Mauro: "É vergonhoso para Flamengo e justiça o andamento no caso do Ninho"

O incêndio que vitimou dez garotos das categorias de base do Flamengo completa hoje exatos 23 meses e a justiça ainda não apontou os responsáveis pela tragédia, assim como não foram feitos todos os acordos de indenização às famílias das vítimas.

No podcast Posse de Bola #89, Mauro Cezar Pereira cita o texto publicado em seu blog no UOL a respeito do caso, critica a demora no andamento da justiça e diz que a situação é uma vergonha para o Flamengo e também para a justiça brasileira em um caso de grande repercussão.

"Não tem nada, porque não acontece. O Flamengo deixou lá a proposta e a justiça, se a justiça estivesse ca minando talvez alguma coisa acontecesse, alguma movimentação diferente. É vergonhoso para o Flamengo e vergonhoso para a falta de justiça nesse caso, porque não acontece nada", diz Mauro Cezar (no vídeo a partir de 36:10).

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"São dois anos praticamente em um caso de repercussão imensa obviamente, em que dez adolescentes, dez crianças praticamente morreram queimadas vivas dentro de um clube de futebol. É um negócio sem precedentes na história e nada acontece, é uma coisa abjeta, é impressionante, dá nojo isso aí", completa.

Mauro cita que ainda falta acordo do Flamengo com uma família e parte de outra, mas que seria importante haver a justiça, com a gestão atual e a anterior do clube explicando a situação apontada por uma reportagem do UOL em setembro de 2020, de que dirigentes do clube sabiam de problemas no ar-condicionado do alojamento.

"Faz quatro meses amanhã que essa matéria saiu e nada aconteceu, de concreto, nada, rigorosamente nada. Então, diante disso, as famílias acabam cedendo muitas delas, acabam aceitando o que lhes foi proposto e, acho que o mais importante aí nessa altura não é nem discutir a questão das indenizações, que já foi amplamente discutido, o Flamengo já foi criticado e tem que continuar sendo criticado, a maneira como dirigentes do Flamengo lidam com essa situação é abjeta, tudo isso a gente já sabe, mas e a justiça? Quem é responsável por aquilo?", questiona o jornalista.

"Lembrando que aquela estrutura foi inaugurada ainda na outra gestão, e as pessoas que participaram daquilo? Os que estão no poder têm que falar ou têm que se explicar à justiça e os anteriores também, que inauguraram aquilo meses antes de ter acontecido, aquilo que eu falo não são os contêineres, eu digo toda a estrutura do CT, que preservou por um período aquela verdadeira arapuca onde os garotos morreram. Então tem essa discussão que eu acho que hoje é muito importante e praticamente não existe", conclui.

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