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Flamengo: Arrancada em 2009 foi marcada por xingamento de Ceni: "cagaço"

Petkovic cobra pênalti contra Rogério Ceni em 2009: jogo irritou o hoje técnico flamenguista - Reprodução
Petkovic cobra pênalti contra Rogério Ceni em 2009: jogo irritou o hoje técnico flamenguista Imagem: Reprodução

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

09/01/2021 04h00

Pressionado, o técnico Rogério Ceni tenta fazer o Flamengo reencontrar o caminho das vitórias no Campeonato Brasileiro para se manter ao alcance do líder São Paulo, na briga pela conquista do bi. Amanhã (10), o Rubro-Negro terá pela frente o Ceará, pela 29ª rodada.

Na emocionante conquista do Brasileirão pelo Flamengo em 2009, foi justamente um jogo pela mesma 29ª jornada, com Rogério Ceni no Maracanã, que o time deu impulso à histórica arrancada na busca pelo título. Agora, claro, isso era quando Ceni ainda atuava como goleiro do São Paulo. Na ocasião, ele saiu frustrado de campo depois de o Tricolor ser derrotado de virada, por 2 a 1. O motivo não era apenas a derrota: mas também uma defesa sua em cobrança de pênalti anulada pela arbitragem.

Com o resultado, o Flamengo reduziu a distância para o líder Palmeiras de dez para sete pontos (54 a 47), enquanto o São Paulo ocupava a segunda posição, sonhando com um tetracampeonato, com 49 pontos.

Após abrir o placar com Hernanes, o time do Morumbi sofreu a virada. O primeiro gol gerou protestos enervados dos são-paulinos nos vestiários do Maracanã. Foi em cobrança de pênalti de Pet, que balançou a rede apenas na segunda tentativa, depois de Ceni pegar o primeiro — o árbitro Wilton Pereira Sampaio mandou voltar a cobrança, alegando que o arqueiro havia se adiantado de forma irregular. O segundo foi do atacante Zé Roberto.

Ao apito final, Ceni não escondeu a insatisfação com a arbitragem da partida e deixou o politicamente correto de lado, como relatado pelo UOL Esporte à época. "Não sei se essa medida nos prejudicou, mas não cumpriu o que vem sendo feito no campeonato", disse o então goleiro, que disparou: "Mas o cagaço é grande", questionando a personalidade do árbitro Wilton Pereira diante de um Maracanã lotado. O então volante Richarlyson reforçou o descontentamento dos são-paulinos naquele dia: "É f... você conseguir levantar a cabeça e reagir quando o árbitro dá um pênalti que não foi e depois manda voltar a cobrança em uma defesa maravilhosa do Rogério".

Dali em diante, foram mais sete vitórias para o Flamengo, que terminou campeão com 67 pontos, dois a mais que o Inter e o próprio São Paulo. Quer dizer: foi um jogo decisivo, numa série de confrontos diretos envolvendo o time dirigido pelo técnico Andrade.

Andrade, técnico do Flamengo em 2009 - VIPCOMM - VIPCOMM
Imagem: VIPCOMM

"Aquele foi um jogo importantíssimo. Não só aquele jogo, mas também o do Atlético-MG, Internacional... Jogos contra times que iam brigar, que eram praticamente confrontos diretos. O São Paulo saiu na frente, mas viramos. Nosso time vinha em um momento muito bom, entendia qual era a proposta de jogo. Aquela partida foi determinante, decisivo", lembra Andrade, técnico do Rubro-Negro à época.

Repeteco?

O histórico volante flamenguista agora se concentra numa nova reação rubro-negra. "Acredito que o Flamengo ainda está na briga. Depende dos jogadores, tem de mudar a postura, até sem a bola, ser um pouco mais agressivo, competitivo. Isso intimida o adversário. Eu confio. A situação atual é melhor que aquela. São sete pontos e dez jogos restantes", completou.

Agora, Ceni está do lado rubro-negro e sob questionamentos por conta de uma equipe que não dá indícios de que pode engrenar, após se mostrar avassaladora em 2019. Em um Maracanã, desta vez vazio devido aos cuidados por conta da pandemia de coronavírus, ele tenta bater o Ceará para aliviar a atual situação e conseguir repetir o feito do qual foi vítima anos atrás.

Técnico do Fortaleza em duas marcantes passagens, ele teve diversos duelos regionais com o Vozão. Ao todo, foram 16 jogos, com seis vitórias para cada lado e quatro empates. Houve ainda um confronto quando Ceni esteve no Cruzeiro, que terminou em uma igualdade sem gols. Só no ano passado, as forças foram medidas em seis oportunidades, entre Copa do Nordeste, Campeonato Cearense e Brasileiro. Foram três triunfos do Leão, dois do Ceará e um empate.