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Leila já vê "era Crefisa" no Palmeiras e quer mais: "Mundo aberto para nós"

A patrocinadora e conselheira Leila Pereira celebra o bicampeonato da Copa Libertadores - Reprodução
A patrocinadora e conselheira Leila Pereira celebra o bicampeonato da Copa Libertadores Imagem: Reprodução

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

06/02/2021 04h00

Leila Pereira considera que após o título da Libertadores a história do Palmeiras agora terá um capítulo definido como 'era Crefisa', junto de outras épocas marcantes, como das Academias ou da 'era Parmalat'. A conselheira e patrocinadora via o torneio continental como o maior sonho da parceria entre o clube e financeira. Agora, outras taças estão no radar.

"O título da Libertadores sedimentou a 'era Crefisa'. Podemos falar daqui a um tempo das Academias, da era Parmalat e a era Crefisa. Era um título muito esperado, a nossa torcida já falava: era obsessão. Sacramentou, em um curto espaço de tempo, mas é pouco, viu? Esperamos mais títulos, continuar com esta trajetória vitoriosa. É só o começo. Queremos muito mais títulos, isto que queremos e vamos continuar investindo para isso", avisou, em entrevista ao UOL Esporte.

"Estamos sendo protagonistas na Libertadores, na Copa do Brasil, no Brasileiro. Quando isso ia acontecer em 2014? Foi uma mudança enorme. Olha quantos títulos estamos disputando. Acaba um e vem outro. Todos com chances de vitória, de título. Muito diferente de 2014. Entramos para isso, para mudar completamente a trajetória. Em 2015, campeão da Copa do Brasil, aí veio o Brasileiro [2016], vice [2017], outro Brasileiro [2018], Paulista, Libertadores... O mundo está aberto para a gente. O que depender da parceira, da conselheira, da torcedora, vou fazer o possível e impossível para seguirmos nesta fase vitoriosa", acrescentou.

O Verdão levantou a taça da Libertadores na sexta temporada tendo a Crefisa e a Faculdade das Américas como patrocinadoras. A atual 'era' conseguiu o feito antes da época da Parmalat, já que a empresa chegou ao clube em 1992 e conquistou a América em 1999. Ainda assim, Leila evita fazer comparações.

"A era Parmalat foi brilhante, mas uma é diferente da outra. As duas gerações são brilhantes. Acho que já construímos a era Crefisa. Foram títulos muito relevantes em um período muito curto, pela situação que o Palmeiras estava anteriormente. Isto graças à inauguração da arena, que temos de ser gratos ao Walter Torre, que não está aqui para presenciar, mas está feliz onde estiver [Walter morreu em dezembro], e a parceria da Crefisa e FAM, sem dúvida. Foram as coisas que fizeram a diferença neste período vitorioso do Palmeiras. Sem isso, o Palmeiras não teria tantos títulos. O investimento todo desencadeou a possibilidade de fazer um dos mais modernos CTs do mundo, contratar jogadores, honrar os salários de todos os funcionários. A gente não faz nada sozinho, somos sempre nós, como diz o nosso técnico", acrescentou.

O Palmeiras conseguiu o bicampeonato da Libertadores justamente no ano em que passou a investir menos em contratações. A receita de patrocínio, contudo, foi importante, pois acabou sendo a única que não teve corte durante a pandemia. Por ano, Crefisa e FAM pagam R$ 81 milhões para exibir suas marcas no uniforme alviverde.

"É um investimento grande que se fez, e futebol se faz com investimento. O CT, nós construímos aquilo, extremamente moderno, a aquisição de meninos da base. Temos o melhor, graças a investimento. É muito importante um parceiro forte para o time ter um protagonismo. Tinha a Parmalat bancando, coisas diferentes, porque na Parmalat o jogador era da Parmalat e era uma cogestão, mas tinha um parceiro forte. Veja como faz a diferença. Não é uma cogestão hoje, hoje é muito melhor, porque o atleta é do Palmeiras, mas tem um parceiro forte, também", afirmou.

Para Leila, o pagamento sem cortes do patrocínio, aliado aos prêmios por competições, fizeram com que o Palmeiras pudesse passar a pandemia sem demitir funcionários e agora até os premiando com um salário a mais, como revelou o UOL Esporte.

"Não fosse a parceria, o investimento que fazemos no clube, seria impossível o Palmeiras proporcionar este benefício aos funcionários. Antes disso, o Palmeiras não mandou ninguém embora. Todas as receitas caíram, menos a do nosso patrocínio. [O salário extra] Foi uma decisão do presidente Galiotte, em virtude, claro, do prêmio que a Conmebol vai pagar, que a Crefisa vai pagar ao Palmeiras, e o patrocínio. Estes recursos proporcionaram ao Palmeiras fazer isso, e é muito bacana. Uma forma de retribuir a todos que trabalharam. Uma forma de o Palmeiras dizer aos funcionários muito obrigado. Achei muito bacana a postura do presidente", acrescentou.

O Palmeiras vai receber R$ 12 milhões da Crefisa pelo título da Libertadores e US$ 15 milhões da Conmebol (cerca de R$ 80,5 milhões). Além do prêmio que pagará aos atletas, o Verdão restituiu ao elenco os 25% do salário em carteira que tinham sido cortados durante três meses na pandemia.

Tia Leila? Mãe Leila!

Um dos apelidos que a presidente da Crefisa e da Faculdade das Américas recebeu é "tia Leila", mas ela diz que deveria ser "mãe Leila", por ter "previsto" o título da Libertadores.

"Em seis anos de parceria, conquistamos todos os títulos nacionais, a glória eterna com a Libertadores e agora estou confiante pelo Mundial. Se a gente for campeão mundial, não sei o que eu faço (risos). E não é Tia Leila, é mãe Leila. No lançamento da minha campanha, dia 12 [de novembro], e eu falei: já conquistamos todos os títulos nacionais, agora vamos em busca da Libertadores, podem me cobrar. Vamos ser campeões da Libertadores", lembrou.

"Era um título que a gente esperava desde 1999. Era muita coisa. A maioria dos que estavam ali [na festa na Academia] não viu o Palmeiras ser campeão, ou era pequeno e não tinha noção. Foi um título muito significativo para a gente", concluiu.

Leila foi convidada pelo Palmeiras para ir ao Maracanã, mas preferiu assistir ao jogo em casa, assim como acontecerá no Mundial.

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