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Gabriel Jesus diz que mudou a cabeça pós-Copa: "O que importa é fazer gol"

Gabriel Jesus entre Allan e Richarlison durante treino da seleção ontem (10), na Granja Comary - Lucas Figueiredo/CBF
Gabriel Jesus entre Allan e Richarlison durante treino da seleção ontem (10), na Granja Comary Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

11/11/2020 14h43

A falta de gols marcados nos cinco jogos da Copa do Mundo da Rússia mesmo sendo o principal atacante da seleção brasileira fez Gabriel Jesus repensar suas funções em campo e até a carreira. Aos 23 anos, o jogador do Manchester City recém-recuperado de uma lesão na perna esquerda que o afastou por quase dois meses estreará nas Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar com fome de gols.

Pós-Copa mudei a minha cabeça, vi que o que importa para o atacante é fazer gol e venho aprimorando, quero ajudar com gols porque no final é isso que vai valer, o que ganha jogo. Estou feliz de voltar e quero voltar fazendo gols."

Gabriel Jesus atuou somente duas vezes pelo City após a recuperação, em partidas da Liga dos Campeões da Europa (contra o Olympiacos) e do Campeonato Inglês (diante do Liverpool) e fez gol em ambas. Agora ele fica à disposição da seleção nos desafios contra Venezuela, sexta-feira, às 21h30, no Morumbi, e Uruguai, na terça seguinte. Nos dois primeiros jogos o Brasil marcou nove gols.

Ele é um dos artilheiros da Era Tite na seleção com 18 gols marcados - o mesmo número de Neymar - e vive a expectativa de voltar a ser titular após quase um ano: "Fiquei bastante ansioso para vir mês passado, porém aconteceu minha lesão, infelizmente. Acompanhei os dois jogos torcendo muito e pude vir nessa, muito feliz de estar de volta após um longo período fora."

Jesus - REUTERS/Luisa Gonzalez - REUTERS/Luisa Gonzalez
Atacante comemora seu gol na final da Copa América de 2019, contra o Peru, no Maracanã
Imagem: REUTERS/Luisa Gonzalez

"Eu não tenho preferência, dou essas opções para os treinadores no City e na seleção, essa polivalência de jogar por dentro e nas duas beiradas. Venho jogando mais no City por dentro, mas me mexo, caio nas pontas, me movimento bastante. Aqui na seleção mais de ponta, mas vou por dentro e quem está por dentro vai para a ponta. Não tenho preferência e onde o professor quiser vou dar meu melhor", disse o versátil camisa 9 em entrevista coletiva hoje (11), na Granja Comary.

Diante da ausência de Neymar contra a Venezuela, Gabriel Jesus será um dos jogadores mais experientes da seleção em campo e diz estar pronto para a responsabilidade: "Independentemente de ser jovem eu tenho um certo tempo aqui na seleção, vivi momentos muito bons e momento ruins, venho criando mais experiências, sei o que é vestir a camisa da seleção. E sei da responsabilidade, me considero como um cara que precisa ir para campo e trazer a vitória, todos precisam pensar assim, em deixar 100% dentro de campo, visto a camisa que sempre sonhei, todos os jovens sonharam."

Veja outras declarações de Gabriel Jesus:

Ausência de Neymar

"No meu modo de ver acho que a gente sabe da qualidade do Neymar e importância dele onde estiver, ele deu e dá todos os dias para a nossa seleção. A qualidade, a pessoa, sou muito fã. Em se tratando de seleção todos que estão aqui têm que chamar responsabilidade, não pode cair só em cima deles. Todos que estão aqui têm uma razão e precisam ajudar a seleção. Com Neymar ficamos mais perto da vitória, mas já demonstramos que podemos jogar sem, mesmo ele fazendo gols e dando assistências. Já que ele não pode jogar essa por lesão temos que chamar responsabilidade e fazer a seleção ganhar."

Esquema tático 2-3-5

"Eu acompanhei os dois jogos, percebi a formação, bem notável, com o Lodi descendo mais com qualidade de cruzamento. Para todo atacante é bom ter lateral indo no fundo e cruzando, ficamos felizes com esse posicionamento. Da forma que a seleção jogou fiquei contente porque foi muito sólida. Contra o Peru lá é sempre difícil, mas os gols aconteceram. Defesa fica mais sólida também. Para o atacante falta mais para atacar, porque na defesa a gente se ajuda, atacante volta. Mas sabendo que consegue ir de boa óbvio que é bem melhor."

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Gabriel Jesus comemora gol do Manchester City sobre o Liverpool no último domingo (8)
Imagem: Clive Brunskill / Getty Images

Lesão que gerou corte

"Foi uma lesão muito complicada, grau três, eu terminei o jogo bem, tranquilo. Quando o sangue esfriou veio o baque, não conseguia andar direito, um chute e sprint que não me limitou na hora no reto femoral da perna esquerda. O doutor perguntou como eu consegui terminar o jogo, mas não senti. Depois não conseguia andar. Foi recuperação demorada, porque é uma região que sangra bastante, eu ficava incomodado por estar parado, ser cortado da seleção me deixou chateado. Teve a entrevista do Guardiola, aconteceu confusão, mas eu já estava prestes a voltar e fiquei sem entender. Mas voltei e estou bem."

Gabriel Menino

"A gente não conversou muito, ainda vamos conversar mais. Viemos do mesmo lugar, do Palmeiras, temos o mesmo nome. Eu construí minha história no Palmeiras e espero terminá-la. Ele está começando, conheci a pessoa dele, me parece muito focada e legal. Torço muito por ele também por estar no Palmeiras e pela pessoa dele. Sou um dos jogadores aqui com um pouquinho mais de tempo, óbvio que tem alguns com mais tempo. Mas faço minha parte e seleção é isso, alegria, resenha, ambiente bom."