola aérea e ele acabou sendo decisivo. O lance do primeiro gol é uma jogada que ele participa e, em outros lances, ele também teve participação. Tenho visto o Jô um pouco diferente. Fiz outras escolhas ao longo desses últimos tempos, mas temos que entender que o Jô é muito importante. É peça-chave para dar equilíbrio ao time. Eu perdi dois jogadores nesta tarde, o Léo Natel e o Camacho, por conta possivelmente de covid. Nossas opções eram poucas".

Sobre o posicionamento do volante Cantillo, que vem jogando mais recuado

"A opção do Cantillo um pouco mais atrás é exatamente por conta de sua melhor característica: a saída de bola. No jogo de Bragança utilizamos ele até entre os dois zagueiros porque ele é dotado de uma grande capacidade de passe, de virada de jogo e ele consegue, dentro da partida, fazer com que todas as opções que a gente tem funcionem. Uma das principais jogadas dele é a virada de jogo no Fagner, hoje o Bruno (Méndez) aproveitou algumas vezes essa situação".

Sobre a escolha do volante Roni ao invés de Xavier

"A opção por ele foi para ter um jogador aguerrido, que foi exatamente o que ele fez na partida. Acho que o Roni foi o nosso melhor jogador em campo pela sua dinâmica em campo. Consegue bater lá na frente e dá uma boa dinâmica ao meio de campo. Ele já jogou comigo em uma função que o Ramiro também faz um pouco mais aberto, mas a intenção era exatamente essa: apertar a marcação um pouco mais adiantada".

O que pensa sobre a manutenção do futebol durante uma fase tão crítica da pandemia no Brasil?

"Eu, sinceramente, não acho que sou a pessoa mais indicada para falar sobre paralisação ou não. Nós seguimos uma série de protocolos. Na minha maneira de enxergar temos que privilegiar sempre a saúde, mas não sou a pessoa mais indicada. Temos pessoas capacitadas não só dentro do Ministério da Saúde, mas dentro dos Estados e também na CBF para decidir este tipo de coisa. Eu prefiro ficar com a parte técnica e tática".

Sobre o momento de Rodrigo Varanda

"Fico muito satisfeito pela sua pergunta. Hoje temos o Rodrigo fazendo dois belos jogos. No jogo de estreia ele também foi muito bem. É um atleta que chegou para nós do sub-17, é bom dizer que ele não fez nenhuma partida no sub-20. Eu gosto desse tipo de desafio. Todo mundo chega no momento certo e na hora certa em todos os momentos do futebol. Hoje nós temos a possibilidade de não apenas ver o Rodrigo Varanda em campo, mas tivemos a oportunidade de ver o Roni, o Donelli, o Antony. Daqui a pouco outros jogadores vão fazer parte. É bom que eles entendam que o processo é mais rápido para uns e um pouco mais demorado para outros. O que nos chama mais a atenção é que todos eles estão com uma gana muito grande. Só não vimos mais garotos em campo porque era um clássico, um jogo mais nervoso. Ainda vamos ver mais jogadores da base em campo. A intenção é exatamente essa, equilibrar o time, fazendo com que o Corinthians seja intenso dentro de campo. Primeiro gol em um Dérbi, um jogo pesado, e ele passou no teste. Espero que outros atletas sigam o caminho do Varanda. Eles podem contar comigo. Aproveito para falar ao torcedor que nós também ficamos chateados com o empate, mas acima de tudo estamos muito confiantes que esses meninos possam dar vitalidade diferente. Tem muita gente boa chegando para fazer peso no nosso elenco".

Sobre o momento de Mateus Vital

"O Mateus fez mais um grande jogo. É um atleta que desde que eu cheguei ao Corinthians ele tem melhorado, tem evoluído. Converso muito com os atletas, já conversei muito com o Mateus sobre essa grande capacidade técnica, de força que ele tem. Isso precisa ser canalizado para um jogo mais efetivo. Ele não pode se desgastar, como vinha acontecendo antes, numa faixa do campo que não representa nada em termos táticos e técnicos. Vi algumas possibilidades interessantes que foram criadas com essa agressividade que foi criada. Espero que no domingo, contra a Ponte Preta, o time esteja mais leve".

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