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Filho de Antonio Lopes e ex-auxiliar de Luxa retoma carreira de treinador

Júnior Lopes foi auxiliar em diversos clubes, entre eles o Cruzeiro - Thiago Fernandes/UOL Esporte
Júnior Lopes foi auxiliar em diversos clubes, entre eles o Cruzeiro Imagem: Thiago Fernandes/UOL Esporte

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

23/01/2021 04h00

Junior Lopes não sabe onde, mas garante: em 2021 vai ser treinador. Aos 47 anos, o ex-auxiliar de Vanderlei Luxemburgo por anos está decidido a não trabalhar mais como braço direito de nenhum técnico. Quer avançar para nova fase na carreira. Uma etapa que começou, mas foi interrompida a pedido do parceiro de longa data. Filho de Antonio Lopes, o fluminense de Duque de Caxias se define como a mescla da nova geração de técnicos com a experiência de nomes mais antigos no mercado.

O currículo reserva passagens mais recentes por Sport, Cruzeiro e Vasco. Como auxiliar. A nova página da carreira espera pelo carimbo de contratado como treinador.

"Eu comecei em 1996 na base do Botafogo, depois três anos na base do Vasco e desde 2001 estou com futebol profissional. Eu fui criado profissionalmente dentro dessa escola de Lopes, Vanderlei, Parreira, Felipão. Mesmo criado nessa cultura aí, procurei estudar, me qualificar. Em 2014, rolou uma mudança de chave. Tenho licença PRO da CBF, tenho convivência com boas ideias", conta.

A jornada como treinador já foi escolhida antes, mas interrompida por chamados.

"Na virada de 2012 para 2013, estava no Grêmio, decidi virar treinador e saí do clube. Fiz boa campanha no Tombense, campeão da Série C com Macaé [nota da redação: o treinador deixou o clube antes do fim do campeonato], rodei por Bangu, Olaria, Irati-PR. Rodei por quatro ou cinco anos como treinador e já tinha me desvinculado um pouco, porque o mercado, às vezes, te vê só de uma forma. Quando veio 2017, o Vanderlei foi para o Sport e me chamou. Gosto muito dele, é sempre bom trabalhar com ele, e fui. Na virada de 2017 para 2018, o Mano Menezes me ligou e foi bem bacana por nunca ter trabalhado com ele. O Mano me ligou, falou que tinha saído o auxiliar da casa, lá no Cruzeiro, que ele tinha ouvido falar de mim e lembrou do meu nome. Aí, eu pensei: 'Pô, bacana o convite de uma pessoa que não tinha intimidade', e resolvi aceitar. Fiquei dois anos lá e quando acabou o estadual, pedi para sair por conta de problemas particulares. Eu pedi demissão e o pessoal brinca que depois que sai, a coisa desandou. Estourou tudo. Fiquei aquele resto de 2019 parado e, em 2020, teve a questão do Vasco, um clube do Rio e onde conheço todo mundo. Agora eu vou bater pé, não vou aceitar nenhum convite para auxiliar e vou ser treinador", diz.

Junior Lopes chegou a estar acertado para comandar o Campinense em 2021, mas o acordo caiu depois das eleições no clube. Para onde for, levará ideias claras.

"A área técnica é uma só, né? As funções são diferentes e cabe ao profissional saber diferenciar. O treinador tem um tipo de postura e o auxiliar outro. O auxiliar é bem mais próximo do jogador, é o ouvido do treinador. O auxiliar faz um meio-campo com quem não joga, faz filtro também ao falar com o treinador. A função do treinador tem tomada de decisão, chega para resolver mesmo. O auxiliar é mais acessível", conta.

Quando o assunto é referência para a carreira, a lista começa por nomes sem margem de dúvida. E que conferem peso.

"Minhas maiores referências são Antônio Lopes e Vanderlei, claro. Trabalhei com Mano Menezes por dois anos, Cuca no Coritiba. O Vanderlei é um cara muito impactante, que a pessoa ou adora ou odeia e ele cai justamente no que a gente estava falando há pouco. Além do lado de dentro de campo, bom estrategista, é o poder de convencimento dele. É um cara que você para para ouvir. Mesmo quem não gosta, quem odeia, para para ouvir. Ele é extremamente convincente, com discurso fantástico. Tirando o campo, essa é a principal virtude dele. Ele consegue transformar o cara, o jogador, e também o entorno. Ele tem opiniões fortes e consegue convencer mesmo. Ele traz o ambiente todo para ele e isso, na maioria das vezes, é bom, mas também tem um lado prejudicial de certa forma. Ele é muito competente, extremamente vencedor", afirma.