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Marcinho bebeu 5 chopes no dia do atropelamento fatal, diz inquérito

Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

02/02/2021 17h48Atualizada em 03/02/2021 14h55

O inquérito do caso Marcinho foi finalizado pelo delegado Alan Luxardo, da 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes, e entregue ao Ministério Público, com indiciamento por duplo homicídio culposo — quando não há intenção de matar —, e agravante pela fuga do local. No documento, é salientado o fato de que o ex-lateral do Botafogo estava acima do limite de velocidade e aponta-se que ele ingeriu cinco chopes no dia do acidente.

Na noite de 30 de dezembro, Marcinho atropelou e matou um casal na Avenida Lúcio Costa, no Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Alexandre Silva de Lima morreu na hora, enquanto Maria Cristina José Soares faleceu seis dias depois. Na ocasião, ela foi levada ao Hospital Lourenço Jorge em estado grave e, posteriormente, transferida ao Hospital Vitória, onde passou por cirurgia, mas não resistiu.

O jogador deixou o local sem prestar socorro e abandonou o carro alguns metros depois. Em depoimento, ele alegou medo de ser linchado, porém, segundo a apuração do caso, "imagens captadas demonstraram que não havia risco concreto algum à sua integridade física". O veículo está em nome de uma empresa que tem Sergio Lemos, pai e empresário do lateral, como um dos sócios.

Na conclusão de inquérito, à qual o UOL Esporte teve acesso, Alan Luxardo ressalta que a perícia apontou que o carro trafegava entre entre 86 Km/h e 110 Km/h, "tendo média, no momento do impacto, de 98 Km/h". A velocidade máxima na via é de 70 Km/h. O delegado lembra ainda que Marcinho é morador da região onde ocorreu a colisão, o que "afasta qualquer possibilidade de alegar desconhecimento da velocidade permitida".

Posteriormente, é manifestado que, durante as investigações, a polícia teve acesso a imagens do interior do restaurante Rei do Bacalhau, no Engenho de Dentro, entre 11h e 13h30. "As imagens mostram Marcio ingerindo cinco chopes e uma água no período em que esteve no estabelecimento comercial".

Por outro lado, segundo o documento, "o acidente fatal aconteceu após às 20h30, o que afasta, neste momento, inferir que ele estava dirigindo sob efeito de álcool". Porém, "insta frisar que o ora indiciado fugiu do local e a descoberta de que era ele o condutor do automóvel somente foi possível dias depois do fato".

Em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, divulgada em 10 de janeiro, Marcinho havia citado o encontro com colegas de clube, mas negado que tivesse ingerido bebida alcoólica.

"Estive, estive, sim, eu saí com alguns amigos do clube e fui a um restaurante que tem ali, próximo do estádio [Nilton Santos, no Engenho de Dentro]. Conversamos, estávamos conversando. Não, ingerimos nada, eles até beberam, eu fiquei sem beber nada", disse ele, na ocasião.

Procurada pelo UOL Esporte, a defesa do jogador respondeu nesta sexta-feira e disse que não iria se manifestar sobre o assunto.