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Abel Ferreira nega condição de titulares no Palmeiras e avalia trocas

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, na partida contra o Fortaleza, no Allianz Parque, pelo Brasileirão 2020 - Marcello Zambrana/AGIF
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, na partida contra o Fortaleza, no Allianz Parque, pelo Brasileirão 2020 Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

do UOL, em São Paulo (SP)

14/02/2021 21h38

A vitória do Palmeiras contra o Fortaleza, por 3 a 0, na noite de hoje (14), plantou algumas dúvidas na cabeça do técnico Abel Ferreira. Em meio à maratona de jogos após a disputa do Mundial de Clubes, o treinador voltou a ficar satisfeito com o rendimento da equipe que, desta vez, foi mandado em campo com uma escalação mista, repleta de garotada e jogadores que foram duramente criticados na temporada, como foram os casos de Gustavo Scarpa e Lucas Lima. Após o jogo no Allianz Parque, o português reforçou o fato de não existir jogadores com a condição de titular. E mais, ele exige o mesmo nível de performance entre os atletas da mesma posição.

"Tudo pesa (na maratona de jogos), a densidade competitiva, são muitos jogos que temos. Nós ganhamos a Libertadores porque fizemos o que não foi feito atrás, que eu já disse várias vezes, mas para quem não sabe eu repito é que não temos titulares para a equipe. A prova disso é que a equipe vai respondendo, trocando um, trocando três, trocando cinco ou sete ou dez. A equipe procura sempre fazer o seu melhor.", afirmou o comandante durante entrevista coletiva.

Ferreira também utilizou da analogia portuguesa para explicar as variações táticas do time. Contra o Fortaleza, inclusive, ele optou por conceder mais liberdade a Marcos Rocha e colocar Renan na lateral esquerda - enquanto que Lucas Esteves jogou aberto, mais avançado.

"Há muitas formas de cozinhar o bacalhau, mas o bacalhau está lá sempre. Portanto, às vezes, nós damos amplitude com lateral, às vezes como ponta, outras vezes jogamos com ponta por dentro ou por fora. Volto a dizer, essa imprevisibilidade que nos fez chegar onde nós chegamos. Foi essa troca constante que foi uma forma de dar largura, de dar profundidade, confundir os nossos adversários...Desta forma, nós conseguimos em momentos jogar bem e em outros momentos, frutos do processo de aprendizagem, jogar mal. Mas isso faz parte. Quando as dúvidas aparecem, é quando eu tenho mais a certeza do que me trouxe até aqui, da minha forma de trabalhar. É isso que eu tento transmitir para os meus jogadores que vem tudo da nossa cabeça. Se você sabe o plano que tem que seguir, qual é a tua identidade, sabe o modelo de jogo, sabe o que quer e o caminho a percorrer, é isso", colocou.

Ninguém tem vaga cativa

O treinador do Palmeiras também fez questão de ressaltar em vários momentos de sua entrevista que nenhum jogador tem vaga assegurada entre os titulares. Para ele, as mudanças, além de serem constantes por causa do calendário apertado, são importantes para manter o nível de competitividade do grupo.

"Fizeram uma pergunta antes de começar o jogo porque várias vezes eu utilizo o Klopp, e o Klopp deve ter soldados na dupla de centrais que tinha, dos jogadores que saíam lesionados porque é impossível com esta densidade não ter. Na intensidade que eu exijo, na intensidade que nós exigimos é impossível que o jogador não se machuque, nós gostaríamos de ter todos os jogadores disponíveis, sobretudo, os jogadores por fora que são desequilibradores, são os aceleradores de jogo".

Abel também citou os desempenhos dos laterais Mayke e Marcos Rocha como exemplos:

"O jogo que fez o Mayke contra o Al Ahly e o jogo que fez hoje o Rocha. Eles olham um para o outro e sabem que tem que andar, porque tem um colega na mesma posição que é tão bom quanto. O que nós vamos procurar fazer é que em cada posição tenha dois jogadores no mesmo nível. Não é os titulares e os outros. São dois jogadores do mesmo nível, e nós temos. Para isso nós temos de ter todos disponíveis, mas, infelizmente, em função dessa densidade competitiva nos temos alusões".

"Ainda assim, participamos de um Mundial, já ganhamos uma Libertadores, já conseguimos o acesso para a próxima Libertadores por mérito do título, temos uma Recopa, vamos ter o direito de disputar o Mundial aconteça o que acontecer, portanto, essa conquista foi boa para todos. Seguramente, valorizou os meninos. Estamos falando de oito meninos que há um ano estavam jogando na equipe sub-20. O Palmeiras tem oito meninos que jogavam no sub-20 e com esta mescla de experiência com juventude, grão a grão, nós vamos enchendo o nosso papo", encerrou.