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Recovery, dieta e analgésicos: Palmeiras preserva Weverton em meio a crise

Weverton, durante treino do Palmeiras na Academia de Futebol - Cesar Greco
Weverton, durante treino do Palmeiras na Academia de Futebol Imagem: Cesar Greco

Gabriela Chabatura

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/11/2020 04h00

Com o Palmeiras sem opções de goleiro reserva no elenco profissional, lidando com 22 desfalques em meio a um surto de covid-19, a presença de Weverton em campo se tornou ainda mais valiosa para o técnico Abel Ferreira. Depois do esforço para tê-lo na partida contra o Ceará, no meio da semana pela Copa do Brasil, os cuidados do Verdão têm sido redobrados para garantir a recuperação e escalação do jogador hoje (21), contra o Goiás, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.

No caso de Weverton, a preocupação do do Núcleo de Saúde e Performance (NSP) vai além da preservação de sua saúde perante uma pandemia. Se o Palmeiras já procura tornar as viagens de retorno da seleção brasileira menos desgastantes com a ajuda da patrocinadora, seu estafe também tem priorizado os trabalhos com seu estafe completo, envolvendo profissionais de medicina, odontologia, fisiologia, fisioterapia, massoterapia, preparação física e nutrição. Depois das partidas, por exemplo, o jogador é submetido ao uso de botas compressivas, piscina e ingestão de analgésicos e anti-inflamatórios.

No voo de Montevidéu a Fortaleza, Weverton realizou o tratamento de recuperação aliado a uma dieta nutricional: "No avião, pudemos disponibilizar a bota, o tratamento anti-inflamatório e ainda o descanso com conforto. Fizemos também o recovery nutricional individualizado para a necessidade do atleta, preparado pelo setor de nutrição e que foi acompanhado por uma profissional do clube na aeronave. Quando unimos todos esses fatores, conseguimos deixá-lo no mesmo nível de recuperação dos outros atletas, ou próximo disso", contou o fisioterapeuta do clube, Marcelo Gondo.

"Ele não ter atuado como titular pode ter nos beneficiado, mas o fato de o Weverton ser goleiro não ameniza o desgaste e o trabalho de recuperação, porque ele treinou todos esses dias com a seleção. Os treinos específicos da posição de goleiro são muito intensos, então também há um desgaste grande", completou.

Atingido por um surto de covid-19 que simplesmente tirou dois times completos dos planos do técnico Abel Ferreira, o Palmeiras vê Jailson e Vinicius Silvestre entre os infectados. Para o jogo contra o Goiás, as opções para definição do reserva de Weverton, então, estão na base: Leandro (sub-20), Mateus (sub-20) e Kaique (sub-17).

Em relação aos cuidados recomendados aos jogadores em tempos de pandemia, porém, o Palmeiras não tem hoje um trabalho diferenciado ao redor de seu renomado goleiro. Cabe a ele seguir o protocolo estabelecido pelo clube.

O risco além da pandemia

Após o empate contra o Ceará, em Fortaleza, ciente da situação delicada que o elenco palmeirense atravessa, o goleiro ressaltou a logística aplicada pelo clube, mas não conseguiu omitir o cansaço em meio a uma maratona particular. "Por mais que tenhamos tido todo esse conforto, na alimentação, num avião confortável, é cansativo. É difícil você estar em um país, viajar a noite toda para estar em outro e já jogar. Mas estou feliz de estar aqui e feliz pela classificação", disse.

Em outubro, Weverton foi titular contra o Peru e, em menos de 24 horas, jogou contra o Coritiba, no Allianz Parque. O sacrifício do goleiro "desobedece" os estudos científicos e até mesmo o protocolo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que determina o intervalo de 66 horas de um jogo para o outro.

Para o Dr. Moisés Cohen, especialista em medicina esportiva, os impactos deste tipo de maratona pode agravar o surgimento de lesões, mesmo que sejam tomadas medidas preventivas.

"Existe a maior possibilidade de lesão por conta da fadiga e sobrecarga da atividade física. Mas nós vemos isso também em Copa do Mundo e Mundial, quando acontecem muitos jogos em um curto período. Mas sempre existe esse risco. O que ajuda bastante é o fato de o Palmeiras ter um departamento médico excelente. Do contrário, o número de jogadores machucados seria muito maior".

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