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Tite explica como mudou jogo no Uruguai com Everton Ribeiro "pé de pano"

Gabriel Carneiro e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

17/11/2020 23h22

Um chute no travessão de Darwin Núñez aos quatro minutos do primeiro tempo e um cabeceio de Cavani livre de marcação pouco tempo depois fizeram a seleção brasileira mudar sua estratégia durante a partida de hoje (17), contra o Uruguai, pela quarta rodada das Eliminatórias da Copa do Qatar. O técnico Tite explicou que uma mudança de posicionamento de Everton Ribeiro é o que fez o Brasil também entrar no jogo ofensivamente.

"Tínhamos um problema do lado esquerdo de ataque do Uruguai, direito nosso, uma marcação dobrada deles, então tínhamos que reajustar. O reajuste foi feito trazendo o Everton Ribeiro para onde ele fica mais confortável. É um jogador criativo, pé de pano, com uma qualidade técnica grande, num plano mais atrasado e com jogadores agudos, agressivos, à frente dele. Isso deu evolução à nossa equipe", disse Tite, sem desconsiderar os ajustes defensivos que passaram por "prender" mais o atacante Richarlison.

Temos que enxergar o jogo, a história do jogo. Foi uma história diferente da Venezuela, por exemplo. Hoje seríamos mais exigidos defensivamente, mas teríamos mais espaço ofensivo, e precisaríamos demais do Richarlison atento à marcação para ter mais espaço do outro lado. Assim foi, a cada jogo você precisa de uma característica diferente."

Tite começou contra o Uruguai no 4-1-4-1, com Douglas Luiz à frente da zaga e Firmino de centroavante. Na linha de quatro, Gabriel Jesus, Everton Ribeiro, Arthur e Firmino. Ao longo do jogo ele mudou para um 4-4-2, deixando Jesus e Richarlison no ataque e Firmino como um jogador de composição do meio-campo, segundo Tite, "sem ferir sua característica".

Tite - Raúl Martínez-Pool/Getty Images - Raúl Martínez-Pool/Getty Images
Tite comanda a seleção brasileira durante partida contra o Uruguai pelas Eliminatórias
Imagem: Raúl Martínez-Pool/Getty Images

Questionado sobre o jogo de hoje em comparação com os enfrentamentos diante de Bolívia, Peru e Venezuela, se este foi o mais difícil, Tite despistou: "É muito oportunista falar de um jogo ou outro, a equipe vai rodando, maturando, se consolidando, sentindo dificuldades e reagindo. Tu não domina o tempo inteiro, tem momentos em que o adversário te domina e você precisa controlar. Controle é diferente de domínio, é saber se defender".

A seleção brasileira sofreu cinco finalizações do Uruguai hoje, nenhuma certa. Os próximos compromissos serão apenas em março de 2021.