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Com veteranos, Flu de Marcão perde fôlego e 'estaciona' no Brasileirão

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/12/2020 04h00

O Fluminense perdeu para o Atlético-GO fora de casa e desperdiçou mais uma chance de voltar ao G-4 do Brasileirão. No segundo jogo sob o comando de Marcão, o Tricolor repetiu erros e, com muitos veteranos em campo, ficou mais lento, perdeu fôlego e estacionou na tabela.

Quem vê o clima de "ressaca" parece não lembrar que, há duas semanas, a equipe chegou à 24ª rodada como a grande surpresa da competição. Para voltar a vencer na luta pela Libertadores, a equipe de Odair Hellmann tinha pela frente o Athletico. O resultado positivo, entretanto, veio acompanhado de uma notícia amarga: o técnico trocou o Rio de Janeiro pelos Emirados Árabes. Em resposta, a diretoria agiu rápido e efetivou Marcão, auxiliar permanente e técnico do sub-23, até o fim do Campeonato Brasileiro.

De ideias e filosofia um pouco diferentes do antecessor, o treinador modificou alguns paradigmas da equipe. Com ele, o Flu busca manter ainda mais a posse mas agride menos e passa a maior parte do tempo no campo defensivo. A estratégia parece ser usar a bola também para se defender. Com muitos veteranos no time, entretanto, a ideia não se sustenta, e o Tricolor parece sem força.

Contra Vasco e o Atlético-GO, duas equipes até então na parte de baixo da tabela, o Fluminense tentava ao menos repetir os quatro pontos somados no primeiro turno para seguir forte na disputa pelo G-4.

Mas mesmo com adversários de nível inferior ao que já apresentou na competição, o Tricolor não teve em momento algum um domínio amplo. E apresentou erros repetidos, como a falta de criatividade, a lentidão nas transições e muita dificuldade para sair da marcação pressão dos rivais. A falta de fôlego fez o Flu estacionar na sétima posição do Brasileirão com 40 pontos, e a distância deve crescer para o G-6 até o fechamento da rodada, no fim de semana.

Além de 'envelhecido', Flu também é desorganizado

Em Goiânia, o Flu foi a campo com uma média de idade de 28,4 anos, bem mais alta do que os 25 que o Tricolor tinha com Odair Hellmann. Dados do SofaScore mostram que o Fortaleza tem o time mais velho da Série A com 27,7 anos. Caso repetisse a escalação que começou o jogo contra o Atlético-GO na maioria da competição, portanto, o Fluminense assumiria a liderança do ranking.

Com um onze inicial repleto de veteranos e opções como Matheus Ferraz, Lucca e Ganso saindo do banco de reservas, o envelhecido time tricolor não teve problemas apenas por estar "envelhecido", mas com um time pesado e sem opções de velocidade, apesar das tentativas com Fernando Pacheco pelas pontas.

O peruano, que não atuava desde outubro, tampouco teve boa atuação, resultado de um time desorganizado em campo: tentando manter alguma coisa de Odair Hellmann sem ainda ter assimilado as ideias de Marcão.

No final das contas, teve o "pior" de cada um, já que, com o antigo técnico, o Tricolor também enfrentava dificuldade contra times mais fechados e por vezes se mostrava lento e sem criatividade, mas compensava com um sistema de jogo mais compacto, uma marcação mais firme e poucos espaços cedidos. O toque de bola de Marcão, ainda um resquício de ter bebido na fonte de Fernando Diniz, entretanto, se mostrou totalmente ineficiente, e o Fluminense parece usar a posse apenas para passar o tempo.

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