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São Paulo adota silêncio, mas vai ouvir Crespo sobre futuro de Juanfran

Juanfran, lateral direito do São Paulo, não foi comunicado sobre futuro. Ele tem contrato até 28 de fevereiro de 2021 - Rubens Chiri / saopaulofc.net
Juanfran, lateral direito do São Paulo, não foi comunicado sobre futuro. Ele tem contrato até 28 de fevereiro de 2021 Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

18/02/2021 12h00

Juanfran segue com o futuro indefinido no São Paulo. A dez dias do fim do contrato, o departamento de futebol adota o silêncio sobre a situação do espanhol de 36 anos. O clube fará consulta a Hernán Crespo antes de se manifestar a respeito do espanhol. Em meio à incerteza, o veterano permanece como titular do time e deve atuar amanhã (19), diante do Palmeiras, pelo Brasileirão.

O contrato do lateral direito no Morumbi se encerraria em dezembro de 2020. Por causa da paralisação do futebol causada pela pandemia do novo coronavírus, o acordo foi prorrogado por dois meses. Sua saída era tratada quase como certa pela nova gestão do clube. A troca da comissão técnica, entretanto, muda um pouco o cenário. O departamento de futebol vai escutar o que o novo treinador tem a dizer sobre o atleta antes de sacramentar a situação.

O São Paulo não fala abertamente, mas descarta a manutenção de Juanfran com um salário elevado. O custo anual de Juanfran aos cofres do clube em seu primeiro contrato foi de R$ 11,5 milhões. Não há a intenção de gastar o mesmo montante para segurá-lo em 2021. A desvalorização do real em relação ao euro é vista como um empecilho neste caso.

Na tarde de ontem (17), em sua primeira entrevista coletiva como técnico do São Paulo, Crespo disse conhecer o atleta e explicou que não tem opinião formada sobre a sua sequência no Morumbi.

"Para mim, estava bem claro que os conheço bem. Daniel Alves, Juanfran e Hernanes não necessitam apresentação. Para um profissional do futebol, é muito fácil conhecê-los. Qualquer ideia que tenha não me parece correta fazê-la hoje ou dizê-la ao público. A equipe tem possibilidade de títulos e pode chegar à fase de grupos da Libertadores. Qualquer decisão ou qualquer coisa que eu disser pode desequilibrar algo que não posso influenciar", disse o treinador argentino.

"Nesse quesito, qualquer coisa que pensemos, falaremos à diretoria, à comissão técnica [interina]. Eu tenho ideia, mas ainda não tomei uma decisão e tampouco me parece correto comunicá-la. Não há uma decisão tomada, mas falaria com os jogadores e não com a imprensa. Se tivesse tomado, não diria, por respeito ao momento atual", acrescentou.

Hoje, o São Paulo tem outros dois nomes para a lateral direita, além de Juanfran: o jovem Anilson e Igor Vinícius são opções para o setor. Escalado no meio de campo, Daniel Alves é lateral direito de ofício.

Em caso de permanência no São Paulo, Juanfran pode desempenhar mais de uma função no time comandado por Hernán Crespo, já que o argentino costuma utilizar formações variadas ao escalar a equipe. De acordo com publicação no blog de Rodrigo Coutinho, no UOL Esporte, é possível que o técnico adote esquemas distintos com o elenco que terá à disposição, e o lateral espanhol poderia virar até mesmo um terceiro zagueiro.

"Um traço do trabalho do 'Valdanito' [apelido que o acompanha o ex-atacante desde o começo de carreira] são as mexidas constantes na equipe. Sabemos o quanto a torcida e a imprensa brasileira criticam esse tipo de atitude e pouco se esforçam para compreender o que há de objetivo com elas. Ele alterna bastante o esquema tático. Monta seus times no 3-5-2 na maioria das partidas, mas também adota o 4-4-2, o 4-2-3-1 e o 4-3-3 como plataformas de jogo", analisou Coutinho em seu blog.

"Em determinados momentos se utiliza de improvisações. Principalmente com laterais de origem formando na zaga quando joga no 3-5-2. Não surpreenderá caso Juanfran seja escolhido para fazer isso, até porque preza por alas bem agressivos no ataque. É adepto de poupar jogadores para ministrar o cansaço. Haverá um certo rodízio. Outro detalhe que vai de encontro ao modus operandi do futebol brasileiro", acrescentou.

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