Mauro: "Famílias das vítimas do Ninho do Urubu estão perdendo pelo cansaço"

Nos últimos dias o Flamengo chegou a um acordo com as famílias de duas vítimas do incêndio do Ninho do Urubu, ocorrido no início do ano passado e que causou a morte de dez jogadores da base do clube rubro-negro. Assim como os acordos têm demorado, a justiça também ainda não apontou os responsáveis com o episódio se aproximando de completar dois anos.

No podcast Posse de Bola #85, Mauro Cezar Pereira afirma que as famílias estão sendo vencidas pelo cansaço e acabam aceitando o acordo proposto devido à demora na justiça, por não saberem quando poderá haver uma decisão judicial definitiva.

"Agora tem cláusula de confidencialidade e os familiares e advogados não podem falar a respeito, isso é informação que eu apurei ontem, então dificilmente você vai ter aspas das pessoas envolvidas no acordo, mas é uma situação que nitidamente as famílias estão perdendo no cansaço, eles estão cedendo, porque o inquérito já vai fazer 2 anos em fevereiro, agora em 8 de janeiro teremos 23 meses do incêndio que matou os dez meninos, o inquérito se arrasta, o Ministério Público está ali, a Defensoria Pública, a justiça não anda no Rio de Janeiro”, diz Mauro Cezar.

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"Por exemplo, a mãe ou o pai de um dos meninos, se de repente estiver com uns 50 e poucos anos, vai ter 70 anos quando esse imbróglio acabar, 68? É possível, sem exagero, é possível, você conversa com os advogados e falam ‘olha, pode ser que isso dure 10 anos', recursos, então as famílias já estão há algum tempo, outras já passaram por isso e essas na minha visão, pelo que apurei conversando com as pessoas nesse período todo, cansaço", completa.

O jornalista também lamenta o fato de o Flamengo ter dificuldade em fazer os acordos ao mesmo tempo em que mantém os gastos na contratações de atletas, como a mais recente compra de Pedro.

"E aí acerta lá, recebe o dinheiro que tem que receber e vai em frente, eu acho isso absolutamente abjeto, é abjeto, o Flamengo contratando o Pedro agora, mais um grande jogador por um dinheirão e ainda tem essa negociação que se arrasta e o mais abjeto ainda é que não tem ninguém, ninguém, até agora a justiça não apontou ninguém como responsável por aquilo, tem lá um inquérito, tem os nomes, mas quem foi o responsável por aquilo? Até agora não apareceu, não tem nome e não tem nada, está todo mundo serelepe passeando por aí”, conclui.

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