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Luxa falha em missão, fica sem bônus e tem futuro incerto no Vasco

Alexandre Araújo, Bernardo Gentile e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/02/2021 04h00

Após a saída do português Ricardo Sá Pinto, Vanderlei Luxemburgo foi contratado pelo Vasco para uma missão de tiro curto: tinham 12 jogos para livrar o time do quarto rebaixamento da história. O empate com o Corinthians praticamente selou nova queda. O Cruzmaltino só não cairá com uma improvável combinação. O Fortaleza precisa perder e a equipe de São Januário tirar uma diferença enorme no saldo de gols (12).

O cenário é tão improvável que o Vasco já fala abertamente do rebaixamento. O próprio Luxemburgo falou que não admitir isso é enganar o torcedor e se colocou à disposição de participar da reestruturação do clube a partir da próxima temporada. O problema é que a situação ainda será avaliada pela diretoria que preferiu deixar o treinador com futuro incerto neste primeiro momento.

Luxa, portanto, não sabe se seguirá em São Januário para a próxima temporada. Há uma certeza, no entanto. Ao assumir o desafio de tentar manter o Vasco na elite, o treinador assinou um contrato que previa um salário base bem abaixo do que costuma receber. O dinheiro relevante só viria em caso de salvação, o que não rolou.

Além de perder a grana, Luxemburgo viu seu vencedor currículo de treinador ser manchado nesta temporada com o primeiro rebaixamento com alguma equipe. Vale ressaltar que ele é o maior vencedor da história do Campeonato Brasileiro com cinco títulos.

Luxa fica?

O presidente do Vasco Jorge Salgado havia dito em algumas oportunidades que gostaria de fazer um contrato longo com Vanderlei Luxemburgo. Nesta segunda-feira, haverá uma reunião em São Januário para definir os rumos a serem tomados pelo clube. A expectativa é que a diretoria faça uma verdadeira limpa no elenco.

Outro assunto importante será a permanência de Luxemburgo no comando técnico do Vasco. O treinador se colocou à disposição para fazer parte da reestruturação. O clube, porém, ainda precisa debater internamente a situação. Mesmo que haja um consenso, como será o contrato com o treinador? Haverá dinheiro para bancar sua renovação? Todas essas questões precisarão ser respondidas para o Vasco, enfim, possa definir a permanência ou não de Luxemburgo, que diz entender o contexto. Mais que isso, está disposto a voltar à Série B, onde despontou como treinador em 1989, ao ser campeão com o Bragantino.

"Daqui você começa uma reconstrução, pagamento, vai ter uma perda substancial de receita. Coloquei que se o Vasco não se mantivesse na primeira divisão, eu não queria receber. Se a diretoria quiser que eu permaneça, estou propenso a negociar. Durante minha vida profissional, ganhei muito dinheiro. Agora é uma questão moral. Quero ajudar o Vasco da Gama a se reconstruir. Já participei de vários clubes que se reconstruíram. Vou discutir de uma realidade dentro de segunda divisão", disse o treinador.

"Na parte técnica, vamos ter reuniões internas sobre jogadores que vão sair e ficar. Não adianta falar externamente o que vamos fazer, estamos falando no geral do que precisa ser feito. Campeonato Brasileiro da Série B com três grandes clubes, e o Vasco teve 18 erros do VAR. Existe essa preocupação porque são muitos erros para um campeonato. Uma coisa que tem que ser revista não só no Vasco da Gama, mas também uma análise no futebol brasileiro. Ver o que está acontecendo para que o VAR tenha muito mais importância do que o juiz", completou Luxa.

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