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Mário promete aumentar folha do Flu em Libertadores e exalta Roger e Marcão

Mário Bittencourt prometeu aumentar a folha salarial do Fluminense por Libertadores - Lucas Merçon/Fluminense FC
Mário Bittencourt prometeu aumentar a folha salarial do Fluminense por Libertadores Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/02/2021 13h10

De volta à Libertadores após oito anos, o Fluminense terá uma folha salarial mais encorpada em 2021. Em coletiva de imprensa ao lado do diretor Paulo Angioni e de Marcão, o presidente Mário Bittencourt prometeu mais investimentos pelo sonho de conquistar a competição.

"Com relação a contratações, a gente tenta manter o máximo de sigilo. Tem uma nova comissão técnica chegando, e o Paulo está discutindo nomes com ela. O Paulo é o profissional contratado, diretor executivo, é ele junto do chefe de scout do clube, da preparação física, fisiologia, auxiliares técnicos... São eles que discutem nomes dentro do orçamento que a gente entrega. A gente anunciou ao longo do ano um reajuste de folha de 20%. Com a classificação para a Libertadores, por causa das premiações, vamos tentar um pouquinho a mais, talvez uns 25% ou 30%. Dentro desse orçamento, eles vão trabalhar e apresentar os nomes. A presidência do clube aprova do ponto de vista financeiro", declarou.

Em sua entrevista de encerramento de mais um trabalho como técnico, Marcão passou o bastão para Roger Machado, novo técnico do clube para 2021. De volta ao cargo de auxiliar permanente do profissional, ele projetou sucesso.

"Já tive sim a oportunidade de conversar com o Roger, trocamos algumas palavras sobre a equipe, o que ele está vendo, o que os meninos vinham fazendo, e a visão dele é muito boa de tudo o que tem acompanhado. Foi a melhor conversa possível, a visão dele é muito boa, vamos ajudar no que der para que a gente possa continuar com a mentalidade que temos, ajudando os meninos a manterem a excelência. A chegada dele só vai contribuir para tudo isso", opinou.

A transição entre ídolos do clube no cargo foi exaltada por Mário Bittencourt. Ao falar sobre os pontos em comum na filosofia de trabalho, o presidente falou sobre o amor à instituição e como acredita que isso pode ajudar o Fluminense no processo de reconstrução, enquanto elogiou Marcão e Roger Machado como profissionais.

"Não sei se estou certo, mas foi por isso que buscamos profissionais capacitados e que também tem uma vida aqui dentro. Se o profissional é capacitado como eles são e além de tudo tem uma história vitoriosa no clube, ele é exemplo. É o menino olhar para ele e ver o exemplo, os gols de título, as jogadas que fizeram. É uma filosofia que se anexa a do Paulo Angioni que é a de cuidar do ser humano antes de qualquer coisa. Estamos conseguindo ter sucesso com essa fórmula, que não é a única fórmula de sucesso. A gente está buscando isso também porque estamos em um momento de reconstrução, queremos trazer pessoas que amem esse clube como a gente ama", opinou.

O presidente despistou sobre reforços, mas deixou escapar que novidades podem acontecer nos próximos dias.

"Tem uma situação complicada da incerteza por pré-Libertadores ou fase de grupos. Qualquer contratação dentro da próxima semana terá três dias e depois já vai ter jogo para entrar em um time que já dá resultado. Por isso devem ser contratações bem mais pontuais e enxutas neste início, porque não tem tempo de inserí-las. Se formos direto para fase de grupos, tem mais tempo de trabalhar e de negociar essas contratações. Eles estão trabalhando nisso há alguns dias e acho que teremos novidades na próxima semana", afirmou.

Confira outras respostas de Mário Bittencourt na coletiva:

Planejamento para 2020

"Sobre a parte do planejamento, vou falar algumas coisas que tinha prometido que ia dizer só ao fim do campeonato sobre o trabalho do Marcão e do Paulo Angioni. Muita coisa que o Paulo tinha de ideia inovadora e moderna e só começou a fazer quando a gente chegou, como o sub-23, que é fundamental para o nosso projeto. Se a gente não tivesse esse projeto não teríamos como disputar o Campeonato Carioca já na quinta-feira. Gostaria de parabenizá-lo, agradecer por tudo. Ele tem de futebol quase o que eu tenho de idade. Devemos aproveitar a experiência. Com ideias muito mais modernas do que muita gente que é mais jovem."

Marcão

"O Marcão já é um grande treinador. Mas nós temos um projeto que foi debatido e combinado com ele que é o do clube ter um treinador fixo, da confiança do clube, para que nos momentos de dificuldade, quando precisamos da solidez do trabalho interno, ele estar disponível. Está mais do que provado que ele pode estar em qualquer time do Brasil. São dois campeonatos acima de 50%, um na parte de baixo e outro na parte de cima da tabela. Ele tem totais condições de fazer um trabalho fora daqui, mas ama o Fluminense e quer seguir no projeto até o fim da gestão. Nas duas passagens que ele esteve aqui, deixamos em aberto para ele essa opção de sair, mas ele preferiu seguir. Por opção dele. É um acordo entre as partes. Ele seguirá aqui trabalhando conosco e espero que seguiremos com essa sequência de sucesso, agora auxiliando o treinador que chegou."

"O Marcão é uma liderança que usa seu jeito simples de lidar com as pessoas. O jeito amoroso, carinhoso, unindo as pessoas, na forma de falar. Foi a forma que ele levou a vida dele. É um tipo de liderança, como é falar alto, falar diferente. Não existe a maneira correta de liderar, existe a liderança. Ele é querido e amado por todos, como era o Odair, que tem uma liderança diferente, como foram outros, como é o Roger [Machado]. Marcão tem todas as licenças da CBF, estudou, passou com louvor, estudou na Europa, fez estágios por lá. Achei muito injusto o que fizeram com ele, mas não é só com o Marcão."

"A gente tem um vínculo até o final da gestão. O plano de carreira é esse. Que ele conosco siga enquanto estivermos aqui. É um alicerce. Na vida a gente tem missões, eu acredito nisso."

Roger Machado

"O Roger já era um nome que o Paulo Angioni gostava. Eu também gostava muito do que sabia. Quando iniciamos 2020, era o outro nome além do Odair, mas o Roger tinha um vínculo de mais tempo com o Bahia. Até pelo contrato em vigor e pelo fato de gostar de trabalhos longevos, fomos direto ao Odair, que nos apresentou o projeto dele de reconstrução do time com pouco dinheiro e foi por isso que optamos com ele. Assim como agora, estávamos convictos de quem precisava assumir o time era o Marcão, até porque o Roger não assumiria um trabalho no meio. Tem o respaldo da diretoria, do Marcão, que sempre soube da negociação. É uma escolha segura, sólida, estamos convictos do que estamos fazendo, o que é importante no futebol, principalmente nos momentos ruins. Temos convicção no Marcão, temos convicção no Roger, que estamos trazendo, e convicção que seguiremos fazendo esse bom trabalho no departamento de futebol."

Filosofia no Fluminense

"Acrescentando sobre a relação com a instituição, sempre ouvi dos meus pais que deveria trabalhar com aquilo que eu amo. Escolhesse a profissão que eu imaginava e sonhava ser. Desde criança sempre falei que seria advogado, falava muito, defendia minhas convicções. E acho que trabalhar com o que você ama e no lugar que você ama é muito melhor. Eu tive essa oportunidade na vida. Meu primeiro estágio foi no Fluminense, em 1998, com 19 anos, no departamento jurídico, e me recordo no primeiro dia que entrei, o time estava terminando sua passagem na Série B, acabou sendo rebaixado, e o Marcão teve a oportunidade de participar do grupo que nos trouxe de volta. O que você viu hoje aqui foi o relato de um profissional que faz o que ama e trabalha no lugar que amo. Eu posso não estar certo, mas é algo que eu acredito. Para mim é perfeito na parte profissional. Trabalhar num grande clube de futebol no Brasil é como ser o profissional de outra área e trabalhar numa grande empresa do país. Quem trabalha no Fluminense trabalha em um dos 10 maiores clubes do futebol mais famoso do mundo. Da menina que abre a porta, faz faxina, serve o café até o jogador, todos são fundamentais no processo de vitória. É muito honroso trabalhar aqui."

"Faço esse preâmbulo para dizer que não sei se estou certo, mas foi por isso que buscamos profissionais capacitados e que também tem uma vida aqui dentro. O que tenho ouvido dos profissionais que não viveram aqui como jogadores mas são capacitados é que estão muito felizes de trabalhar com o Marcão, com o Aílton, com o Duílio, com o Cadu. Eles têm o DNA do clube. Estão na sala de troféus. Em 2009 fomos jogar contra o Grêmio, treinamos no CT do Inter, fui conhecer as instalações. Me impressionei com uma parede com conquistas e troféus que davam no vestiário. O diretor me disse que era para o jogador saber onde ele podia chegar, a história, as glórias do clube. Nós fomos campeões em 2012 com o Abel, formado no clube. Em 2007, com o Renato Gaúcho sentado no banco, autor de gol de título. O Marcão tem gol em final, campeão pelo clube. O Aílton participou de títulos, está na sala de troféus. O Parreira, campeão em 1984 e em 1999, se formou aqui como profissional, é torcedor do Fluminense."

"Se o profissional é capacitado como eles são e além de tudo tem uma história vitoriosa no clube, ele é exemplo. É o menino olhar para ele e ver o exemplo, os gols de título, as jogadas que fizeram. É uma filosofia que se anexa a do Paulo Angioni que é a de cuidar do ser humano antes de qualquer coisa. Estamos conseguindo ter sucesso com essa fórmula, que não é a única fórmula de sucesso. A gente está buscando isso também porque estamos em um momento de reconstrução, queremos trazer pessoas que amem esse clube como a gente ama."

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