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Ceni deixa rodízio de lado no Fla e busca identidade com trocas pontuais

O técnico Rogério Ceni e o jogador Gerson, do Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
O técnico Rogério Ceni e o jogador Gerson, do Flamengo Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/12/2020 04h00

Tão logo foi anunciado como treinador do Flamengo, Rogério Ceni deixou claro que tentaria resgatar o espírito do time campeão de 2019. Dentre os pilares vitoriosos de Jorge Jesus, a tentativa de repetir um time foi uma estratégia para o sucesso, mas essa ideia foi abandonada por Domènec Torrent.

Ceni ainda não conseguiu repetir a equipe em seus oito jogos até aqui, mas tem a seu favor o fato de ter assumido um Rubro-Negro mutilado por lesões e também por convocações às Eliminatórias Sul-Americanas à Copa do Qatar, em 2022.

Neste recorte, Rogério acionou 21 jogadores até aqui, dois a menos do que Dome usou no mesmo período. As trocas com o espanhol, no entanto, eram motivadas não só por questões pontuais, mas também por uma crença de que a equipe renderia melhor se os atletas mais saudáveis estivessem em campo.

Ceni não é contra o rodízio, porém começa a deixar mais claro que pretende ter algo mais próximo de um time-base. Nos últimos três compromissos do Fla, por exemplo, manteve uma espinha dorsal e mexeu apenas por contingências como lesões e suspensão. Nomes como Diego Alves, Isla, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Gerson, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique foram figurinhas cativas e isso indica a busca pela repetição.

"Com o Rogério, estamos tentando fazer a mesma pressão que fazíamos com Jorge Jesus. Creio que o Rogério está fazendo um grande trabalho, está conquistando pontos muito importantes", disse Arrascaeta.

Eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores, o Fla vê o lado positivo de ter o calendário menos apertado. Com a maratona reduzida, os rubro-negros ganharam tempo para trabalhar e chegar na ponta dos cascos na hora da reta decisiva. O comandante já enxerga a subida da equipe neste sentido:

"A gente evoluiu bastante na parte física. Contra o Santos, tentamos colocar o time o mais ofensivo possível, com Gabigol, Bruno Henrique, Pedro, Arrascaeta e Everton Ribeiro juntos pela primeira vez. Tentamos ser um time agressivo e ofensivo, gerar gols."

Na briga pela manutenção do título, o Flamengo retoma hoje (17) os treinos de olho no Bahia, adversário de domingo (20), 18h15, no Maracanã. Em trabalho de reforço muscular, Diego Ribas deve estar de volta, assim como Gustavo Henrique, que cumpriu suspensão na última rodada.