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ANÁLISE

Trajano: Dani Alves comete erros cruciais, é um custo-benefício complicado

Do UOL, em São Paulo

21/01/2021 12h00

Em um momento negativo do São Paulo, goleado ontem (20) pelo Internacional por 5 a 1 em pleno Morumbi, em jogo que o fez perder a liderança do Campeonato Brasileiro, o capitão Daniel Alves, camisa 10 e principal nome da equipe comandada por Fernando Diniz, tem sido um dos principais alvos de críticas por parte da torcida, mas segue com a titularidade.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte — com os jornalistas Isabella Ayami, José Trajano, Menon e Alicia Klein —, as atuações de Daniel e a forma como ele tem se mantido como titular e sendo poucas vezes substituído durante os jogos são analisados e considerados erros cometidos por Fernando Diniz na condução do elenco.

Para Trajano, chego a hora de Daniel Alves passar a ser uma opção de Diniz no banco de reservas, considerando os erros cometidos pelo jogador e as consequências nos resultados dos últimos jogos disputados pelo São Paulo, além de ver considerar o desempenho incompatível com o custo do camisa 10 para as finanças são-paulinas.

"Claro [que merece ir para o banco], e não é de hoje, não é porque o jogo foi uma goleada. Faz tempo e não é só nessa sequência de derrotas do São Paulo agora, faz tempo que ele não joga bem, eu falei várias vezes aqui que ele botava a bola debaixo do braço e era o dono do time, errava para chuchu", afirma Trajano.

"Teve um jogo ou outro em que ele deu um passe importante, colocou alguém na cara do gol, mas se você analisar o comportamento dele nos últimos dez, 12 jogos, é sofrível e comete erros muito importantes, que contribuem para que o adversário vá lá, faça gols, tenha um ataque perigoso. O custo-benefício dele é complicado, talvez seja o maior salário do futebol brasileiro, é um negócio absurdo", completa.

Menon também considera o custo-benefício de Daniel Alves ruim para o São Paulo, mas vê o elenco sem um jogador criativo como o camisa 10, o que faz com que sua titularidade seja mantida pelo treinador.

"Eu acho que o custo-benefício é irreal, não vale, mas eu tenho uma opinião um pouco diferente, eu acho que ele é o único jogador que pode fazer alguma coisa criativa. Por exemplo, contra o Grêmio no primeiro jogo, que o São Paulo empatou, ele deu os dois passes perfeitos e os caras perderam o gol. A partir daí passou a jogar muito mal, mas no meio-campo não tem ninguém que possa fazer isso, mas concordo que pelo menos durante o jogo pode sair. Se ele está jogando mal, tem que sair", diz Menon.

Alicia Klein cita o episódio de Diniz com Tchê Tchê, quando a atitude do técnico ao xingar o jogador acabou flagrada pelos microfones durante a transmissão do jogo entre Red Bull Bragantino e São Paulo, e considera que o técnico está dando um tratamento diferenciado a Daniel Alves, o que pode ser ruim dentro do elenco.

"O fato de ele ser mantido como titular em todos os jogos, com a quantidade de erros que ele comete, acho que em nome dessa maturidade ou dessa confiança que ele traz para os jogadores, está claro que ele não está entregando nem uma coisa e nem outra neste momento, e aí acho que fica um pouco essa sensação de que o Diniz tem tratamento diferenciado, porque no Tchê Tchê é tiro, porrada e bomba e o Dani Alves pode cometer qualquer tipo de erro, que não só não tem o mesmo tipo de tratamento, como não é substituído", afirma Klein.

"Aí eu acho que fica muito complicado também para a liderança interna do treinador, esses dois pesos e duas medidas, mas o Dani Alves acho que, se o São Paulo for campeão, claro que se for campeão é mais um título para a galeria imensa e recordista dele, mas se não for, eu acho que ele poderia ter passado sem esse ano na carreira", conclui.

O Fim de Papo volta a ser apresentado nesta quinta-feira, com Luiza Oliveira, Renato Maurício Prado, Danilo Lavieri e Débora Miranda após o jogo entre Flamengo e Palmeiras e a partida entre Corinthians e Sport.