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Luxemburgo assume rebaixamento do Vasco, mas espera "jogo sub judice"

Do UOL, em São Paulo

21/02/2021 19h27

O técnico Vanderlei Luxemburgo admitiu o iminente rebaixamento do Vasco, antes mesmo de ser oficializado, após o empate sem gols com o Corinthians, hoje (21), na Neo Química Arena. Mas, ao mesmo tempo, o treinador amenizou o tema ao qualificar a partida contra o Inter, na rodada anterior, de "sub judice" pelo fato de o STJD ter pedido vídeos e áudios do lance que determinou a validação do primeiro gol colorado na vitória por 2 a 0.

"Não posso enganar o torcedor e falar que vamos fazer 12 gols. E ganhar de 12 gols só se a gente jogasse contra equipe da várzea. E não vamos jogar contra equipe da várzea. Temos que ser realistas com o torcedor. Mas posso falar que o jogo do Vasco contra o Inter está sub judice porque teve uma atuação do árbitro muito grave. Tanto é que o STJD deu parecer favorável a mostrar tudo desde antes do jogo. Esse jogo sub judice é importante. É importante para a moralização deste Campeonato Brasileiro", comentou Luxemburgo.

Ao falar dos 12 gols, Luxemburgo se refere à diferença de saldo que o Vasco precisaria tirar em relação ao Fortaleza na última rodada para escapar do rebaixamento. O time cearense precisa perder para o Fluminense, enquanto o Cruzmaltino tem de ganhar do Goiás para escapar da queda para a Série B.

Em relação à partida contra o Inter, o problema aconteceu no lance do primeiro gol colorado, marcado por Rodrigo Dourado. Uma falha do equipamento impediu a análise do VAR, fazendo prevalecer as decisões de campo. E isso determinou a reclamação do Vasco ao STJD. "Acho que isso manchou muito, esse jogo com o Internacional manchou muito. O juiz e o VAR cometeram erros gravíssimos, não teve consulta nem nada. O juiz chamou a responsabilidade do impedimento."

Luxemburgo foi além nas reclamações contra a atuação de árbitros e do VAR. E lembrou da expulsão do lateral Henrique no primeiro tempo da derrota para o Coritiba por 1 a 0 em São Januário pela 30ª rodada. "No slow motion (câmera lenta) vai ver cotovelada para tudo quanto é lado

Confira outras declarações de Luxemburgo após o empate com o Corinthians:

Disputa da Série B

"Vim para o Vasco para 12 jogos. A minha história está pronta. Não tenho essa preocupação se vai macular a minha carreira. Estou à disposição do Vasco para a reconstrução. Se o Vasco entender que posso participar, estou pronto para isso. Acho que o Vasco precisa disso porque, nos últimos três anos, o Vasco está beirando a zona de rebaixamento. E uma hora acontece, com um erro, com o emocional prejudicado pelo passado. Acho que, se o Vasco entender que devo continuar, não tenho problema nenhum em trabalhar na segunda divisão".

Erros na campanha do Brasileirão

"Perdemos jogos importantes em casa. Mas nesses últimos dois jogos, fomos diferentes. Então, não acho que caímos hoje. Foi um processo crescente e vem de tempo atrás. Neste ano não teve como recuperar. Vamos ser massacrados com críticas. Mas essa reconstrução precisa ser feita".

Responsabilidade na queda

"Eu fiz tudo o que poderia. Trabalhei diuturnamente, mas em 12 jogos é complicado. Me empenhei ao máximo. Claro que tenho parcela de culpa, não posso fugir dela, mas no geral caímos com todas as pessoas que estiveram envolvidas. Estou incluso nesta temporada. Quando me propus, queria realmente ajudar. Perdemos jogos que não poderíamos perder, perdemos com atuação de árbitro importante contra nós. Mas o único jogo que posso criticar o time foi contra o Fortaleza. Fomos muito vulneráveis e frouxos".

Os problemas do Vasco

"Trabalhei no Vasco no ano retrasado, e os problemas são os mesmos que tinha lá atrás. Falta de pagamento... Agora, o Vasco se mostrou presente em um momento importante. Foi à CBF buscar seu direito, coisa que não acontecia ultimamente. É postura diferente, dos jogadores e seus dirigentes. A partir daqui, começa a reconstrução, com pagamento em dia, diretores atuantes, jogadores. O Vasco vai ter perda de receita, mas a minha preocupação não é o dinheiro, ganhei muito ao logo da minha vida profissional. Agora é uma questão moral, e quero ajudar o Vasco a se reconstruir, isso é importante para o profissional".