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Médico de Maradona diz: ex-jogador 'tinha um coração com algumas sequelas'

Leopoldo Luque, médico de Maradona - Demian Alday Estevez/EFE
Leopoldo Luque, médico de Maradona Imagem: Demian Alday Estevez/EFE

Do UOL, em São Paulo

30/11/2020 15h25

Depois de se apresentar espontaneamente ao Ministério Público de San Isidro e não poder testemunhar, já que não foi acusado, o neurocirurgião Leopoldo Luque, um dos últimos médicos que tratou de Diego Maradona, voltou a falar sobre a saúde apresentada pelo ex-jogador argentino e reconheceu que "o seu coração tinha algumas sequelas", embora tenha dito que "não era nada alarmante". Maradona morreu na semana passada, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

"O Diego estava muito bem. O coração dele tinha algumas sequelas, mas a cirurgia pôde ser feita [Maradona passou por cirurgia na cabeça no início do mês]. Sempre tentamos ver se tinha alguma coisa, mas os problemas cardiológicos eram típicos dos antecedentes, não era nada alarmante", afirmou, segundo o jornal Clarín.

O médico ainda declarou que Maradona teve alta após ser operado de edema cerebral e que estava "triste e com abstinência".

"Eu o vi na quinta-feira, quando a gente teve aquele encontro; depois, eu o vi na sexta para tirar os pontos e depois o vi no domingo porque me disseram que ele estava triste, mas como amigo, porque não sou especialista na área", afirmou à Crónica TV.

Segundo Luque, os objetivos foram alcançados naquela fase do tratamento. "Os objetivos foram alcançados, que era o Diego não tomar e adaptar a medicação. Isso era o que a família procurava."

O médico rejeitou as acusações após ser criticado pela falta de pessoal e equipamentos médicos para tratar Maradona em casa. O neurocirurgião ainda negou que fosse necessário ter um desfibrilador na casa do ex-jogador.

"Diego era uma pessoa para quem isso poderia acontecer mais cedo ou mais tarde. Agora, ele tinha critério para ter ambulância na porta e desfibrilador? Não. Se fosse assim, o cardiologista não o teria deixado sair da clínica", explicou.

O médico também negou ser o único responsável pelas decisões sobre a saúde de Maradona e disse que se tratava de uma equipe. "Leopoldo foi o neurocirurgião que conseguiu entrar em contato com Diego e conseguir que médicos o atendessem, que de outra forma não o teriam atendido. A família me ligou porque eu era o único que poderia ajudar Diego a melhorar."

"Tomei decisões porque acreditava que deviam ser tomadas, o que foi além da minha especialidade para colaborar com os profissionais que o atendiam na época. Todos nós demos orientações. Algumas ele acatava, outras, não. Se o paciente não quer fazer e não é declarado louco, o paciente tem direito de escolha e foi o que aconteceu com o Diego", acrescentou Luque.