Juiz relata confusões e dificuldade para deixar estádio em jogo da Série C

O jogo entre Ypiranga e Londrina, válido pela 2ª rodada da segunda fase da Série C do Campeonato Brasil, não foi nada fácil para o árbitro Gilberto Rodrigues Castro Junior, da federação pernambucana.

Disputada no estádio Colosso da Lagoa, em Erechim (RS), a partida - que acabou em 3 a 2 para o Londrina - foi marcada por uma série de confusões envolvendo a equipe de arbitragem e o elenco do clube mandante.

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Ao todo, quatro integrantes do Ypiranga-RS foram expulsos: o técnico Celso Luiz Teixeira e outros três jogadores. Na súmula da partida, escrita após o apito final, o juiz de 40 anos relatou as confusões.

A primeira expulsão, do lateral Muriel, não teve nenhum tipo de anormalidade. Ele foi punido com o 2° amarelo ainda no 1° tempo.

Aos 25 minutos do 2° tempo, o clima esquentou. Ao expulsar Zé Mário, Gilberto revelou a existência de um "tumulto generalizado".

"Expulsei [Zé Mário] do campo de jogo por golpear com o uso do braço fora da disputa da bola o rosto do seu adversário, o Sr. Gedeilson Vander Alves, número 2 do Londrina. [...] Digo que o atleta expulso relutou para deixar o campo de jogo, participou de tumulto generalizado provocado pelos integrantes da sua equipe e teve que ser contido pelo policiamento."

A expulsão desencadeou uma revolta dos jogadores e da comissão do Ypiranga, o que se deu em novo vermelho, desta vez de Neto Pessoa.

"Expulsei do campo de jogo, pelo cartão vermelho direto, aos 26 minutos do segundo tempo da partida, o Sr. Altemir Cordeiro Pessoa Neto, número 9 da equipe do Ypiranga, por ter desferido empurrões e insultado com ofensas morais e palavras de baixo calão a mim, Gilberto Rodrigues Castro Júnior, árbitro da partida", iniciou o árbitro.

"O atleta expulso em questão proferiu as seguintes palavras repetidamente: 'seu filho da p..., ladrão, vagabundo, já veio mal intencionado pra prejudicar a gente, hoje você não sai daqui'. Após a apresentação do cartão vermelho, o atleta citado continuou vindo em minha direção, tentou dar um tapa em meu rosto e teve que ser contido por integrantes de sua equipe e pelo policiamento. Vale salientar que o fato supracitado ocorreu em meio a tumulto generalizado após expulsão de um atleta da equipe do Ypiranga".

Por fim, sobrou um vermelho também para o técnico Celso Luiz Teixeira, "por reclamar de forma grosseira, acintosa e ostensiva contra as decisões da arbitragem".

"Informo ainda que, após ser expulso, o referido treinador precisou ser contido por integrantes da sua equipe para que não invadisse o campo de jogo. Além disso, proferiu as seguintes palavras direcionadas a mim, Gilberto Rodrigues Castro Júnior, árbitro da partida: 'você é sem vergonha, ladrão, vagabundo. Vai apanhar de chinelo. Se eu pegar você lá fora, vai ver o que vou fazer'. Além disso, o treinador relutou a deixar o banco de reservas, apenas deixando o campo após a ação da polícia militar. Depois de deixar o campo, se dirigiu as arquibancadas e continuou com os xingamentos direcionados a equipe de arbitragem."

Saída tensa do estádio

Na súmula, o árbitro ainda relatou a dificuldade de sua equipe de sair de dentro do estádio em Erechim.

"Por fim, digo que tivemos muita dificuldade de deixar o estádio em função das ameaças advindas de dirigentes, funcionários e torcedores do Ypiranga que estavam na saída estádio esperando a equipe de arbitragem. Fomos extremamente hostilizados e a polícia militar teve que nos acompanhar até que chegássemos nos veículos."