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Revés na Copa do Brasil atinge finanças e obriga Flamengo a refazer contas

Daniel Alves e Gérson disputam bola durante São Paulo x Flamengo - Marcello Zambrana/AGIF
Daniel Alves e Gérson disputam bola durante São Paulo x Flamengo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Leo Burlá

Do UOl, no Rio de Janeiro

20/11/2020 12h00

A derrota para o São Paulo e a queda na Copa do Brasil não só baquearam a confiança do Flamengo, mas também tiraram do clube a possibilidade de engordar o caixa com receitas importantes a curto prazo.

O Fla ainda não sabe bem ao certo o tamanho do prejuízo, está ciente de que terá de refazer as contas, mas há confiança no reequilíbrio financeiro, pois há ingressos possíveis de altas somas com o Brasileirão e a Libertadores. Esse buraco causado pela eliminação não inviabiliza o sonho em comprar os direitos econômicos de Pedro, por exemplo, embora o clube admita que terá de traçar rotas alternativas.

Com o Maracanã fechado e o programa de sócio-torcedor abaixo do esperado, há a necessidade de diversificar as receitas. Ainda assim, o negócio pelo artilheiro segue sendo tratado com carinho pelos dirigentes, mas o dinheiro terá de vir por outras fontes.

Com o revés por 3 a 0 no Morumbi, o Fla viu escorrer pelos dedos R$ 7 milhões, prêmio pago pela Confederação Brasileira de Futebol aos semifinalistas. Se tivesse avançado e superasse o Grêmio, o Rubro-Negro teria garantido ao menos mais R$ 22 milhões, valor repassado ao vice-campeão. O vencedor da competição será brindado com um cheque de R$ 54 milhões, um montante que muda a realidade de qualquer clube, ainda mais em tempos de pandemia.

No orçamento aprovado para 2020, o clube estimou chegar nas "fases finais" das competições nacionais. Ainda que esta definição seja genérica, a cúpula do futebol não imaginava uma eliminação tão precoce. As lesões e seguidas convocações são apontadas como as principais vilãs pelo momento irregular do elenco, mas há confiança de sobra no trabalho de Rogério Ceni.

Depois da partida na capital paulista, os principais caciques do futebol do Flamengo reconheceram a má fase e entendem que há a necessidade de o grupo suportar o momento de pressão. A dificuldade em escalar o quarteto formado por Gabigol, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique também foi apontada como uma dificuldade extra no processo.

Há, no entanto, a convicção de que está se criando um elo entre o time e o novo comandante. Apesar de somar um empate e duas derrotas em seu início no Fla, o ex-goleiro vem deixando boa impressão no dia a dia. Entre os jogadores, a qualidade dos treinos no Ninho é elogiada. Nesta largada, o comandante tenta, além de imprimir suas ideias, reequilibrar um time que vive um evidente desnível sob o ponto de vista físico.

Para o jogo de amanhã (21) contra o Coritiba, às 19h, no Maracanã, Ceni ainda não contará com a volta de muitos lesionados. Thiago Maia e Rodrigo Caio já estão vetados, mas há alguma esperança que ao menos Diego possa ser utilizado. Gabigol vem evoluindo, porém a prioridade é ter o jogador inteiro para o duelo contra o Racing (ARG), pela Libertadores. O mesmo se aplica a Filipe Luís. Isla, que não ficou no banco na Copa do Brasil, deve ser escalado.