Por que Fluminense não irá ao mercado da bola na luta por Libertadores
Surpresa no alto da tabela do Campeonato Brasileiro, o Fluminense tem motivos de sobra para sonhar em voltar à Libertadores após oito anos. No quinto lugar e forte na luta por uma vaga na competição continental, a equipe se aproveitaria muito bem de reforços pontuais — além do tempo de descanso que já possui por estar em apenas uma competição. Mas o clube não deve ir ao mercado da bola para contratar jogadores.
Após perdas importantes no time titular como Gilberto e Evanílson, a ideia nas Laranjeiras era repor as duas posições ainda consideradas carentes no elenco: a lateral-direita e a camisa 9. Na defesa, só tem o jovem Calegari e o criticado Igor Julião, e na frente, improvisa ou utiliza Felippe Cardoso, antes carta fora do baralho, como opção ao veterano Fred.
Mesmo com as chegadas de Fred e Lucca após a paralisação do calendário do futebol devido à pandemia da Covi-19, o Tricolor ainda monitorou o mercado por centroavantes, mas não conseguiu nenhum acordo que se enquadrasse na realidade do clube. Assim, além do ídolo e capitão, o camisa 7 — que atuou mais pelas pontas durante a carreira — também será utilizado centralizado.
A falta de dinheiro é o motivo principal do Flu não buscar alternativas no mercado da bola. Caso venha a contratar algum nome nos nove dias até a data-limite para o fim das inscrições no Brasileirão, única competição que ainda disputa na temporada, será por uma grande oportunidade de mercado.
Internamente, isso é visto como improvável, já que diversos jogadores, incluindo laterais-direitos, já foram oferecidos ao chefe do departamento de scout, Ricardo Correia, mas acabaram não se transformando em negociações.
É Correia quem envia os nomes bem avaliados pelos analistas para que o treinador Odair Hellmann e o auxiliar Maurício Dulac aprovem. Uma vez que os jogadores agradem, o diretor Paulo Angioni busca a negociação, como aconteceu nos casos de Léo Jabá, Jonathan Álvez e Marquinhos Cipriano, todos tentados, mas que acabaram não chegando ao Flu.
Elenco é bem avaliado, prioridade é 'arrumar a casa'
Por outro lado, a avaliação da comissão técnica sobre o elenco é muito positiva, feedback que agradou a diretoria. Odair Hellmann acredita que seus atuais comandados, que podem receber reforços caseiros oriundos da base, têm condições de manter o Fluminense na briga por vaga na Libertadores.
O foco institucional passou a ser a garantia dos salários em dia — o que começou a ser posto em prática ontem (10), com o pagamento de 30% do mês vigente.
Com dificuldades de caixa, o Tricolor quer pagar todos os seus débitos com jogadores e funcionários. A possibilidade da chegada de um patrocinador master — a diretoria tem negociações avançadas com a Estadium.bet — é vista como um adicional na briga pela Libertadores. Além das obrigações de empregador, o Fluminense também tenta estimular o elenco com metas por pontuação, somadas ao tradicional bicho.
Com 32 pontos e na quinta posição do Campeonato Brasileiro, o Tricolor calcula entre 60 e 65 pontos para garantir uma vaga na competição continental, algo que não ocorre desde 2013.
Arrumar a casa é a prioridade, e a diretoria conta também com a gorda premiação em dólares da Conmebol para os participantes da Libertadores como um adicional ao orçamento de 2021.
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