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Do "condomínio" à seleção, Rodrigo Caio tenta 1ª volta olímpica no Morumbi

Rodrigo Caio, zagueiro do Flamengo, celebra conquista da Supercopa do Brasil - Alexandre Vidal/Flamengo
Rodrigo Caio, zagueiro do Flamengo, celebra conquista da Supercopa do Brasil Imagem: Alexandre Vidal/Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/02/2021 04h00

Uma das vítimas da seca de títulos que assola o Morumbi, o zagueiro Rodrigo Caio foi sacrificado devido à impaciência do torcedor. Sua passagem pelo São Paulo foi abreviada ao final de 2018, quando ele já havia virado bode expiatório pelo fracasso do clube que não ganha um troféu desde 2012.

Primeira contratação fechada pela gestão de Rodolfo Landim no Flamengo, o defensor chegou sem muito alarde, mas logo se transformou em pilar de um time supercampeão. Amanhã (25), ele pode conquistar o bicampeonato do Brasileiro, o que já seria sua sexta taça pelo clube rubro-negro. O que seria um grande contraste: ao mesmo tempo, Rodrigo também daria sua primeira volta olímpica no estádio no qual iniciou sua trajetória, no papel de protagonista. E contra seu clube formador.

Em seu segundo ano no time profissional tricolor, o rubro-negro integrou o elenco que levantou a Copa Sul-Americana de 2012, mas sequer estava relacionado para a final contra o Tigres (ARG), partida que valeu o troféu continental e que foi a última conquista são-paulina.

Titular absoluto do Flamengo, Rodrigo, chamado de "jogador de condomínio" por um ex-diretor do clube, trocou o deboche por uma cadeira cativa na seleção brasileira de Tite, que não esconde a admiração pelo atleta, que já participou da vitória sobre o Peru, por 4 a 2, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar 2022, em outubro do ano passado.

Rodrigo Caio no São Paulo - Ale Cabral/AGIF - Ale Cabral/AGIF
Imagem: Ale Cabral/AGIF

"Todo jogador que chegar no São Paulo vai carregar isso. Minha vida seguiu, minha vida vem sendo construída de uma forma maravilhosa. Levo poucas memórias ruins. Tenho gratidão imensa pelo São Paulo", afirmou o zagueiro em entrevista ao UOL Esporte em 2019. A conversa foi dias depois da conquista da Libertadores, marcada pela serenidade que lhe é característica, mas também pela tranquilidade de quem já estava bem distante da crise sem fim que parece rondar o Morumbi. .

"No futebol, quando não se ganha, as cobranças individuais aparecem. Por ter mais tempo de casa [no São Paulo], fui mais cobrado. Mas isso acontece em todos os lugares. Até aqui acontecia. Para ganhar, tem de ter time forte. Um jogador não vai ganhar um Brasileiro", completou.

No Ninho do Urubu, Rodrigo conquistou respeito no dia a dia com uma postura extremamente profissional e pelo desejo de estar sempre em campo. Algo que nem sempre é possível, já que tem convivido com algumas lesões. Mas ele faz o estilo "fominha" e já até agravou algumas contusões justamente por não querer ficar fora de jogos.

Após deixar o jogo contra o Internacional com dores no tornozelo direito, Rodrigo não foi ao campo do centro de treinamento ontem (23), mas não preocupa a comissão técnica. Com mais uma atividade programadas até o jogo de amanhã (25) diante do Tricolor paulista, o Rubro-Negro concentra seus esforços em recuperação e descanso do grupo.

Arão contra o tempo

Se o xerife da zaga não aflige o técnico Rogério Ceni, o mesmo não pode ser dito sobre Willian Arão. Ainda em recuperação de uma fratura no dedo do pé, o volante — deslocado pelo treinador rubro-negro para a linha defensiva— não foi ao CT durante a semana e segue trabalhando em casa.

Com uma entorse no joelho, César está vetado para o jogo. Também sem Diego Alves, Ceni terá à disposição os goleiros Hugo e Gabriel Batista.